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quinta-feira, 30 de abril de 2020

NOT EVEN TRUMP SUPPORTERS BELIEVE HIM, JUST A FEW OF THEM DRINK DISINFECTANT. QUITE DISAPPOINTING!!


CRISE?? QUAL CRISE? O QUE OS MERCADOS DIZEM

Muito estranho o comportamento dos mercados mundiais, com excepçãp do petroleo que teve o colapso que todos conhecemos, os mercados têm-se comportado como se nada de especialmente importante se passasse.
Os principais indices de acções mundiais tiveram uma rapida queda da ordem dos 30 a 40% e depois, quando toda a gente esperava que afundassem, reagiram e subiram em %s iguais às da descida, pelo que agora estão em valores cerca de apenas 10% abaixo dos maximos anteriores, apesar de esses valores terem sido considerados completamente absurdos por muita gente.
O que se passa?
É apenas a intervenção dos Bancos Centrais e de alguns operadores do mercado, que estão artificialmente a aguentar a situação?
Ou será que a enorme crise que se prevê não vai acontecer?

Ao contrario da imagem que a opinião pública tem deles, os famigerados mercados mostram apenas o melhor e o pior da nossa inteligencia colectiva, dos nossos medos e da nossa euforia, da nossa cautela e da nossa ganancia, no entanto, de forma inexplicavel, eles conseguem muitas vezes ver muito para além do que os melhores de todos nós a nível individual conseguem, pelo que é indispensavel dar-lhe sempre o beneficio da dúvida.
Será que os mercados sabem alguma coisa que nós não sabemos?

Talvez seja bom recordar aqui o 11 de Setembro de 2001, o mundo parou estupefacto, muita gente pensou que o nosso mundo tinha acabado, nunca mais a vida voltaria ao normal.
Os mercados financeiros foram então encerrados por 6 dias, quando reabriram os índices de ações tinham caído mais de 10%, o ouro tinha subido mais de trinta, as companhias de aviação e as empresas turisticas tinham caído cerca de 40%.
Em menos de um mês o mercado tinha recuperado todas as perdas eno final do ano estavam já mais de 15% acima, entretanto a vida tinha "regressado a um novo normal" (cheio de rotinas de segurança).

Esta crise será a "mãe de todas as crises" como tem vindo a ser afirmado, ou será "apenas" outro 11 de Setembro?

terça-feira, 21 de abril de 2020



A CORAGEM DE SANCHEZ
E AGORA COSTA??

É necessaria uma boa dose de coragem para, logo a seguir às semanas dramáticas que se viveram em Espanha, começar já amanhâ o processo de normalização da vida economica e social espanhola.
Uma decisão que até se pode dizer temeraria, face aos riscos potenciais envolvidos.
Mas a verdade é que é sempre a necessidade que leva à coragem para a tomada deste tipo de decisões.

Mal Sanchez se tinha sentado na cadeira, á frente do governo de coligação que lhe foi possível, com uma equipe de experiencia e qualidade duvidosas, desabou-lhe uma crise sanitaria de gravidade e dimensões dantescas.
Aquela crise veio juntar-se à crise das autonomias, em especial a da Catalunha, tudo isto em simultaneo com a existencia de uma oposição à direita forte e agressiva, à espera da sua oportunidade e que irá aproveitar qualquer deslize.
Para Sanches ser cauteloso não era sequer uma opção, ele sabe que se a economia desabar por completo, ele desabará com ela.
Pessoalmente julgo que ele poderia ter esperado uma semana mais, não mudava muito o quadro geral.e diminuiria um pouco os riscos. Não foi essa a opção dele, Boa Sorte!

É muito importante para nós que tudo corra bem em Espanha (bem não é perfeito, porque isso seria impossível), por eles, pelo mercado que eles são e, sobretudo, pelo exemplo que serão para nós.

Costa está na posição oposta à de Sanchez, a crise sanitaria tem funcionado a seu favor e, para além da inevitavel crise economica, não existe nenhum outro problema grave que lhe tire o sono, nem mesmo a oposição, que na pratica deixou de existir.
Por isso Costa não vai arriscar nada, está tudo tão bom para ele que, assumir qualquer risco que seja, será sempre um perigo.
Vamos ter que empurrar Costa senão ele apenas se decidirá quando já for demasiado tarde.

