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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

ESTRANHA ALIANÇA

Mário Soares, Alberto João, Clara Ferreira Alves, Marinho Pinto, Sousa Tavares?
Ironias do destino.

terça-feira, 25 de novembro de 2014


CORRUPÇÃO

As sociedades ocidentais são relativamente tolerantes com a corrupção, em especial as do Sul. Já no Oriente, com a influencia do pensamento Confucionista, em que o colectivo se sobrepõe sempre ao individual, a corrupção é dos crimes mais graves, sendo muitas vezes equiparado ao assassinato com penas que chegam à condenação à morte ou  prisão perpétua.

Não quer isto dizer que no Oriente haja menos corrupção que no ocidente, salvo casos como os de Singapura, porque há sempre quem arrisque contando com a ineficiência dos sistemas de controle.
A grande diferença em relação ao Ocidente é que a corrupção não é vista apenas como um jogo que "quem pode pratica", mas como um crime com implicações sociais profundas, em que o custo menor são até as quantias pagas aos corrompidos. Na verdade, de forma indirecta, morre muito mais gente por causa da corrupção do que por causa de assassinatos.

Os efeitos indirectos da corrupção não podem ser escamoteados, ela começa por levar a decisões incorrectas, optando-se por soluções que não são as melhores ou são mais caras do que deviam, depois levam a que essas soluções sejam muitas vezes mal implantadas porque os corrompidos perdem o poder de controle dos  fornecedores que os corromperam. E esta é apenas a primeira onda de consequências da corrupção, mas que, por vezes leva de imediato a prédios, pontes ou estradas que ruíem repentinamente, causando vítimas.

Mas mais importantes ainda são os efeitos indirectos posteriores da corrupção, quer pelo exemplo, quer pelas consequências a nível de distribuição do poder.
Se o chefe rouba porque é que os outros não haverão de roubar?
Se a corrupção domina quem é que os chefes corruptos vão escolher? certamente quem lhes assegure o espaço necessário para as suas operações, e não os melhores.

E assim  as sociedades vão-se degradando, e nas fases mais avançadas de degradação social, a corrupção espalha-se  por toda a sociedade, tornando inevitável a ineficiência e o empobrecimento colectivos. E empobrecimento significa miséria, e miséria significa morte, muita morte.

domingo, 23 de novembro de 2014

DO ESTORIL À COVA DA BEIRA

Era uma vez a história de um menino rico cuja vida, contra todas as probabilidades, se viria a cruzar com a de um menino modesto e muito mais novo, mas que o acaso, as circunstancias, ou o destino, como se queira, fizeram com que viessem a partilhar tempos de gloria e infortúnio.

Ricardo Salgado nasceu em berço dourado, depois foi apanhado pela revolução de Abril no inicio da sua carreira profissional o que o fez andar  fora do país por alguns anos, quando regressou conseguiu impor-se como o novo líder da família, apesar de ser um Espírito Santo que de facto é um Salgado. Seguiram-se longos anos de sucessos diversos e poder crescente, até se tornar o DDT, depois foi o colapso que todos conhecemos, com os inerentes custos económicos e de imagem para o país, para um sem número de investidores que perderam tudo, ou grande parte do que tinham, e para a sua família.

Começando muito mais tarde, José Sócrates fez o percurso comum aos jovens políticos de província da nossa democracia, estruturas partidarias locais, depois nacionais, seguindo-se o Parlamento e mais tarde diversos cargos em varios governos, culminando como primeiro-ministro. Anos depois desgastado pela crise, e também por muitos casos mal explicados, perde as eleições e entra no seu "inferno astral".

Curiosamente a nossa comunicação social divide-se agora entre os que querem fazer todo o aproveitamento sensacionalista destas questões e os que vêm  de forma alarmista,  qualquer movimento da Justiça e das polícias, considerando existirem enormes riscos para as liberdades e garantias individuais.

Claro que o sensacionalismo é perigoso, e o ameaçar das liberdades individuais ainda muito mais, mas também é preciso não dramatizar com base em situações que não se verificaram. A verdade é que não existem imagens públicas da detenção de nenhum dos suspeitos/arguidos, e  umas simples fotografias de uns carros a passar não podem ser consideradas atentados às liberdades individuais, faz parte dos custos que figuras públicas têm de pagar em casos destes. Veja-se em comparação o caso dos  Estados Unidos onde se vêm na televisão suspeitos algemados e humilhados em público, sem qualquer justificação, basta lembrar Strauss-Khan.

