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terça-feira, 29 de setembro de 2015

A BOMBA ATÓMICA DE COSTA  (FB  26/9/2015)
Depois de um início de mandato atabalhoado, seguiu-se uma pré- campanha em que as gaffes se sucederam.
Por fim António Costa lá fez um bom debate contra Passos, mas logo depois voltou a enredar-se em confusões diversas.
No entanto o pior veio recentemente. Quando foi evidente que não conseguia arrancar nas sondagens, Costa jogou aquilo que ele julga ser a sua bomba atómica. O PS não viabilizará nada à direita, seja governo, seja orçamento, seja o que for, nada.
Assim Costa coloca o PS na pior das posições, ou tem uma maioria absoluta em que ninguém, nem ele, acredita, ou vai governar à esquerda.
Mas como é que Costa vai governar à esquerda com um programa neoliberal que ele tanto anunciou, embora não tenha compreendido?
Então Costa anuncia desde já que vai trair o eleitorado que votar no seu programa?
Mas se é assim, a tal bomba atómica não será sobre a sua própria cabeça?
Não será que Costa não destrói qualquer hipótese de o PS ter qualquer voto útil? Apenas um que seja?
- A parte do eleitorado de centro que habitualmente vota PS, não o vai fazer porque sabe que o PS terá um outro programa desconhecido que irá negociar com o BE e/ou PCP. A grande maioria destes eleitores irá votar na Coligação.
- A ala centro esquerda do eleitorado do PS, sem saber o que aí vem, vai dividir-se entre a abstenção e a Coligação.
- O eleitorado de esquerda que por vezes vota útil no PS não terá razão nenhuma para o fazer, já que sabendo que ele se irá aliar à esquerda o melhor é garantir que o faça nas piores condições possíveis, e usarão os seus votos para reforçar o peso negocial dos seus partidos de coração.
- Por esta via Costa e o PS vão ficar apenas com os votantes de "camisola" do Partido, aqueles que votarão sempre no PS, aconteça o que acontecer.
Com a sua bomba atómica, Costa arrisca a dar ao PS a pior derrota da sua história.
PORQUE COSTA GANHOU?  (FB 10/9/2015)
Não vale a pena fazer de conta que não foi assim, António Costa ganhou o debate de ontem. Face à situação difícil em que a campanha do PS se encontrava a vitória no debate era era vital para ele e para o partido.
Se assim não tivesse sido a única questão que se poria neste momento seria a de saber se a coligação iria, ou não, ter a maioria absoluta. O PS estava desmoralizado, o eleitorado não tinha confiança em Costa, e por isso ele sabia que só sobreviveria se o debate lhe corresse bem, e de facto correu.
O que agora importa à coligação é analisar porque o debate correu mal a Passos e corrigir os erros: Costa não fez nada de inesperado, não disse nada que não fosse expectável, porque é que Passos acabou por ficar paralisado à defesa?
- Passos estava mal preparado?
- Passos estava demasiado optimista?
- Passos estava cansado?
Ser um Primeiro-ministro em funções tem inconvenientes, os problemas do dia a dia do país continuam, no seu espírito, a ter prioridade sobre as necessidades de campanha. Enquanto Costa está 100% focado na campanha e com ar relaxado Passos estava cansado e claramente desfocado.
O debate foi obviamente mal preparado, por ele ou pelos assessores. Sendo conhecidos todos os pontos em que Costa ia atacar, e atacou, porque nunca Passos teve respostas curtas com impacto televisivo? Mesmo os ataques de Passos foram pouco claros e muito embrulhados no passado de Socrates.
Pessoalmente, julgo que Passos terá ido demasiado optimista para o debate, pensou que seria apenas "mais fácil do que uma ida ao Parlamento".
Na prática Passos desprezou o adversário, e quando levou o primeiro "murro no estômago" perdeu o controle do jogo. Ainda por cima, este tipo de debate com tempos de resposta muito curtos não é o ideal para Passos, o que o deveria ter obrigado a uma muito melhor preparação.
Lições para a próxima: humildade, foco, preparação
A campanha poderia ter "acabado" ontem, não foi assim, agora está tudo em aberto, tudo pode ainda acontecer.
A campanha começou ontem
QUANTOS ISIS ENTRE OS REFUGIADOS?  (FB 3/9/2015)
Poucos, muito poucos, uma insignificância certamente, mas é evidente que aquele movimento não vai perder uma oportunidade destas.
Deve esse facto mudar o que pensamos em relação aos refugiados? 
Certamente que não, as questões se que devem pôr são outras: 
-Estamos preparados para detectar os infiltrados e impedi-los de fazerem grandes estragos? 
-E sobretudo, estamos preparados para não entrar em paranóia quando a "tal desgraça" acontecer, e não passarmos de repente a ver um ISIS em cada refugiado?
