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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017


PORQUE COSTA NÃO HUMILHOU CAVACO?

Quando empossado como 1º ministro, Costa disse que faria tudo para que o Senhor Presidente da Republica acabasse o mandato com dignidade.
Depois de todas as dificuldades (desajeitadas) que Cavaco tinha posto à geringonça, após o imenso desastre dos seus últimos discursos e perante a imagem muito negativa que o Presidente então tinha, julgo que houve muita gente que duvidou da veracidade daquela intenção de Costa, entre os quais eu proprio.
Sou mesmo capaz de pensar em varios ex-primeiros ministros que em situação equivalente o não teriam feito, a começar talvez pelo proprio Cavaco.
Porque o fez Costa?
Terá sido apenas por respeito à idade do cessante?
Terá sido a pensar que um dia ainda poderia necessitar de votos da base cavaquista?
Terá sido a consciencia da importancia institucional para o regime, de um presidente não sair mal de Belém?
Se foi apenas por respeito pela idade, foi um presente pessoal a Cavaco, que ele lhe deveria agradecer.
Se foi a pensar no eleitorado de Cavaco, foi apenas uma jogada política mais, e ninguém deve nada a Costa por isso.
Se foi por pensar que, independentemente do prazer pessoal que isso lhe pudesse dar, seria muito mau para as instituições nacionais, ter um PR a sair de Belem humilhado na praça pública, se assim foi, então todos estamos em dívida para com Costa.
Como não sabemos quais as razões de Costa, temos de dar ao nosso "malabarista-simpatico" o beneficio de um credito, pelo menos parcial, neste episodio.
Será que Costa entretanto já se arrependeu?

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017




O ERRO DE CENTENO

Eu digo o erro e não os erros, porque toda esta trapalhada parte apenas de um único erro.
Esse erro foi Centeno ter-se esquecido de que não é um político, não sei se virá a sê-lo, ou até se o quererá, mas na verdade não o é.
Todos os políticos têm de ser bons na "baixa política", nas pequenas mentiras, na intriga, no teatro, etc Depois há a Politica com P grande que é indispensável aos mestres, mas isso não está aqui em causa agora.
Embora Centeno não seja um politico, ultimamente começou já a fazer algumas pequenas intervenções de baixa política, que não devia ter feito, porque por essa via se foi sentindo político, e foi isso que o perdeu, isso e, claro, as estrategias recomendadas por assessores e colegas sobre a melhor forma de descalçar esta incomoda bota.
Mas o que seria a melhor forma para um político não o é para um não-politico.
Se Centeno tivesse, logo no inicio, posto a sua cara de ingénuo, e tivesse dito, que o que ele queria era apenas a melhor solução possível para um dos maiores problemas do país, e que os especialistas lhe tinham dito que as exigencias de Domingues eram exequíveis, pelo que ele, que não é jurista, se tinha comprometido com ele.
Diria também que afinal as coisas não eram bem como lhe tinham dito e por isso pedia desculpa ao indigitado e ao país.
Tudo simples e compreensivel, como o cidadão Centeno teria feito se não se julgasse político.
Ser meio-político não é possível, diria mesmo que é suicidio, o que espero não seja o caso.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017


