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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020




O RACISMO E OS PORTUGUESES
(DANIEL OLIVEIRA E OUTROS)

Era minha intenção não voltar aos grandes textos, que poucos lêem e exigem algum tempo para produzir.
No entanto a importância deste tema para o nosso futuro colectivo e o volume de disparates que sobre ele se vão propalando, obrigam-me a este esforço.
Estou convicto de que se a actual falta de senso sobre estes problemas continuar a prevalecer, nas próximas eleições presidenciais Ventura ultrapassará facilmente os 20%, e a partir daí tudo será possível.

Para facilitar aos leitores a selecção de algum tema que lhes possa interessar neste longo texto, refiro abaixo o índice:

1-O "Ensaio" de Daniel Oliveira no Expresso

2-Portugal e a Escravatura

3-Colonialismo Português igual ao dos outros?

4-Colonialismo Tardio

5- Portugal dos mais racistas da Europa?

6-O que é o Racismo

7-Combater o Racismo

1- O "Ensaio" de Daniel Oliveira

Quero começar por dizer que sou um leitor assíduo de Daniel Oliveira e embora muitas vezes não concorde com ele, reconheço-lhe uma enorme capacidade de análise e também de síntese,
Ao contrario de muitos textos seus que, apesar de curtos, podem justamente ser classificados como ensaios, este texto nada tem de ensaio, não é possível descortinar nele uma tese e a sua demonstração/defesa, trata-se de facto apenas da apresentação de uma serie de teses sem qualquer demonstração, em resumo, o texto é apenas um grande desabafo.
É pena que assim seja, o país certamente não precisava deste texto, sobretudo neste momento.

2-Portugal e a Escravatura

Nem Portugal nem a Europa inventaram a escravatura, nem mesmo o esclavagismo africano, que ali já estavam implantados muito antes dos países europeus lá chegarem. Os europeus apenas desviaram a corrente do trafico de escravos do eixo africano Sul/Norte para o Atlântico.
Também não foram os europeus que andaram pelas "savanas" africanas a perseguir potencias escravos, esse trabalho era feito desde há muito pelos povos locais, que, no contexto das permanentes lutas tribais faziam escravos os inimigos que não matavam, esses escravos depois ou eram mantidos junto dos vencedores ou vendidos para as redes esclavagistas continentais, tendo como principal destino o norte de África.
O Grande Pecado europeu foi ter entrado nesse "negocio" quando a moral oficial europeia já não admitia tais praticas, pecado agravado por ter dado uma muito maior dimensão a essas praticas, quando as transformou num negocio Intercontinental, para um mercado imenso e sedento de mão de obra.
Tudo o que se passou nesses tempos foi imoral, mesmo para os padrões da época e claramente criminoso aos olhos de hoje, mas tal só foi possível pelas praticas milenares desses povos,
Nestes processos os únicos inocentes foram os que acabaram sujeitos à escravatura, todos os outros foram culpados, por acção ou omissão. Se fossemos agora procurar entre os nossos avós todos os culpados, brancos e negros, a lista não será bonita de se ver, mas para que serviria isso?
Sempre que a logica dominante for a de Rousseau e do seu bom selvagem, versão tão querida à esquerda, não iremos a lado nenhum, apenas construiremos um radicalismo oposto a esse radicalismo do bom selvagem e da maldade do homem branco.
Este tipo de raciocinios no limite levariam a que a Alemanha viesse a exigir indemnizações a Itália, pela quantidade imensa de escravos germânicos feitos por Roma!
Ou vamos ser sérios, analisamos a nossa historia à luz da realidade do que eram e do que fizeram as nossas sociedades em cada época, ou não iremos compreender nada do que se passou, nem evitar erros futuros e apenas fomentaremos a radicalização que não controlaremos.

3-Colonialismo Português igual ao dos outros?