É curioso que o primeiro governo europeu a avançar claramente para a normalização, seja o governo mais à esquerda de toda a Europa.
A vida é uma coisa curiosa (agora só faltava Trump adiar a normalização para Junho!!)

COM OS CHINESES INSTALADOS EM ATENAS E ROMA, QUANDO OS RUSSOS CHEGAREM A HELSINQUIA, TALVEZ OS FINLANDESES PERCEBAM PARA O QUE TERIA SERVIDO A SOLIDARIEDADE EUROPEIA

Se não houver solidariedade europeia a China vai aproveitar para "salvar" Italia, o resto do sul é menos importante e pode ficar para depois, nessa altura já controlarão grande parte do Mediterrâneo

O "conforto" das nossas sociedades de consumo habituou-nos à ideia que a guerra é uma coisa que não vai voltar a acontecer por aqui, essa é uma ilusão perigosa, as dinamicas que conduzem ás guerras são eternas. Não digo que estejamos à beira de uma guerra, mas  apenas que estamos numa zona de impasse perigosa, que nos pode levar a perder o controle da situação

segunda-feira, 20 de abril de 2020

ODE NEGRA À EUROPA
(ao Conselho Europeu)
Dizem Eles que graças a ti deixámos de nos matar
nunca mais nos mataremos, uns aos outros, dizem Eles
será assim para sempre, graças a ti ó Nova Europa!
Ilusão perigosa, miragem, erro ou embuste mesmo?
será verdade que tu, com os teus pequenos passos hesitantes
cada vez mais curtos e confusos
vais ser capaz do milagre da nossa redenção?
esqueceremos assim todo o passado, todas as traições, todo o sangue, toda a exploração
todos os ódios, todos os enganos, todas as assombrações
e também as religiões, os pecados, as perseguições, as ilusões ainda não perdidas?
todos os egoísmos, todas as invejas, todas as vinganças?
Será mesmo que todos eles não mais voltarão, e que nada os ressuscitará?
Não compreendem Eles que o que nos une é, ainda, apenas o conforto?
não será a nossa paz, somente a paz dos confortavelmente instalados?
Numa segurança comprada dia a dia, a prestações se necessário
numa comodidade que nos corrompe, embala, inebria, cega e paralisa
Eles, os burocratas, os políticos que mudam a todo o tempo e também os tecnocratas
Eles que da historia têm apenas uma muito vaga ideia
e que do Homem parece nada saberem, julgando que o civilizaram
Eles que dizem conhecer o caminho, Eles sabem sempre tudo, sempre souberam
saberão certamente o caminho deles, quando tudo começar a ruir
Julgam Eles que o Mundo, respeitosamente, como sempre, esperará por nós?
esse mundo que nos inveja, que respeita parte dos nossos sucessos
mas que também sabe quanto teve de pagar para que eles fossem possíveis?
Julgam Eles que que podemos ainda definir as regras do jogo?
Julgam Eles que podemos ainda regular mesmo a cadencia das coisas e do próprio tempo?
Pensam Eles que sem mudarmos tudo, e rapidamente, o mundo vai parar à nossa espera?
será que o mundo o vai fazer porque contraditoriamente, nos foi invejando
outras vezes desprezando, outras respeitando e até muitas vezes odiando
ou será que o mundo o fará apenas por termos aberto mares, o pensamento, a ciência e as tecnologias?
Apesar das humilhações, da vaidade, e da arrogância que nunca sequer escondemos
Será que Eles, os optimistas de serviço, os ignorantes, os ingénuos, os políticos de passagem, as côrtes e sub-côrtes de Bruxelas,
os burocratas, os tecnocratas, e outros, será que todos , todos Eles, julgam que, como ontem
como foi sempre, reverencialmente o mundo esperará por nós, para que tenhamos tempo,
tempo para resolver as nossas querelas internas, de pequenos países ridículos
com os seus egoísmos, os seus passados mal resolvidos e a visão já toldada pela senilidade?
Julgam Eles que teremos sempre tempo, como dantes, muito antes?
Todos sabemos que acabaremos, como romanos, egípcios e outros, antes de nós acabaram
restarão ruínas, pedras, muitas pedras, e historias que parecerão inverosímeis
Mas porque tem de ser tudo tão rápido? tudo tão incompetente? Tudo tão cego?
Não seria possível deixar que nossos filhos, quem sabe até nossos netos,
não tivessem ainda que ver as nossas terras convertidas numa imensa Síria,
fugindo em hordas que ninguém quererá receber, morrendo pelos caminhos
ou mesmo ainda em casa, em memoria de avós que nada viram, nada compreenderam
além dos seus pequenos interesses do dia seguinte e dos seus negócios, tão urgentes como dispensáveis
Talvez portugueses, ingleses e outros poucos,ainda tenham tempo e arte para se esgueirar pelo Atlântico
como sempre fizeram,
mas mesmo que assim seja, serão apenas tristes jangadas de pedra, feitas de sonhos perdidos
órfãs de irmãos e primos, entretanto mergulhados nas chamas dos infernos
Como sempre aconteceu aos grandes quando se deixaram tornar irrelevantes
Seremos pasto de dor, bombas, destruição e loucura
Então, no meio dos escombros será clara, a pequenês dos nossos egoísmos
e o ridículo das nossas questiúnculas,
filhas dos nossos orgulhos e dos nossos medos, mães da nossa desgraça
nossa dos que aqui ficarem até ao fim, como sempre acreditando que tudo acabará por correr bem

