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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014



GRÉCIA, O LABORATÓRIO

O ano acaba com a garantia de eleições antecipadas na Grécia, o que é uma óptima notícia para os cientistas políticos, mas tudo leva crer que péssima para a população grega, já tão sofrida.
A notícia é boa para os cientistas políticos porque abre a possibilidade de surgirem respostas reais a uma série de questões e esse interesse será tanto maior quanto maiores forem as mudanças na Grécia, quase que quanto pior melhor.
Quais são as grandes questões em aberto:
- Como reage um eleitorado da periferia europeia depois de sofrer anos de austeridade, quando tem de escolher entre uma solução "realista" e a "aventura" mais ou menos populista?
- Caso a direita ganhe até que ponto os apoios europeus serão mais vigorosos do que até aqui?
- Caso o Syriza ganhe vai rapidamente transformar-se num realista ou irá mesmo partir a loiça toda?
- Irá o Syriza iniciar de facto uma nova experiência de socialismo democrático? Com que contornos? Irá destruir a economia?
- Como irá a Comissão europeia gerir os acontecimentos subsequentes? E o Banco Central Europeu?
- Que solidariedades internacionais irá o Syriza conseguir? Vamos assistir a experiências que destabilizem ainda mais o equilíbrio geopolítico da região?
- Qual vai ser a reação dos outros eleitorados europeus aos acontecimentos na Grécia? O Syriza vai ser uma vacina contra os populismos na Europa ou o início de uma nova vaga?

e por aí fora...

Tempos interessantes..., esperemos que os custos sociais não sejam demasiado grandes.

domingo, 28 de dezembro de 2014




AS PT's , OS TRABALHADORES , OS ACIONISTAS E A AG

Vem agora Isabel dos Santos queixar-se do Conselho de Administração da SGPS por ter inviabilizado a sua OPA, não sei o que aquele conselho fez, sei sim das dificuldades postas pela CMVM. Seja como for duvido da capacidade actual do grupo de Isabel dos Santos para se lançar na aventura de um "operador de base lusófona", face às dificuldades previsíveis para o futuro próximo da economia angolana.
Muito provavelmente ficaremos todos sem saber se a solução de Isabel dos Santos seria boa ou não para trabalhadores da PT Portugal e/ou para os acionistas da PT-SGPS.

O que parece estar agora sobre a mesa é apenas a decisão de autorizar ou não a venda da PT Portugal à Altice, decisão essa que vai depender dos acionistas da PT-SGPS. Quem são hoje os acionistas desta empresa? Será que a OI directa ou indirectamente já controla parte do capital suficiente para conseguir esta aprovação? Esta aprovação faz sentido para os acionistas não ligados à OI? A aprovação é boa ou má para os trabalhadores da PT Portugal?

Para responder a estas questões temos de voltar atrás e responder a uma outra pergunta, como é que foi possível uma operação de fusão em que os acionistas da empresa perderam mais de 80% do valor do seu património (1)? Vinte desses 80% são consequencia da operação da Rio Forte, de qualquer modo os outros 60% são apenas consequencia directa da fusão. Ninguém viu nada? Nem a SEC americana? Nem a CMVM? Nem o CA da PT-SGPS? Nem as Comissões de Auditoria, os auditores externos, as Comissões de trabalhadores, os sindicatos?

Se não fosse de mau gosto fazer uma comparação com o holocausto diria que a forma como acionistas e trabalhadores se deixaram cozinhar em lume brando é semelhante. Talvez seja melhor ficarmos pela história do rei que ia nú, numa monarquia absoluta nunca ninguem na corte reconheceria semelhante facto, as cortes existem e vivem de exactamente  não o fazer, elas existem apenas para  elogiar as vestes do rei, mesmo que toda agente saiba que ele vai nú. Ou seja, em toda esta história, para que tudo tivesse corrido bem, faltou apenas a criança inocente, de olhar límpido e claro que tivesse, em devido tempo, gritado a verdade, faltou na PT como faltou no BES. E como entre nós nunca há culpados, o único culpado é óbviamente a criança que não gritou, procure-se a criança!