O colonialismo português teve características muito especificas que não fazem dele um colonialismo "bonzinho", mas um colonialismo com características especiais que não podem nem devem ser ignoradas.
O nosso colonialismo foi diferente pela sua antiguidade, pela nossa dimensão, pela nossa pobreza, pelo impossível sonho imperial, pelo tardio e sobretudo pela nossa personalidade individual.
Samora Machel, o presidente que, para mal de Moçambique e da Lusofonia, morreu demasiado cedo, explicou melhor do que ninguém essa característica portuguesa que nos fazia diferentes dos outros colonizadores. Machel, que tinha uma relação de amor-ódio com Portugal e os portugueses, dizia que numa conversa com outro presidente africano em que lhe contava como os portugueses o tinham ensinado a apreciar o vinho e a distinguir a qualidade dos diferentes vinhos, ao que o outro presidente lhe terá dito "vocês tiveram sorte, a nós os ingleses nunca nos ensinaram nada das coisas do mundo deles".
Podemos também lembrar o conto de Somerset Maugham, sobre o Governador inglês de uma minúscula colónia inglesa perdida no Pacifico (ou local semelhante), que anos a fio, todas as noites vestia o seu smoking para jantar sozinho na mesa impecavelmente posta pelos criados indígenas, sempre solitário, aguardando apenas a ordem de regresso a Londres, ordem essa que ao que parece nunca chegou., isto tudo no meio de uma população indígena que nada lhe dizia. É óbvio que isto seria impossível com qualquer governador português, que, o mais tardar ao segundo dia, estaria já na sanzala a conviver com quem por lá andasse.
Fico pelas razões que advieram das nossas características pessoais e que justificaram parte das nossas diferenças como agentes coloniais, para entrar nos outros pontos (dimensão, pobreza, sonhos imperiais,etc) seriam necessários longos textos, que não cabem aqui.
O nosso colonialismo não terá sido bonzinho, mas foi certamente diferente e isso deveria ser estudado de forma objectiva.

4-Colonialismo Tardio

Aqui Daniel Oliveira tem razão, o nosso colonialismo efectivo é tardio, tão tardio que é quase espantoso como foi possível atravessar todo o secXIX e grande parte do XX, sem ter perdido essas colónias para outras potencias, isso foi conseguido por via de uma boa diplomacia e da tenacidade dos nossos colonos, aventureiros ou não.
O nosso colonialismo foi tardio por causa da nossa pobreza e da nossa desorganização.
Apenas depois de Salazar arrumar as contas públicas e depois de acabada a 2ª Guerra Mundial se pôde começar a pensar e executar uma politica colonial/ultramarina.
A verdade é que o nosso colonialismo tardio, foi ao longo de mais de cem anos, culpa de diversos governos, monárquicos e republicanos, autoritários e democráticos, mas o que interessa discutir não é como isso aconteceu, até porque em linhas gerais isso é conhecido.
A grande questão é saber se o colonialismo tardio foi bom ou foi mau? E para quem foi bom e para quem foi mau?
A direita e a esquerda que me desculpem, mas para mim esse colonialismo tardio só foi mau para Portugal (o chamado Continente e Ilhas) e foi bom para a Lusofonia (valha isso o que valer) e para as ex-colónias.
Foi mau para Portugal porque nesse processo perdemos enormes recursos, em especial de vidas humanas, durante os 13/14 anos de guerra, além de que, esse esforço colonial final, atrasou enormemente a nossa integração na Europa moderna.
Foi bom para as ex-colónias porque se não tivesse existido esse último fôlego do colonialismo tardio, essas colónias teriam sido desmembradas e dividas entre países vizinhos, além de dilaceradas por enormes guerras mais ou menos tribais. Isto, porque foi apenas o colonialismo tardio que permitiu de facto a expansão da utilização da língua portuguesa como elemento de unidade nacional e de diferenciação dessas ex-colónias em relação aos países vizinhos.
Para o bem ou para o mal, dificilmente esses países existiriam hoje se não tivesse existido o tal "colonialismo tardio".

5-Portugal dos mais Racistas da Europa?