terça-feira, 14 de abril de 2020

NOVO ESCÂNDALO "A LA BPN"?? FUNDOS DISTRIBUÍDOS SEM CONTROLE??




domingo, 12 de abril de 2020



A HOLANDA VIVE À CONTA DO EURO??

De nada servem as declarações bombásticas contra a Holanda, na verdade eles estão-se "nas tintas", sempre estiveram, a sua moral funciona sob outras regras e sempre se deram bem com isso.
A única coisa que verdadeiramente pode preocupar os holandeses são as consequências nos respectivos bolsos e até agora ninguém tocou nisso de uma forma séria.
A Holanda como paraíso fiscal para os lucros de grandes empresas europeias é de facto um problema, mas menor em relação ao que está em causa.
Já me preocupa mais o que a Holanda poderá estar a fazer com as receitas de IVA, pagas por essa Europa fora a companhias "holandesas".
Mas, para além disso e sobretudo, a grande questão é a forma como a Holanda montou uma maquina que lhe permitiu de facto ser a grande beneficiaria do euro no comercio internacional, muito mais ainda do que a Alemanha.
Apesar da Holanda ser um pequeno país comparado com a Alemanha, os seus saldos comerciais intra-europeus (não consigo obter os apenas da zona euro) são cerca de quatro vezes os alemães!! Ou seja, vinte vezes, se considerarmos esses saldos per capita!!
Enquanto os superavits comerciais (mercadorias) intra-europeus da Alemanha foram de 42 e 56 mil milhões em 2018 e 2019, os da Holanda foram de 191 e 192 mil milhões.
Os valores referidos são os actualmente disponíveis para os 11 meses de cada um dos anos, de Janeiro a Novembro, para totalidade dos anos os valores aumentarão cerca de 10% mas a proporção manter-se-á.
É aqui que está o ponto fraco da Holanda, é aqui que se pode obrigá-la a "vergar" e não com declarações piedosas, mais ou menos bombásticas.
É preciso trabalhar, com um trabalho bem feito os aliados serão muitos, para além do grande prejudicado por este estado de coisas que é França, até a Austria e a Finlândia são também prejudicadas.
É necessário finalmente tornar efectiva a penalização dos superavits excessivos dentro da zona euro, o resto é secundário

sábado, 11 de abril de 2020



A MORTE

Sobretudo a partir de uma certa idade os nossos diálogos com a morte vão sendo cada vez mais assíduos e intensos, ou melhor, os nossos monólogos em que imaginamos respostas nos silêncios da outra parte.
Claro que em tempos de epidemia essas conversas tornam-se ainda mais habituais, isto embora, como dizia L.F.Celine, o escritor (e médico) maldito, a todo o momento "um cancro qualquer pode estar a destruir-nos por dentro, ânus acima".

Os que têm fé, de qualquer religião, têm a grande vantagem de não ter de falar com a referida Senhora, eles falam apenas e directamente com Deus, que também, julgo eu, não lhes responderá, mas graças à sua fé torna-se fácil acreditar que todos os sinais são respostas Suas.
De entre os mais religiosos, existe o grupo mais puro que anseia por juntar-se ao seu Deus no gozo da vida eterna, ou, sendo muçulmano, às prometidas centenas de virgens. Para todos esses, julgo que raros, a morte será mesmo a grande Meta.
No entanto, para o comum dos crentes as coisas não são assim tão fáceis, torna-se necessário explicar bem, e directamente a Deus, que apesar da enorme ambição de se Lhe juntar, de facto se pensa que talvez ainda não seja o momento certo, existem umas tantas coisas que ainda têm de ser feitas, (muito importantes essas coisas!).