E agora? Para trabalhadores e acionistas a única solução boa seria a reversão da fusão, o que o próprio CA da SGPS veio apresentar como possível, se assim for a venda da PT à Altice tem de ser parada na proxima AG.

Caso a fusão não seja reversível a venda à Altice pode ser a solução menos má para os trabalhadores, não porque aquela empresa não venha a fazer grandes cortes no pessoal ou porque seja certo que venha a concretizar o seu anunciado desejo de se converter num grande operador de telecomunicações, mas apenas porque será melhor para os trabalhadores passar a um quadro claro com um novo acionista que pelo menos para já quer administrar a empresa, do que arrastar-se dentro de um grupo brasileiro que não tem qualquer interesse na empresa, além de a vender rapidamente, em bloco ou retalhada.

Quanto aos acionistas parece-me não fazer qualquer sentido a autorização da venda à Altice, o seu único poder efectivo dentro da OI reside nisso, o poder de autorizar uma possível venda da PT, logo não o pode fazer sem contrapartidas, seja no limite do ideal a reversão da fusão mesmo que com algumas perdas ou, no mínimo dos mínimos, com uma compensação que reduzisse de forma significativa a sua actual perda de mais de 80%.

Vamos ver o que se segue até à Assembleia Geral de 12 de Janeiro.




(1)- em termos aproximados, no processo de fusão a PT- SGPS entregou à OI e seus acionistas a PT-Portugal com valor equivalente à sua dívida, mais algumas participações societárias e 4.300 milhões de euros, o que daria um valor superior a 5.000 milhões para o patrimonio líquido da PT-SGPS naquela data, actualmente o valor da empresa é inferior a 1.000 milhões

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O CA DA PT-SGPS E A VENDA DA PT

Vem agora o CA da PT-SGPS dizer que tem dois pareceres que podem fundamentar a anulação da fusão com a OI.

Não podemos esquecer que foi este CA, com apenas algumas alterações, que aprovou todo o negócio PT/OI, pelo que  este tipo de notícias tem de ser visto com o maior cuidado.

Isto não quer dizer que a notícia em si não seja positiva, e que o CA não tenha feito bem em obter estes pareceres, mas apenas que isso não chega, é aliás muito pouco.

Todos sabemos que, por um lado, pareceres em Portugal pode haver tantos como professores de direito e por outro lado, que um parecer é apenas uma base para actuar, um parecer na gaveta não serve para nada.

Que vai o CA fazer com os pareceres? Essa é a grande questão. Vai iniciar acções em Portugal, Brasil e Estados Unidos para os tornar eficazes? Vai levá-los a uma Assembleia Geral de accionistas para que eles decidam o que fazer? Ou vai guardá-los com muito carinho, apenas para dizer que o CA fez a sua parte?
A CMVM E A OPA DE ISABEL

A digníssima CMVM que tem andado a dormir há longos anos, como o demonstram os casos da Cimpor, BCP, PT e BES, entre outros, resolveu agora acordar para mostrar serviço.

Formalmente a CMVM até pode ter razão, a lei diz que o valor oferecido em OPA não pode ser inferior à cotação média dos últimos seis meses, simplesmente esses últimos seis meses envolvem duas PT's diferentes, uma que teria 37%  da OI e outra que apenas tem 26%   . Logo é evidente que o que está em causa agora é a PT que tem apenas os referidos 26%  e mais um direito potencial futuro de aquisição do restante, pelo que seria a média das cotações depois de conhecida essa realidade que deveria ser considerada, sem se ter em conta as cotações de uma empresa que se julgava existir mas que na verdade não existia.

O problema dos reguladores que ao longo do tempo se vão demitindo do exercício das suas funções é que quando finalmente se sentem pressionados, não têm nem coragem, nem legitimidade, para fazer o que deve ser feito, limitando-se a refugiar-se em  interpretações restritas da lei.

