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sábado, 4 de maio de 2013


A QUESTÃO DOS "SWAPS" É UMA FARSA ?

Não é estranho que o problema destes contratos de swap só apareça exactamente quando eles começam ser menos interessantes  para os bancos?

Ontem as taxas de juro dispararam nos Estados Unidos, toda a gente sabe que as taxas vão subir num prazo mais ou menos curto, não será por isso que os bancos querem é sair destes contratos no ponto ideal, antes que eles se virem contra eles?

Foi por essa razão que foi montada esta grande encenação e se criou um escândalo com aqueles contratos ? Escândalo esse que ainda ninguém explicou. Onde estão os tais "contratos tóxicos"? E as tão faladas provas e responsáveis? Qual a justificação para  a opacidade de todo o assunto?

O governo aparece agora como o cavaleiro andante impoluto que vai "renegociar de forma dura, nos tribunais se necessário", os referidos contratos. O primeiro "sucesso" das negociações foi  uma redução inicial de 100 milhões nos 3.000 milhões. Para dar credibilidade à encenação o governo acha pouco e ameaça com tribunais, quer 500 milhões, será que é tudo teatro?

Mas a verdade é que, mesmo a custo zero, pode não ser bom para as empresas nesta altura sair de alguns contratos de swap de protecção da taxa de juro.

Se as empresas pagarem agora 2.500 milhões para sair dos presentes contratos, terão a médio prazo de pagar mais 4.000 ou 6.000 milhões em juros adicionais. Ou seja, esta pretensa operação de saneamento irá provavelmente custar às empresas e ao país mais de 8.000 milhões, o que só por si representa quase duas vezes o buraco orçamental tão propagado pelo governo.

Sair agora de alguns destes contratos pode ser o melhor presente que se pode oferecer à banca. Até este momento a banca não teve custos com a cobertura das suas posições porque o mercado evoluiu a seu favor, mas a banca sabe que agora o mercado vai evoluir contra ela, e a gestão das suas posições vai passar a ser dispendiosa. Será que a banca quer aproveitar o espantalho de um falso escândalo, agitando o perigo dos 3.000 milhões, para sair com um "acordo" que só pode ser bom para ela própria?

Sair dos contratos no ponto em que as potenciais perdas das empresas estão no máximo e em que os bancos vão ter de começar a ter despesas com protecção das suas posições, é o negocio ideal para a dita banca, e criminoso para o país.

É sempre esta a estratégia da banca neste tipo de operações, procurando antecipar as mudanças nos mercados e terminando com os contratos antes de  começarem a correr contra ela, com a vantagem que é exactamente esse o momento em que o cliente está mais assustado com as perdas entretanto acumuladas.

Estes contratos celebrados pelas empresas tiveram  custos de constituição e de manutenção, e acumulam agora perdas potenciais significativas, mas sair deles neste momento pode ser a pior solução para as empresas e para o país.

A opacidade com que este assunto está a ser tratado não é aceitável. Existem contrato tóxicos? Quais são? Quem são os responsáveis? Como vai ser negociado todo este dossier? Vai ser dado à banca o presente que ela quer?

É uma vergonha nacional se tudo isto não for bem conduzido e explicado!

Os países pobres não são pobres pela falta de recursos, são pobres porque são incompetentes e corruptos.