Na verdade crente ou não, esses diálogos devem ser muito parecidos, tentando explicar que o que correu mal afinal teve a sua justificação e que existem ainda muitas coisas que poderá fazer para melhorar o "curriculum", se tiver um pouco mais de tempo.
Mais tempo, algum tempo mais, esse vai passando a ser o grande objectivo..
Ninguém vai dizer que quer esse tempo para fazer mais umas viagens, ou para umas comezainas mais, uns copos, ou mesmo para umas últimas festas, não, nada disso, mais tempo apenas para actividades piedosas, familiares ou socialmente úteis, tudo a bem da comunidade. Promessas essas que durarão tanto tempo quanto o susto.

E assim vamos mantendo os nossos diálogos com Ela. Oobjectivamente diálogos totalmente inúteis, mas talvez haja algum conforto neles, apesar de mais ou menos mórbido

Tudo isto me faz lembrar a estoria de um dos maiores Grão-Mestres da Ordem de Malta, que exerceu o cargo por mais de 30 anos, Frei D. Manuel Pinto da Fonseca, a quem, no seu leito de morte, no final da sua confissão, o confessor lhe pergunta pelo que acontecera com a "Caixa da Esmolas para qualquer coisa.....", isso por ele não ter referido esse facto entre os seus pecados, ao que o Grão Mestre terá respondido: "deixa, que esse assunto eu depois explico lá em cima".
Parece-me que haverá muita gente com muitas coisas para esclarecer, cá em baixo e "lá em cima"

PS - Não sei se este texto pode ser considerado adequado à época.
Escrito enquanto aguardava o resultado do teste ao Covid (negativo)

sexta-feira, 10 de abril de 2020




PASSATEMPO??!! PORQUÊ?? VC JÁ DESCOBRIU MANEIRA DE ELE NÃO PASSAR?? APROVEITE O TEMPO QUE LHE RESTA, NÃO O PASSE!!

segunda-feira, 6 de abril de 2020



COVID - PORTUGAL NÃO ESTÁ BEM

Tenho defendido a utilização de um indicador para medir o nível de "controle da epidemia" em cada país, esse indicador foi o 1º a indicar a reversão da situação na China, depois na Coreia, e também na Europa, com a Alemanha, a Belgica, a Suissa, etc
Há já mais de uma semana, aquele indicador deu essa informação de reversão em relação a Espanha, como aqui referi, e nessa altura também as primeiras indicações de que a situação em Italia começava a melhorar, melhoria essa que se veio a concretizar na passada sexta-feira.
O indicador é obtido pela divisão da soma do nº de mortos e de de casos graves pelo nº de recuperados, seria portanto:
(mortos+graves)/recuperados.
Como os criterios de recolha e divulgação de dados variam de país para país e também ao longo do tempo os resultados têm de ser analisados com cuidado.
Apesar disso até agora apenas no caso da Dinamarca constatei um erro significativo, isto porque durante algum tempo o país se atrasou na informação do nº de recuperados, pelo que quando essa correcção foi feita o indicador passou de muito negativo (acima de 1), para muito positivo.
Neste momento existe na Europa uma serie de países que, face à informação divulgada, estão numa situação muito negativa, são Portugal, a Holanda, a Suécia, o RU, a Irlanda e a Noruega, isto para além de outros países em que a pouca informação disponivel não permite calculos minimamente seguros.
Em todos aqueles países europeus o nºde mortos somado com o de casos graves é muitas vezes superior ao nº de recuperados.
São apenas problemas de informação estatística ou tratam-se de facto de situações totalmente fora de controle?
Esta dúvida é especialmente importante em relação a Portugal, por sermos o parente pobre desta lista e, portanto, quem terá menos dinheiro para tentar resolver o problema, se ele for real.
Outro caso interessante são os EUA, onde o descalabro prevísivil ainda não aconteceu, o referido indicador tem andado pouco acima de 1, o que significa que embora o sistema esteja sob enorme stress ainda não entrou em ruptura, este facto, conjugado as melhorias sentidas em NY,, talvez venham a permitir que o anunciado desastre total não aconteça.