Sem dúvida que existe racismo em Portugal, racismo esse que será maior que em alguns outros países europeus, como seja o caso francês e talvez alguns outros, mas o pior é que esses níveis de racismo podem vir a aumentar se se continuarem a acumular erros neste campo, tema esse que será desenvolvido no ponto seguinte.
Neste ponto quero apenas referir um estudo recente, que é citado como científico, que analisa os diferentes níveis de racismo nos países europeus, estudo que foi divulgado recentemente e que teve eco na comunicação social, tendo nela sido referido por Conraria, Marques Lopes e Daniel Oliveira.
Aquele estudo atribui a Portugal péssimos resultados tanto em termos de racismo biológico, como também de racismo cultural.
Para quem conheça minimamente a Europa, os resultados são totalmente incompreensíveis, não sei se o problema foi a amostra utilizada, a formulação das questões ou mesmo a falsificaçaõ da aplicação do estudo noutros países, mas é óbvio, para qualquer pessoa que conheça bem a realidade europeia, que o estudo é um aborto
Alguém acredita que os níveis de racismo sejam mais baixos na Hungria ou ou na Polónia do que em Portugal?
Que o estudo é um disparate, pago pelos dinheiros públicos, não pode haver dúvida, se isso aconteceu por incompetências diversas ou se faz parte de alguma agenda politico-social é que seria interessante saber.

6-O RACISMO

Para enquadrar o problema é indispensável começar por uma analise do que é o racismo em termos gerais.
Dos identitários de direita até ao identitarismo de esquerda, existem muitas teorias sobre racismo, todas elas são obcecadas apenas pelo conceito de raça.
Julgo que a base do racismo só aparentemente é simplesmente a raça, o racismo corresponde a um fenómeno humano que tem a ver com os nossos medos ancestrais, com os contextos históricos e geográficos dos diferentes povos e com a instrumentalização politica daqueles medos e contextos.
Curiosamente, dizer que existem povos racistas e outros que o não são, é em si mesmo uma concepção racista pelo que afirmar que o racismo é um exclusivo branco (ou de qualquer outra cor) é em si mesma uma declaração racista.
Não é a raça que determina o racismo, mas sim os medos, a historia e os aproveitamentos político-económicos que artificialmente são construídos..
O racismo tem que ser compreendido como aquilo que ele intrinsecamente é, ou seja como um fenómeno humano, portanto de todos os humanos.
Ao longo de dezenas de milhares de anos, os humanos e os seus antepassados, tal como os outros animais, só sobreviveram graças ao medo e à desconfiança, desconfiança de tudo mas especialmente do que fosse diferente, e não existe nada mais estranho que um outro humano que seja aparentemente muito diferente e simultaneamente muito semelhante, é essa a base do racismo.
Em cima daquela base veio a longa historia dos encontros e desencontros daqueles humanos fisicamente diferentes entre si, que, como todos os humanos, se guerrearam, se mataram, se escravizaram, se alternaram no poder e que por essas vias se foram aproximando e afastando, com resultados mais ou menos traumáticos.
Não quero com isto dizer que o racismo seja igual em todos os países,isto embora a origem do fenómeno seja a mesma.
O racismo tem diferentes características e intensidade de país (região) para país, mas essa diferenças nada têm a ver com as raças envolvidas, mas sim com a historia dos contactos desses mesmos povos com outros povos diferentes, assim como com questões de ordem económica, social, cultural e política.
Naquele quadro é óbvio que populações de países com menor contacto com povos diferentes, ou com experiências muito negativas desses contactos, sejam mais "desconfiadas-racistas", como seria por exemplo o caso dos países da Europa Oriental e tendencialmente o caso de todos os povos de regiões mais isoladas ou mais martirizadas por invasões diversas. Neste quadro o racismo relativamente a povos nómadas (ou semi-nómadas) reveste características especiais e diferentes.
Para além deste racismo "natural", existe um outro tipo de racismo, substancialmente mais perigoso, que é o racismo instrumental, o racismo que é construído com objectivos políticos, económicos ou sociais. Nestes casos diaboliza-se a "diferença", seja física, cultural ou religiosa, para atingir outros fins.
A historia, e até o presente, estão cheios de exemplos dessa instrumentalização.
Para Portugal é imperioso combater, reduzir e anular o "racismo natural" e sobretudo não dar tréguas ao racismo instrumental, venha ele de onde vier. Isto tanto mais que os níveis de racismo são facilmente agravados em qualquer crise económica ou social.