Mais outro brilhante serviço que a Nação fica a dever à digníssima instituição.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

PORQUE NÃO DEIXAR FALIR A TAP?


Quantos biliões (milhares de milhões) custou já a TAP aos cofres do Estado português nos últimos 40 anos? Porque ninguem apresenta essas contas? Porque esse mesmo dinheiro não foi empregue a salvar outras empresas que foram à falencia? Para defender uma companhia de bandeira, aliás criação imperialista da longa noite fascista? Ou tudo isto acontece, apenas porque dada a sua relevancia os sindicatos se apoderaram da empresa como sendo coisa sua e fonte do seu poder? Porque é que hoje já poucos países têm verdadeiras companhias de bandeira e para nós isso é um drama nacional?

As empresas não pertencem apenas aos seus acionistas, mas tambem não pertencem exclusivamente aos seus trabalhadores, as empresas existem para satisfazer um cojunto complexo de interesses, começando pelos clientes e as comunidades em que as empreas estão inseridas, passando pelos fornecedores, pelos acionistas e trabalhadores. A ordem dos factores pode ser discutível mas isso não altera em nada as conclusões.

Se a TAP falir poderemos ter no máximo 6 meses de cofusão, mas entretanto outras companhias ocuparão o seu espaço, muito provavelmente com melhores preços e qualidade. Quanto aos trabalhadores, os melhores serão certamente recrutadas por outras empresas, provavelmente com melhores condições do que as que têm hoje.

Claro que eu, como a grande maioria dos portugueses gostaria de ver a TAP continuar, simplesmente  julgo que há preços que não vale a pena pagar, serão mais uns biliões para adiar um problema, tal como tem sido feito ao longo de 40 anos. Se a TAP falir que fique claro que os sindicatos assim o quizeram, tal como o pessoal que os apoiou.
MUNDO PERIGOSO - PAZ MUNDIAL?

Há muitas décadas que o nosso mundo não estava tão perigoso, e isto, hoje em dia à velocidade acelerada a que vivemos, quer dizer que rapidamente podemos estar à beira de uma catástrofe, daquelas que como tem sido habitual ao longo da história, toda a gente acha impossível até à véspera da respectiva confirmação, e alguns mesmo só muito depois de as primeiras bombas começarem a explodir.

A Rússia está à beira do abismo, o que a história tem demonstrado ser a situação mais perigosa, para a paz mundial, em que uma grande potencia militar pode estar. O médio oriente está ao rubro. Os mares da China há muito que não estavam tão quentes. A Europa está totalmente desorientada dentro das suas contradições internas e a sua fronteira a leste já está a arder. A América Latina continua mergulhada no seu populismo crónico. Os Estados Unidos como indiscutível grande potencia mundial tinham que deixar passar uma mensagem clara e coerente para o mundo, mas as divisões entre falcões, isolacionistas e moderados, levam a actuações contraditórias, que é exactamente o que o mundo não poderia ver agora.

Olhando para o quadro económico. A América Latina, o continente do populismo está de novo a mergulhar em grande confusão, com excepção, para já, apenas do Chile e da Colômbia. A Europa e o Japão são economias envelhecidas e estagnadas, com execpão quase que única do Reino Unido. Os Estados Unidos, apesar de serem a grande economia ocidental que apresenta melhores resultados continua a parecer incapaz de andar por si própria sem os imensos fluxos injectados pelo Banco Central. A China que tem sido o catalisador da economia mundial parece incapaz de continuar a desempenhar esse papel, face à necessidade de arrumar a própria casa. A Ásia, sem os motores da economia mundial a funcionar, em especial da China e do Japão, dificilmente conseguirá fugir à estagnação, numa época perigosa em que se abriram ás respectivas populações perspectivas de enriquecimento que se não vão confirmar. A Rússia, o maior país do mundo, com o petróleo a preço de banana é um deserto económico, com uma população reduzida,  envelhecida, alcoolizada, e dividida em termos étnicos e religiosos. África, que em breve será o continente mais populoso do mundo e que tem mostrado taxas de crescimento invejáveis, não tem pernas para andar sozinha num mundo que não sabe para onde vai.