Quando se entrega a política às emoções os perigos são muitos, por isso é necessário ter desde já, a frio, as respostas para o que se vai seguir.
A CRISE QUE APENAS ESTÁ A COMEÇAR  (FB 3/9/2015)
Mais uma vez a Europa vai correr atrás dos acontecimentos, que aliás em grande parte ela própria criou. A ficção de uma hipotética e burocrática diferenciação entre refugiados e imigrantes, para gente que vem daquelas paragens, provar-se-á ser apenas apenas desculpa para mais burocracia e para a falta de uma política e de uma estratégia de actuação.
Em Março de 2010 escrevi:
A LÍBIA E O CINISMO OCIDENTAL
Kadhafi é um louco perigoso, já fez muito mal ao mundo enquanto teve espaço para navegar entre os grandes poderes mundiais, e depois, continuou com a sua arrogância cabotina e ridícula, comprando as venais amizades dos seus antigos inimigos.
Agora Kadhafi vai cair, mas não por ser um assassino ou por neste momento comportar riscos especialmente importantes, ele vai acabar porque está fraco, e o Ocidente que sempre o odiou (com toda a razâo) pode enfim deixar cair a mascara, e atacar o seu ex-parceiro de negócios diversos.
Ao contrario da União Soviética e agora da China, que sempre apoiaram de forma sistemática e incondicional todos os amigos que suportassem os seus interesses, os países ocidentais, enredados no seu discurso das liberdades acabam por ter grandes hesitações sempre que têm de fazer o contrario do que apregoam, o que acontece inúmeras vezes, quando os seus interesses não coincidem com o referido discurso. Por tudo isso o Ocidente apesar de ser um parceiro poderoso e rico, é pouco confiável e imprevisivel.(1)
Kadhafi não vai cair por ser um perigo, os alegados massacres parecem ter existido tanto quanto o arsenal de destruição em massa de Saddam, e também não seria isso a preocupar o Ocidente, como outros massacres agora em curso o não preocupam. Kadhafi vai morrer porque perdeu o poder, porque Cameron é um jovem político ambicioso, porque Sarkozy é uma velha raposa perseguida, e porque relutantemente Obama acabou por alinhar em mais esta aventura.
A primeira parte vai ser fácil, um passeio mais ou menos acidentado até tomar conta de Tripoli. O difícil vai ser depois, gerir umas quantas tribos mais ou menos incontroláveis, e a partir daí construir um estado moderno, e com base nele, na Tunisia e outros países, criar um novo Norte de África que seja uma barreira efectiva à pressão demográfica sobre a Europa. Essa será a parte difícil, que eles não vão fazer, e provavelmente vão até agravar a situação já existente.
Quando tanto se fala de dívidas inter-geracionais, essa é a verdadeira dívida por saldar que vamos deixar às novas gerações. Quando chegar a hora da verdade serão elas que terão de explicar aos novos poderes mundiais o papel do "homem branco" e das suas contradições, mas pior, tal como Kadhafi agora, elas então já não terão qualquer poder, e como sempre a versão final será a dos vencedores.
(1)- A este propósito não resisto a recordar Ceausescu, terá sido por acaso que o único líder do antigo bloco de leste que foi fuzilado tenha sido o único "amigo" do Ocidente?
OS MERCADOS VÃO CAIR? A GRÉCIA E A CHINA  (FB 7/7/2015)
Tudo leva a crer que sim, só que a Grécia nada tem a ver com isso.
Nas últimas duas semanas os mercados accionista e de matérias primas desabaram mais de 30% na China,uma queda muito substancial. Apesar das importantes decisões tomadas pelas autoridades chinesas não é certo que se consiga conter rápidamente o pânico gerado.
Até agora os mercados accionistas europeus e americano têm sofrido quedas relativamente pequenas, entre os 4 e os 9%, mas não é líquido que consigam escapar ao contagio chinês.
Ao sucedido na China acresce que os mercados accionistas, sobretudo nos USA, já há muito tempo que são considerados sobrevalorizados, pelo que se espera a qualquer momento uma correcção significativa (de 10 a 20%).
Como é evidente nunca se sabe exactamente como e quando de facto acontecerá aquela queda. No entanto, este parece o momento ideal para que tal se verifique, pois ao problema na China acresce a entrada em período de férias e consequente queda da liquidez nos mercados, o que os torna potencialmente mais voláteis.Nada de grave, correcções habituais nos mercados, desta vez desencadeada pela China.
Claro que se esta queda se verificar nos próximos dias o gáudio à esquerda será geral, toda a crise será considerada como originária no modo como se lidou com a crise grega, e orgulhosamente a Grécia dirá que abalou a economia mundial!
Como é habitual, a esquerda e a Grécia dirão que foi a cauda que abanou o leão!