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terça-feira, 27 de novembro de 2012

FINALMENTE ALGUM BOM SENSO

Ao fim de longas negociações, a Europa, ao que parece apenas graças ao FMI, lá acabou por reconhecer que de nada serve fazer de conta que os problemas não existem e continuar a adiar as inevitáveis soluções.
A Grécia, e por extensão Portugal e a Irlanda, vão ter juros mais baixos e aumento da maturidade das suas dívidas.
Não é o fim das crises, mas pelo menos permite que os deficits possam de facto começar a cair e com eles as dívidas públicas destes países.
Venceu o bom senso. O lamentável é que isso se deva apenas e tão só ao mau comportamento sistemático da Grécia e à razoabilidade do FMI, por si só a Europa não teria sido capaz de o fazer.
Para que as perspectivas de facto melhorem e toda a austeridade faça sentido, é necessário agora que se encontrem formas de garantir o financiamento à actividade das empresas competitivas.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

AS TROYKAS DESISTEM DE CONTROLAR OS DEFICITS, VIVA A BANCA-ROTA!

Está a acontecer em relação à Grécia, Portugal, Irlanda e até com a pré-troyka espanhola.
Parece ser uma boa notícia, mas não é, é mesmo exactamente o contrário.

Como todas as previsões que fazem têm-se comprovado erradas, agora as troykas decidiram que os deficits não importam, desde que as reformas preconizadas sejam feitas. Isto seria óptimo se as dívidas públicas dos países envolvidos parassem de aumentar, o que é impossível com a continuação dos deficits existentes, ou seja, esta postura "flexível" das troykas não resolve nada, limita-se a empurrar os problemas com a barriga.

Isto é como se a um doente grave o médico lhe dissesse que não o ia incomodar mais com o controle da febre, mas que de resto mantinha todo o tratamento, mesmo não estando a fazer efeito, como se bastasse  ignorar os sintomas para que o doente se curasse.

Em vez de finalmente as troykas assumirem que os programas de ajustamento precisam de modificações, seja descida dos juros, seja apoio ao crescimento económico, as troykas limitam-se a empurrar  todos estes países para uma inevitável banca-rota a prazo, decidindo depois se fazem o "hair-cut" das dívidas, ou os expulsam do euro.

Como todas as estratégias que passam por não enfrentar e simplesmente adiar os problemas reais, esta também só pode acabar mal, e ainda por cima desacreditar as dolorosas reformas que têm de facto de ser feitas, mas que neste contexto são muito mais difíceis de realizar e que poderão acabar por não servir para nada.

Todos sabemos da indisciplina grega, e que aquele país sempre tentou não implementar a maioria das reformas preconizadas, de qualquer forma vale a pena ver o gráfico abaixo sobre os sucessivos erros das previsões da troyka relativamente  ao crescimento do Produto Interno grego de 2009 a 2012 (erros sempre superiores a 6%, entre a primeira estimativa e o resultado final):


http://rwer.wordpress.com/2012/11/09/folly-from-olly-the-disasterous-quality-of-the-economic-predictions-of-the-european-commission/

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A ESQUERDA E ISABEL JONET

Alguém sabe de algum projecto assistencial que a esquerda tenha criado ou apoiado? Claro que não, depois das ideias de Zola e de algumas iniciativas do início do sec XX, nunca mais a esquerda teve qualquer acção nesse campo.

A esquerda radical sempre teve a teoria do quanto pior melhor, não fazendo por isso sentido qualquer apoio social que não seja aos seus camaradas de luta anti-capitalista. Por sua vez a esquerda moderada sempre achou este tipo de "caridadezinha" uma chatice pouco interessante, sobre uma questão que cabe ao estado social resolver.

Isabel Jonet não é nem uma mulher da política, nem uma intelectual, pelo que é fácil que nos tempos que correm tenha caído em considerações um pouco confusas. Isabel é apenas uma mulher de acção que dedicou a vida a um grande projecto social, uma causa que a esquerda radical julga prejudicial aos seus interesses e a moderada olha com desdém.

Perante tudo isto a verdadeira questão que se põe é  a de saber o porquê desde súbito interesse das esquerdas por este "prejudicial, enfadonho e desprezível"  tema. A resposta só pode ser uma, a esquerda acha que nos tempos que correm a conquista de uma organização poderosa, como é hoje o Banco Alimentar, pode ser um passo importante na sua estratégia de conquista do poder, isto mesmo sabendo que fecharia o dito Banco no dia em que conquistasse o poder.

Eu subscrevo o abaixo-assinado a favor de Isabel Jonet não pela correcção das suas declarações, mas simplesmente porque na verdade não é nada disso que está em causa.

domingo, 11 de novembro de 2012

É TEMPO DE A ALEMANHA DEIXAR O EURO


Face às actuais posições da Alemanha, ou temos uma Europa com dois "euros" ou não teremos Europa, e assistiremos ainda ao agravar da crise  económica mundial.