O CASAL CAVACO SILVA E O PODER

Refiro-me ao casal, porque Cavaco não existiria sem Maria, isto nada tem de negativo, antes pelo contrario, é sinal de um casal que soube ser uma equipe de sucesso.
Este facto apenas é importante porque só à sua luz se pode compreender Cavaco.
Sem Maria, Cavaco seria apenas um director do Banco de Portugal e um professor de "Económicas", tão competente tecnicamente, como pedagogicamente desastrado, de quem os alunos fugiriam, dele, da sua rigidez e das suas piadas que ninguém percebe.
Mas Maria fez dele ministro, primeiro ministro e Presidente da República.
Como teria sido se João Salgueiro tivesse tido uma Maria que o tivesse levado à Figueira da Foz, naquele Maio do ano de 1985, quer fosse ou não para fazer a rodagem do carro novo.
Ele tinha mais experiencia, mais cultura, mais mundo, e um espirito mais aberto do que Cavaco, faltou-lhe a Maria e o seu empurrão.
Foi mau para o país? Nunca o saberemos.
Cavaco liderou aquele que foi talvez o melhor governo da democracia portuguesa, o seu governo minoritario de1985/87.
Tinha uma boa equipe, com enorme vontade de mudar o país, que, pressionada até pelo curto tempo de que potencialmente dispunha, trabalhou em força como uma verdadeira equipe, todos para o mesmo lado.
Foi um sucesso, sucesso que levou à primeira maioria absoluta de Cavaco.
Depois veio o governo daquela primeira maioria e as coisas começaram a piorar. A falta de liderança natural de Cavaco veio ao de cima.
Cavaco não é um líder natural, no sentido daqueles que com facilidade galvanizam uma equipe, falta-lhe a energia e a capacidade de empatia para o fazer, ele lidera pela disciplina, pelo trabalho, pela habilidade política, pela manobra, pelo que se resguardou por trás da sua crescente importancia, e depois manobrou, manobrou muito, até por vezes dividindo para reinar.
Foi assim que os vapores do sucesso anterior e os conflitos internos fizeram cair a qualidade da governação.
Para cúmulo, já na fase final do governo, Cavaco acaba por tomar medidas claramente eleitoralistas, para comprar a sua segunda maioria, medidas essas que tiveram um alto e prolongado custo para o país.
Do governo da segunda maioria, pouco há a dizer, foi o governo da ladeira abaixo.
Foi apenas a prova que não vale a pena comprar eleições que não merecem ser ganhas.
Apesar de tudo isto, em relação à media geral dos governos democraticos de Portugal, a qualidade média dos governos de Cavaco não será motivo de orgulho, mas também não o envergonha.
Depois foi à presidencia, que a resiliencia e a tenacidade de Maria Cavaco o levaram.
Para dizer a verdade, apesar de não ter gostado de Cavaco como 1º ministro, tive esperança de que viesse a ser um bom presidente, face á sua experiencia e ao seu perfil, mais de político do que de líder executivo.
Se o seu primeiro mandato foi satisfatorio, apesar de algumas situações pouco claras, o segundo mandato foi claramente um desastre.
Desastre em parte justificado pelas dificuldades de interagir com um politico muito dificil, como era Socrates, mas desastre sobretudo pelo seu isolamento, pela sua teimosia e pelo seu auto-convencimento.
Acabou mal.
Por ironia do destino, Costa ainda o ajudou a acabar a sua presidencia com alguma dignidade, conforme havia prometido que faria.
Em conclusão. Apesar de tudo, há sempre milagres que as Marias* não conseguem fazer, mesmo desenvolvendo os seus melhores esforços.

* (ou os Maneis, para o caso de "presidentas")

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017



SCHULZ, A ÚLTIMA HIPÓTESE PARA A EUROPA?

Quero começar por dois esclarecimentos que à frente desenvolvo, primeiro, considero que Merkel foi uma grande chanceller, e em segundo lugar, não sou dos que pensam que a Alemanha deva ter um livro de cheques em branco para distribuir aos países do sul.
Numa época muito difícil da historia europeia Merkel foi, apesar de tudo, dos poucos líderes europeus que teve uma visão do caminho a seguir.
No entanto, Merkel fez varios erros, o maior dos quais foi o de ter encabeçado a versão europeia de que a crise financeira era um problema americano sem correspondencia na Europa, isto quando era evidente que os bancos alemães estavam numa situação dificil, quer pela exposição aos produtos toxicos americanos, quer pelos imensos volumes de credito dados ao exterior.
Esta invenção da Europa continental, de que não existia aqui uma crise bancaria, levou a que a banca europeia não tivesse sido obrigada, logo no inicio da crise a recapitalizar-se, como aconteceu nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Claro que uma recapitalização da banca, envolvendo bancos de um grande numero de países, ainda para mais com contabilidades de credibilidade duvidosa, era muito dificil.
Assim, para fugir da recapitalização geral, criou-se um "cordão sanitario" em volta dos bancos alemães, e só depois desse problema controlado, se começou a pensar no resto da banca que entretanto foi vivendo num mundo artificial de facilidades, agravando os seus problemas, facilidades essas que no final foram pagas muito caro, como todos sabemos.
Merkel, certamente muito pressionada por Schauble e outros radicais, conseguiu implantar a solução alemã numa Europa "de cabeça perdida", com o apoio de Bruxelas, encabeçada por Durão Barroso.
Foi mau, mas sem Merkel teria sido pior, porque não apareceu ninguém a defender uma solução alternativa, que não fossem as que teriam levado rapidamente a Europa ao caos total.
Quanto ao segundo aspecto, do livro de cheques em branco ao sul, acho especialmente ridículo o argumento de alguns que dizem ser anti-democratico, não financiar todas as decisões democraticas dos diversos povos.
Caso tudo o que cada povo democraticamente decidisse tivesse de ser pago pelos outros,, rapidamente teríamos de ter em Frankfurt uma máquina de fazer dinheiro ainda muito maior do que a que já existe hoje, e de seguida, uma inflação de fazer inveja ao Zimbawe de Mugabe.
É evidente que é inviolavel o direito de qualquer país implantar internamente as suas "decisões democraticas", mas não pode para isso exigir que outros venham financiar essas decisões, fora dos compromissos assumidos.
A crise financeira deixou marcas profundas em muitos países europeus, da Irlanda à Grecia, passando por nós e muitos outros, a isto vieram juntar-se os problemas da concorrencia asiática, da emigração e do terrorismo, que afectaram sobretudo outro grupo de países.
Ou seja, a Europa está a viver tempos muito difíceis, financeiros, de modelo social e culturais, tempos portanto perigosos para uma comunidade em formação. Isto já sem mencionar os crescentes perigos externos.
Se não houver um grande bom senso e uma enorme vontade política para ir resolvendo os nossos problemas, dificilmemente o projecto europeu sobreviverá.
Como sempre, a Alemanha terá um papel crucial nesta encruzilhada europeia.
Alemanha essa que nos últimos tempos foi duplamente beneficiada pelos seus parceiros europeus, quando alinharam na sua politica de resguardo da banca alemã e, antes disso, quando nos tempos de Schroeder essa Europa gastava o que tinha e o que não tinha, facilitando a vida a uma Alemanha que nessa altura, já precavidamente, apertava o cinto. Isto para além da enorme e permanente vantagem que representa para a Alemanha o facto de exportar em euros.
Merkel e os seus aliados não vão ser capazes de resolver o imbroglio europeu, os Schaubes da vida nunca o farão nem deixarão fazer.,
É tempo de Schulz, como antes foi de Brandt, Schmitt e Schroeder.