Fala-se também em linchamento e condenação pública antes de a justiça o fazer, mas a verdade é que decida a Justiça o que decidir, a historia do BES não é explicável apenas pela crise, por azar , por pura incompetencia, ou outras razões que excluam totalmente algum comportamento doloso, toda a gente sabe disso. Como também todos sabemos que não é possível a um político que não seja rico ou não tenha tido cargos muito bem pagos, com o ordenado de primeiro-ministro ter um apartamento de luxo em Lisboa, ser cliente dos melhores alfaiates de Bevery Hills, e fazer anos sabáticos com uma vida mais ou menos luxuosa em Paris. Goste-se ou não, um primeiro ministro com aquelas condições, em Portugal nunca poderá ambicionar muito além de viver em Massamá e de passar férias na Manta Rota, ou coisa no género.
Um pato bravo qualquer pode ter montes de situações mal explicadas na sua vida, se for apanhado é problema dele, um homem público, em especial um primeiro ministro, não pode, não há como ter situações dessas numa democracia moderna.

Nada me move pessoalmente contra nenhuma das duas pessoas mencionadas, antes pelo contrario, conheci os dois em diferentes épocas e circunstancias da minha vida, e respeito a capacidade de trabalho, a energia e tambem a capacidade de conquistar poder que os dois sempre mostraram , mas lamento alguns dos caminhos pelos quais  enveredaram por razões que só eles saberão. Realço ainda que não me refiro ao aspecto político, não sou dos que pensam que Sócrates é responsável por todos os males do país, julgo mesmo que qualquer dos nossos primeiros ministros anteriores a ele, se lá tivesse estado naqueles anos, teria feito o mesmo ou pior do que ele fez, apertado entre a crise, os lobbies das construtoras, interesses diversos , e as políticas contraditorias da Europa, Sócrates fez o que o seu carácter voluntarioso, por vezes em excesso, lhe impunha que fizesse naquele quadro.

Sou contra sensacionalismos,  linchamentos públicos e versões simplistas de questões complexas, mas que muita coisa está podre neste reino que não é da Dinamarca e é uma república, isso não tenho dúvida. Agora a única coisa importante é tirar as necessarias lições do sucedido, e tomar as medidas indispensáveis para que não aconteçam de novo coisas semelhantes.

Nesse quadro a comunicação social tem um papel fundamental, mas não podemos estar optimistas, a verdade é que a comunicação social portuguesa  teve um papel relevante na destruição da monarquia constitucional e da 1ª República, e por outro lado,um papel muito menor do que por vezes se refere na queda da 2ª República. Que vai ela fazer com a 3ª?

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O ÓDIO DE JARDIM GONÇALVES

A longa entrevista dada ontem à noite por Jardim Gonçalves à RTP parece ter como única finalidade destruir Carlos Costa.
Tratou-se de um rebuscado exercício de um homem que diz não estar a par de nada do que se passa no sector, que nada sabe do inquérito parlamentar, que nada sabe do que se passou no BES, etc. A única coisa que ele sabe é que Costa não exerceu o poder que tinha, e depois fez tudo errado.

O ódio destilado contra Costa é tão grande que Jardim até perdoa  a Ricardo Salgado, apesar do papel que este teve no ataque ao BCP.

Muita gente tem dúvidas sobre se as opções do Banco de Portugal foram as melhores, mas nenhum de nós sabe o quadro exacto em que foram tomadas, salvo Jardim, que não sabe nada do que se passa no país mas que sabe tudo sobre o Banco Central.
Também a questão do poder do BP para afastar Salgado é controversa, mas Salgado não era apenas  um banqueiro, ele era de facto o DDT, e para mais sentado num banco que de repente se soube que estava falido. Não daria neste caso para o BP usar tácticas de guerrilha administrativa sobre o BES, como Jardim insinuou.

Toda a entrevista foi sem dúvida um exercício exemplar, de inteligencia, de cinismo e de ódio.

Estará o país  tão podre que Carlos Costa possa acabar por ser a grande vítima de todo este processo?