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segunda-feira, 16 de novembro de 2020

 QUEM VAI LEVAR O CHEGA AO PODER?

Não sei se alguma vez o Chega chegará ao poder a nível nacional, mas se isso acontecer não será certamente por causa do PSD.
O PSD é responsavel pela existencia da Geringonça, foram os erros de Passos que que impediram a maioria absoluta da direita em 2015 e abrirarm o inevitavel caminho para a solução à esquerda.
É sempre assim.
Quem permitiu a eleição de Trump foram os erros dos Clinton e Obama,.
Como entre nós o melhor que poderia ter sucedido à 1ª Republica seria um "qualquer" Estado Novo, assim como à decadencia do Estado Novo apenas poderia suceder um 25 de Abril e a sua "exemplar" descolonização.
As vitorias em política são sempre fruto dos erros dos antecessores, nem a esquerda nem a direita, podem exigir que uma parte resolva em favor da parte contraria os problemas que ela propria vai criando
Assim, como a direita foi a mãe do 25 de Abril e da descolonização, se o Chega um dia chegar ao poder, o seu "pai" terá sido Costa.
O Chega é fascista? Claramente não o é.
Mais perto estariam os partidos da esquerda de poder ser acusados de Estalinistas, Trotsikysta, etc e portanto defensores de regimes totalitarios e de soluções revolucionarias.
O Chega pode ser perigoso? Claramente que sim, não por ser fascista, mas por ser uma confusão ideológica e poder levar a um populismo à "la Trump", ao iliberalismo e ao fim da democracia. Portanto, potencialmente tão perigoso como os outros partidos da nossa extrema esquerda.
A Geringonça foi uma construção artificial e tardia de Antonio Costa.
Continuo a pensar que ele deveria ter anunciado , logo na noite eleitoral de 2015, a maioria de esquerda e a dsiponibilidade para formar governo, impondo de imediato as condições para o fazer, como não o fez teve de pagar muito caro o acordo da Geringonça (com as 35H e outras medidas).
A Geringonça começou mal e foi piorando.
Não fosse o Covid a coisa até dava para ir indo (aliás como Trump), mas com a epidemia tudo ficou mais dificil.
Às dificuldades reais da situação actual, somam-se a clara incompetencia em varias áreas da governação e o permanente "preconceito ideologico" que leva á dificuldade de escolha das melhores soluções técnicas, quer por pressões dos parceiros de geringonça, quer também por causa da ala esquerda do proprio PS.
A teoria do cordão sanitario é um disparate, pode funcionar temporariamente e apenas em alguns casos extremos. Para que o tal cordão funcionasse de forma eficaz seria necessario transformar o regime num sistema "iliberal", ou seja, começar por criar uma "ditadurazinha" para impedir uma potencial ditadura do outro lado, todos sabemos onde esses caminhos acabam.
Se o Chega chegar ao poder, terá sido graças aos erros da Geringonça, aos disparates do politicamente correcto, ao identitarismo e racismo que alguma esquerda quer usar como formas de agitação social.
Se o Chega for poder, os culpados serão Costa e a Geringonça, e eles sabem disso, é por isso que começaram desde já a culpar o PSD.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

 KEYNESIANISMO À PORTUGUESA.