domingo, 5 de fevereiro de 2017



DIOGO FREITAS DO AMARAL É DIOGO DE ANDRADE?

Como já disse num post anterior, é muito estranho que um livro de boa qualidade política, historica e literária, ao fim de seis anos permaneça como filho de pai incógnito.
A única justificação para tal, parece ser a de o seu autor pensar que o conhecimento público da respectiva autoria o pode prejudicar,
Quem, hipoteticamente, teria os conhecimentos necessarios para escrever este livro? Conhecimento não apenas dos factos mas também dos "tiques" das personagens do antigo regime. Afastando historiadores e jornalistas que não teriam razão para querer manter o anonimato, restam-nos os políticos e aparentados.
De entre os políticos, Marcelo Rebelo de Sousa seria certamente o primeiro suspeito, mas, apesar de ser óbvio o seu interesse no anonimato se fosse ele o autor, existem no entanto três razões que afastam essa possibilidade, duvido das suas qualidades de romancista, e muito mais ainda da sua capacidade para criar a personagem feminina do livro, isto para além de que um romance Marceliano teria certamente mais intriga e misticismo e menos erotismo.
Teríamos também Adriano Moreira, que teoricamente o poderia ter escrito, mas que, como "grande senador da república", não quereria certamente assumi-lo. No entanto, também o lado romancista de AM é desconhecido, para além de que, se o tivesse feito, a solução política encontrada, Kaulza/Franco Nogueira, não seria certamente a sua.
Existem outros autores potenciais, como Jaime Nogueira Pinto e José Miguel Júdice, mas que razões teriam eles para esconder a paternidade? Para além deles, na linha de personagens com conhecimento para escrever o livro em causa, outros haveria, mas todos sem razões para esconder a respectiva paternidade, poderia aqui pôr nomes como Alberto Xavier, Augusto Athaíde, etc
No meio deste puzzle resta-me um nome, por acaso (ou não) também Diogo, de seu apelido Freitas do Amaral. Como todo o bom suspeito, tinha os meios, a oportunidade e o mobil.
Tenho assim o meu suspeito perfeito.
Freitas tem experiencia como romancista, e, para além disso, a sua mulher, Maria Roma, que sempre foi tida como uma crítica do antigo regime, poderia ser uma fonte de inspiração preciosa para construção da personagem feminina.
Porque quereria Freitas esconder este seu filho?
Existem duas boas razões para isso, por um lado assumir esta autoria não seria o ideal para um político que se tem vindo a aproximar da esquerda, por outro lado, também talvez não goste de se apresentar à direita como o jovem professor de direito que Marcelo em devido tempo não escolheu para ministro da defesa e que poderia ter mudado a historia de Portugal.
Existiria uma outra hipótese, tanto mais que o livro tem uma parte importante de confronto militar urbano.
Porque não um militar? Mas que razão teria um militar, hoje já na reserva, para não assumir a autoria? Um militar político-romanesco??!!
Continuo a preferir a hipótese Freitas.
Esta é minha teoria, sobre os Diogos, aceito críticas e sugestões.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017



"A DERROTA DO 25 DE ABRIL"
QUEM ESCREVEU?