A Alemanha tem razão em querer forçar que os países "indisciplinados" façam as reformas que têm adiado desde sempre, e que continuarão a adiar se os não pressionarem a não o fazer. Só por via dessas reformas a Europa poderá encontrar o seu espaço num mundo cada vez mais competitivo.

Mas Merkel já não tem razão quando quer que essas reformas sejam feitas em simultâneo com o apertar de cinto generalizado em toda a Europa e sem incentivos especiais aos países em crise. Por essa via teremos um suicídio colectivo.

Face à obsessão alemã contra o crescimento, antes de serem eliminados os deficits em vários países europeus, a única saída que resta à Europa é que a Alemanha (juntamente com a Finlândia, Áustria e Holanda) deixem o euro e adoptem um novo "marco". Se isso não acontecer todo o projecto europeu estará em perigo.

Se a Alemanha se opõe a que no quadro do euro os países com menores deficits se comportem como locomotivas do crescimento do continente, facilitando por essa via o ajustamento das economias mais frágeis e em contracção, então a única solução é que estas economias mais frágeis voltem a ter acesso ao controle de uma política monetária, económica e fiscal mais coincidente com as suas necessidades de sobrevivencia, sem o que todo o edifício desmoronará.

Porque deve ser a Alemanha a sair e não o contrario? A lista de justificações é grande, apenas os pontos principais:

- o grosso da população da zona euro (220 milhões no total de 333 milhões), está em países que necessitam de um rigoroso ajustamento, portanto de um euro sem as exigências da Alemanha

- o regresso individual a antigas moedas por vários países europeus implicaria uma crise financeira colossal na Europa e no mundo, para alem de instabilidade politica e social incontroláveis nos países envolvidos

- um novo "marco", adoptado por quatro ou cinco países disciplinados e com economias homogéneas e estabilizadas, pode ser facilmente conseguido através de uma união monetária simples

- a criação de uma nova moeda para o bloco dos países em dificuldade seria inviável pela complexidade da operação e pela desconfiança que o processo induziria, e conduziria também a uma crise financeira mundial

- a criação de um novo "marco", para a Alemanha e outros países que a quisessem seguir, é a solução mais fácil, mais exequível, melhor para a Europa e para o mundo

- esta via será facilmente reversível no futuro, quando as economias hoje em dificuldade tiverem arrumado as suas casas e um euro único voltar a fazer sentido

A via de um euro sem a Alemanha não será por si só uma solução milagrosa, nem evitará as reformas nas economias menos competitivas, mas se gerida com competência, rigor e criatividade é a via que oferece maior potencial para os países envolvidos, para a Europa e para a economia mundial.

Este não é um texto contra a Alemanha e os outros países que defendem políticas monetárias e económicas mais ortodoxas. É até um texto de compreensão dessas posições, por parte de países que com esforço têm as suas casas arrumadas e não querem correr o risco de vir a serem envolvidos em processos que comportam riscos que eles não precisam nem querem correr. Mas assim como é compreensível a posição desses países também eles têm de compreender que os outros países têm de procurar a solução dos seus problemas, reais e prementes,  num enquadramento mais flexível.

Ao fim e ao cabo tratam-se  de mais de 200 milhões de habitantes que necessitam de políticas que os outros pouco mais de 100 milhões não querem adoptar. Resta assim uma separação temporária e por mútuo acordo, que  no quadro actual será sempre a melhor solução para todas as partes. Nesta perspectiva nem o BCE deveria sair de Frankfurt, nem os países que optassem por sair do euro deveriam deixar de ter representantes não executivos no banco.

É evidente que seria melhor para toda a Europa que fosse possível uma solução de compromisso sobre as grandes questões da política monetária, fiscal e economica, mas dado que parece amplamente demonstrado que tal não é possível, resta este caminho.

A existência de um euro comandado pela França irá fazer reavivar velhas rivalidades continentais, mas esse será o preço que a Alemanha terá de pagar por não querer correr outros riscos. Como sempre, não há almoços grátis.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O EXEMPLO DE ITÁLIA  E AS NOSSAS VACAS SAGRADAS

O governo italiano, apesar de ser de transição e não ter sido resultado directo de eleições, anunciou ontem o corte do numero de Províncias do país de 86 para 51, correspondendo portanto a um corte de quase um terço. É esperado que o Parlamento  aprove a decisão que gerará economias da ordem dos quatro mil milhões de euros.
Uma lição clara para um país que desistiu de tocar nas mais de 300 vacas sagradas que são as nossas Câmaras, inventou falsas economias potenciais na fusão de freguesias, e não foi capaz de fazer nem uma, nem outra.