A repentina e abrupta queda dos preços do petróleo, aparentemente uma óptima notícia para os países não produtores, pode ser o desplotar de todos as loucuras político-militares. Se é verdade que existem fortes razões económicas que  estão subjacentes a esta queda - queda da procura, aumento da oferta (esta em especial depois do shale gás nos EUA) - também é indiscutível que a queda dos preços tem sido potenciada pelos interesses da dupla habitual, Estados Unidos/Arábia Saudita, os primeiros para dar cheque à Rússia e os segundos para retirar espaço ao Irão.
Mas as consequencias negativas da queda dos preços do petróleo não se limitam aos países produtores, com o risco de falência das empresas exploradoras mais débeis, incluindo muitas das mais novas empresas americanas, os efeitos rapidamente se transmitirão às respectivas economias, em especial ao sector financeiro altamente envolvido no financiamento desta empresas, se assim for, depois seguir-se-á o filme que já conhecemos.

Há muito tempo que a paz mundial não estava em tão grande risco, caso não haja rapidamente algum bom senso, bastará apenas um pequeno fósforo para incendiar todo este imenso petróleo, que de repente, afinal sobra...


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

FOI COSTA QUE TRAMOU SÓCRATES?

Como é que numa terra tão dada a teorias da conspiração ninguém ainda levantou essa hipótese?
Esta é obviamente a possibilidade mais realista.
Na verdade Costa teve a oportunidade, tinha os meios e tinha o motivo, o que faria dele o suspeito perfeito em qualquer cenário de crime, porque é que até agora ninguém levantou a possibilidade?
Será que Costa tinha um álibi? Não me parece, só Marcelo acredita que um fim desonroso de Sócrates seria um pesadelo para Costa.
Ou será apenas porque os socráticos preferem agarrar-se a uma manobra maquiavelica da direita, ou dos sinistros magistrados?
Porque não mais uma manobra de mestre de António Costa? Obrigaram-no a ser candidato a 1º ministro quando o homem queria ser  Presidente, ainda queriam que tivesse de gerir o fantasma de Sócrates para o resto de vida? Sempre omnipresente sobre o seu governo?
Prender o homem era a solução ideal para todos os problemas, acabou-se com o mito, acabaram-se as fidelidades e todos os outros equívocos, e assim  Costa tornou-se o líder incontestado que salvou o partido num momento dramático. Podia haver melhor?
Depois de resolvido o problema do fantasma, dedicou-se a domar o partido, e a dar cheque ao PC e ao BE, ao mesmo tempo que deixava a direita pendurada.
Mais uma vez fez tudo certo, alguém poderia pensar que, recém chegado á liderança do partido e a um ano de eleições, fosse fazer uma abertura á direita? A guinada à esquerda era forçosa, o partido ainda saliva por essas coisas, e ao mesmo tempo entalou as esquerdas e deixou a direita a falar sózinha.
E se no futuro resolver fazer tudo ao contrario estará completamente à vontade, a sua equipe irá sempre para onde ele quizer, o partido irá sempre para onde lhe parecer estar o poder, e aos discursos empolados seguir-se á o realismo politico necessário.
Ainda não digo que o homem seja um génio, nem que vá ganhar as eleições, mas que até agora fez tudo certo disso não tenho dúvidas.
Quanto a ter sido o seu ministro da Justiça que tramou Sócrates, saber não sei, mas cada um tem direito à sua teoria da conspiração. De qualquer modo acho que já vai sendo tempo de Costa ir fazer uma visita a Évora, ter lá enviado o pobre do Soares foi uma boa idéia, mas não chega.