Este livro, Alvorada Desfeita, um romance, que é o melhor exercício de historia virtual alguma vez feito em Portugal, é de um autor desconhecido.
O livro parte da suposição de que a seguir ao golpe das Caldas, Marcelo Caetano demite o ministro da Defesa e nomeia para o cargo um jovem professor universitario. Na sequencia disso, o MFA é derrotado no dia 25 e Caetano é substituido por um Kaulza já federalista, e depois por Franco Nogueira. Tudo isto entremeado com um romance entre o ministro e uma jovem intelectual de esquerda que o vai traíndo.
Portugal não tem tradição de historia virtual, a tal do "E se ...?", é pena, porque ela ajuda a pensar não só a historia como o futuro. Assim, também é pena que não exista um exercício de sinal contrario, do tipo " e se Otelo tivesse vencido?", já agora com o mesmo nível de qualidade política, e literaria.
Embora tenha uma parte militar bastante detalhada, o romance é muito interessante, não apenas pela parte política mas também pelas considerações de ordem cultural.
Editado em 2010, o livro passou quase despercebido, o facto de ser filho de pai incógnito terá contribuído para isso.
Porque é que o autor nunca assumiu esta sua obra?
Trata-se de alguém que conhecia bem o antigo regime por dentro, alguém que escreve bem, que tem um elevado nível cultural e um espírito aberto, porque se esconde?
Os nomes óbvios que têm sido referidos não fazem sentido, nenhum deles teria razões para esconder este "filho".
Então quem? Tenho as minhas suspeitas, mas apenas isso, sem qualquer indício concreto, para além da análise do texto e dos agentes políticos portugueses. Será ele?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017



DA ESQUERDA À DIREITA
UM RUÍDO ENSURDECEDOR

A esquerda, depois de ter feito tudo errado e deixado Trump chegar ao poder, continua a esbracejar e a repetir os mesmos erros.
Na verdade nem sequer compreendeu o que se passou, por isso não pode compreender o que aí vem, nem o que fazer.
Ter como única estrategia, face aos perigos de Trump, não lhe dar um minuto de descanso, seria bom caso soubesse o que fazer, mas quando não se sabe, esse caminho só conduzirá ao desgaste das hostes e ao fortalecimento do inimigo, cujas bases assistem atónitas a espectaculos de "pussies", para elas degradantes, e assim reforçam a sua crença no novo redentor.
Não é que Trump não seja potencialmente muito perigoso, é exactamente por o ser que não podem ser dados tiros nos pés.
A direita festeja, também ela não sabe o quê.
Festeja sobretudo porque a esquerda está assustada, porque a esquerda foi humilhada e está revoltada, e isso já é suficiente para que a direita comemore.
Comemora-se, talvez com prazer especial, a morte do políticamente correcto, mesmo sem se saber o preço que será pago por isso.
Caso estivesse iminente o rebentar de uma bomba sobre todos nós, essa direita seria também capaz de festejar a morte da esquerda, mesmo morrendo também com ela.
No meio deste ruído todo, não são apenas os habituais primarios, mais ou menos trogloditas, de um lado e de outro, que gritam coisas desconexas e contraditorias, a surpresa é que há gente que pensa bem, envolvida no mesmo turbilhão acéfalo e ruídoso. O pensamento foi suspenso, agora é tempo de combate.
A coerencia e a lógica morreram, o primarismo e todos os ódios estão à solta.
Por entre tudo isto, o centro não comprometido, assiste atónito.
Também ele nada compreende, apenas espera.
Enquanto isso os outros dois lados, cada dia mais radicalizados, querem eliminá-lo, não é tempo para ter gente em cima do muro, a escolha vai ser obrigatoria, todos terão de megulhar de cabeça num desconhecido qualquer.
O silencio e a espera são apenas cobardia, por isso eles são dupla traição, e portanto duplamente criminosos.
Durará isto apenas até que, as muitas e diversas bílis descarreguem os seus venenos, ou vamos mesmo viver tempos perigosos?