domingo, 5 de abril de 2020



NÃO SERÁ O FIM DO MUNDO. MAS É O FIM DE UMA ÉPOCA

Hobsbawm dizia que o Século XIX foi um século longo de 125 anos, que começara com a Revolução Francesa e acabara apenas com a Primeira Guerra Mundial. Já o século XX teria sido muito curto com apenas 75 anos, entre o inicio daquela guerra e a queda do muro de Berlim.
Poderá 2020 vir a ser tão marcante na historia da humanidade que leve os historiadores um dia a dizer que o SecXXI foi o mais curto de todos com apenas 31 anos (1989/2020)?
Ou será que este período de 31 anos é apenas o equivalente aos 43 anos da "Belle Époque" (desde o fim da guerra Franco-Prussiana em 1871 até 1914)?
O que me parece certo é que vamos assistir a uma enorme mudança nas nossas sociedades, "daqui para a frente tudo vai ser diferente" (como dizia a canção).
Há algum tempo que se avolumavam sinais que indicavam o risco de enormes mudanças, coisas que nos lembravam os anos loucos do inicio do SecXX.
Não eram tanto os níveis de desigualdade, que historicamente já foram mais altos, era mais o culto dos bens de luxo, da ostentação e da futilidade, que atingiram níveis completamente estrato-esfericos.
Eram os relogios de dezenas ou centenas de milhares de euros, os automoveis que passavam o milhão de euros,os aviões privados de dezenas de milhões, ou os yates, as casas e as obras de arte de centenas de milhões, isto para não referir as carteiras, sapatos, vestidos e joias das senhoras, ou as festas privadas também de muitos milhões.
A mesma ostentação da Belle Epoque, mas agora "democratizada", alargada a uma maior percentagem da população e exibida por todos os meios de comunicação, novos e tradicionais.
Sociedades onde se achava normal que um jogador de futebol, assim como outros desportistas e artistas, ganhassem dezenas de milhões de euros por ano.
Isto para além do enriquecimento ilícito, da corrupção e de remunerações milionarias pagas a alguns gestores que apenas criavam valor para eles proprios.
Uma sociedade assim, que simultaneamente destabilizava o mundo de acordo com os seus interesses imediatos, e depois se limitava a procurar conter fora das suas fronteiras os estragos das suas politicas, tinha obviamente de ser uma sociedade doente.
No inicio do SecXX tivemos a Grande Guerra, e já na parte final da guerra veio a ela sobrepor-se a pandemia da "gripe espanhola".
Desta vez corremos o risco de que seja ao contrario, que a guerra venha depois (ou tambem ainda em simultaneo) da pandemia.
Na pandemia da gripe espanhola morreu qualquer coisa entre os 3 e os 6% da população mundial, o que hoje em dia quereria dizer, face à população actual, um valor entre os 200 e os 400 milhões de mortos.
A guerra volta agora a ser um risco em cima da mesa, risco que a todo o custo temos de tentar evitar. As intrigas, as suspeitas, as fake-news, aumentam o risco de um qualquer passo em falso, daqueles que podem arrastar-nos na vertigem dos processos imparaveis.
A pandemia vai trazer fome e mortes, muitas mortes, isto num mundo em que já existem enormes ressentimentos acumulados, entre blocos, entre países e mesmo entre regiões, e também entre grupos sociais e étnicos diversos.
O mundo converteu-se num paiol global e basta um incendiario para que tudo acabe numa fogueira imensa.
Nunca foi necessaria aos politicos tanta visão, determinação, prestígio e bom senso como agora, no entanto, olhando para os actuais líderes politicos dos países mais importantes talvez poucas vezes o cenario tenha sido tão desolador como ele é hoje.
É neste quadro, com a nossa diminuta dimensão e importancia, que temos de traçar a nossa estrategia para o caso de o mundo não "pegar fogo".
É por isso que é imperioso que, neste cenario pré-dantesco, logo a partir do inicio de Maio, se comece de forma gradual a reactivar a economia, porque depois tudo poderá ser demasiado tarde.
No meio de tudo isto, a única coisa certa é que a "Belle Époque-2" acabou.




A CORRUPÇÃO MATA MAIS QUE O COVID. PORQUE É QUE ELA NUNCA TEVE DIREITO A UMA EMERGÊNCIA? NEM SEQUER A UMA "LEIZINHA" DECENTE?