7- Combater o Racismo

Combater o racismo tem de ser uma prioridade nacional, por causa da nossa historia e sobretudo por causa do nosso futuro.
Seremos cada vez mais um país de imigração, sobretudo vinda de outros países de língua portuguesa, mas esse processo só terá sucesso e será benéfico para todas as partes se existirem políticas públicas que baixem o nível de conflitualidade potencial.
O nosso maior problema nesta área é a baixa percentagem de negros que em Portugal ascende às classes médias, mas isso não pode ser encarado como um problema a resolver com quotas para os negros, o que apenas viria agravar de forma violenta os problemas raciais em Portugal, nós precisamos é de quotas/apoios para os mais pobres, independentemente da sua cor.
Para combater o racismo é indispensável impedir a guetização, garantir a segurança publica para todos os cidadãos, emigrantes ou não, investir forte na educação e na promoção social dos extractos mais pobres da população independentemente das respectivas raças, assim como impedir que a criminalidade se aproveite dos mais desprotegidos e recrute nessa juventude para o mundo do crime, tem também de ser feito trabalho a nível cultural, desportivo, de actividades sociais e de comunicação que normalize o relacionamento inter-racial, é também preciso re-educar as forças de segurança, mas fazendo-o de de uma forma inteligente (são eles que apanham directo com toda a conflitualidade) e não com o tipo de medidas habituais.
É indispensável não pensar que o racismo se pode combater com racismo de sinal contrario, como é também necessário que a comunicação social enverede por outro caminho em relação às questões raciais, embora ela não possa ser caixa de amplificação dos conflitos que se verifiquem, ela tem de ser um palco permanente de procura de soluções e não se refugiar no "assunto tabu".

domingo, 2 de fevereiro de 2020



O CORONAVIRUS ESTÁ MUITO ARREPENDIDO

Em declarações à imprensa o Vírus manifestou o seu profundo arrependimento por ter tentado expandir-se na China.
O regime totalitário daquele país ter-lhe-á criado enormes dificuldades, "dificuldades essas profundamente injustas, os vírus também têm direito à vida!" declarou o Vírus em causa.
O Vírus terá dito ainda que da próxima vez irá directo para Portugal, país onde não existe o obsceno e imoral regime da quarentena.
O Vírus terá declarado ainda que naquele país do sul da Europa espera contar com o apoio de uma nova mas já celebre deputada, identitarista de esquerda e defensora de todas as minorias e géneros, que certamente apoiará a justa causa do tão maltratado Corona.

sábado, 1 de fevereiro de 2020





SERÁ QUE MARTA TEMIDO VAI SER A PRIMEIRA VÍTIMA DO CORONAVIRUS EM PORTUGAL?
Calma! Não estou a falar de morte física.
Estou a referir-me apenas à morte política da senhora!
Como é que um avião fretado pela Comissão Europeia vai à China buscar algumas centenas de europeus, estando previsto que todos esses cidadãos sejam retidos em quarentena de pelo menos 14 dias nos respectivos países e apenas em Portugal! tal não está previsto!
Apesar de existir o risco de haver algum infectado nesse grupo de algumas centenas de pessoas, grupo esse que vai estar por longas horas fechado num avião, apesar de tudo isso, a ministra acha que basta falar com as pessoas e se tudo estiver bem cada um vai para onde quiser!
O que eu tenho esperança é que alguém em Bruxelas, já que em Lisboa parece que isso não vai acontecer, se aperceba das intenções da ministra e determine o que tem de ser feito