De vez em quando o Keynesianismo é anunciado por cá como algo que vai revolucionar a nossa economia e finalmente resolver os nossos problemas.
Ora Keynes anda há muitos anos por aqui, desde muito antes da Revolução de Abril e, apesar disso, o grosso dos nossos problemas continua por resolver e, alguns deles, vão mesmo se agravando.
Claro que Keynes não tem culpa nenhuma em que assim seja, a verdade é que, entre nós, ele é sempre apresentado como o grande defensor da despesa pública e da intervenção do estado na economia, quando isso é apenas uma simplificação grosseira do que ele defendeu.
Mas aquela simplificação grosseira não é inocente e é perigosa.
Não é inocente porque por cá o objectivo principal é continuar a manter o nosso "status quo" em relação a um estado incompetente e fraco, porque é disso que vivem as clientelas politicas e as suas negociatas, assim como o caciquismo eleitoral.
O problema não é a dimensão do nosso estado, ele até poderia ser maior ou menor, sem ser fraco, nem incompetente.
Tem sido esse estado que desde há mais de trinta anos sistematicamente desperdiça (Keynesianamente?!) os recursos que a Europa tem posto à nossa disposição, desperdiça em investimentos de reduzido ou nenhum interesse, em despesas diversas sem contributo social que as justifique, em contratações eleitoralistas de pessoal, em corrupção, etc
Desperdiça e parece querer continuar a desperdiçar.
Até mesmo o tão badalado"plano Costa e Silva", para já nada augura de bom neste campo.
Será que, para além de grandes projectos mal pensados e pior executados, vamos continuar a construir casas do povo apalaçadas para pequenas povoações, assim como piscinas, centros desportivos, centros culturais, rotundas e outros investimentos totalmente desfasados das necessidades reais das populações? tudo a bem dos políticos locais, regionais e nacionais, dos seus amigos e, ilusoriamente, também dos seus eleitores?
Tem sido este o nosso Keynesianismo e se nada se alterar assim vai continuar a ser.
A despesa pública tem um efeito multiplicador sobre a economia, sobretudo o investimento público, se isso é uma verdade indiscutível, não se podem esquecer três condicionantes desse multiplicador, o deficit público, o volume da dívida publica e sobretudo, os efeitos finais dessas despesas sobre a balança de transacções correntes do país.
Quanto ao deficit e divida públicas, essas condicionantes no momento actual não serão especialmente relevantes, quer porque as restrições europeias e dos mercados são muito menores do que têm sido (no cenário actual até é possível aumentar a divida publica a custos decrescentes), quer porque é fácil identificar rapidamente os efeitos das despesas públicas sobre aquelas duas condicionantes.
Já no que respeita aos efeitos finais daquelas despesas ou investimentos públicos sobre as balanças de transacções correntes a situação é muito mais complexa, até porque esses efeitos não são imediatos e se estendem por diversos anos.
Em última instância, o que define a saúde económica de um país são os saldos da suas balanças de transacções correntes, países com deficits crónicos nas suas balanças de transacções são países em empobrecimento, mesmo que isso possa ser disfarçado por algum tempo, com mais dívida, grandes projectos, operações de marketing ou outras semelhantes.
Muita da despesa pública embora tendo efeitos de curto prazo positivos sobre o PIB nacional, acaba a longo prazo por ter efeito negativo sobre esse mesmo PIB, por via dos seus efeitos sobre a balanças de transacções, isto porque, os efeitos induzidos de aumento de importações a prazo mais longo, acabam por ser superiores aos efeitos imediatos e aparentemente positivos sobre a economia nacional.
É por isso que, ou o governo e os poderes regionais e autárquicos, respeitam esta realidade, ou o nosso "keynesianismao" servirá mais uma vez apenas para, a prazo, agravar os nossos problemas, facto este que é verdadeiro mesmo no caso em que aquela despesa é financiada a custo zero por via de apoios europeus, ou outros.
É por isso que alguns economistas já chegaram até a defender que, nos casos em que não exista boa aplicação para aqueles fundos, ser preferível devolver esses recursos, ou, idealmente, conseguir autorização para utilizá-los para redução da dívida pública.
Neste quadro, o pior que nos poderia acontecer seria o estado alargar de forma indiscriminada o seu campo de acção e adoptar um activismo pseudo-keynesiano, o que a prazo só iria agravar a nossa situação económica.
Um estado que não consegue sequer fazer coisas simples e rotineiras, como emitir cartões de cidadão, cartas de condução ou passaportes dentro de um prazo razoável, como já vimos varias vezes acontecer entre nós, não tem claramente capacidade para expandir ainda mais o seu âmbito de actuação, sem nos levar a novos e maiores desastres.
Apesar das limitações do nosso estado, é indispensável que ele concentre os seus melhores meios, quer para assegurar a melhor e mais racional despesa e investimento públicos, quer para implantar um sistema, inteligente e rigoroso, de apoio ao investimento e criação de emprego por parte das empresas privadas.
Sem isso, Keynes de nada nos valerá.
Para sair deste circulo vicioso, precisamos de melhor estado, o que quer dizer melhores quadros, mais capacitados, melhor seleccionados, com maior motivação e responsabilização
Enquanto se mantiver o keynesianismo à portuguesa, de "pé na tábua e venham os amigos", o resultado continuará a ser sempre o mesmo, euforia/depressão, até ao dia em que já ninguém se disponha mais a financiar uma nova fase potencialmente eufórica.
Francisco João Velez Roxo, Nuno Alvares e 8 outras pessoas
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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

 

OS CANDIDATOS CHAVE


Estes candidatos não são chave por serem os mais importantes ou os mais votados, mas apenas porque  a votação neles é a grande incógnita destas presidenciais e determinantes da existenca ou não de uma segunda volta.

Esta dúvida só não existiria caso Marcelo conseguisse renascer das cinzas e ganhar de novo o alento de um grande vencedor, o que parece altamente improvavel. Certamente que ele irá renovar-se para este embate mas dificilmente se reinventará a ponto de conseguir uma vitoria esmagadora logo na primeira volta.

Neste quadro, teremos os candidatos do BE e do PCP que entre si terão cerca de 15% dos votos, pelo que a vitoria de Marcelo na primeira volta só será impedida caso estes dois "candidatos chave" atinjam valores da ordem dos 35% em conjunto. Qual a probabilidade de isso vir a acontecer?

De entre os dois a maior incógnita é claramente Ventura, quer porque é uma figura relativamente recente na política nacional, quer pelo radicalismo de algumas posições e declarações, quer ainda por pertencer a um pequeno partido a que as sondagens têm atribuído um rapido crescimento.Ventura aparece assim com um peso que vai dos 5% de algumas sondagens, até aos 20% ou mais que alguns dos seus militantes julgam possíveis.

Ventura pode virá a disparar? ou implodirá? Julgo que por agora tudo é ainda possível. Será que ele vai conseguir capitalizar para o seu lado o cansaço com o políticamente correcto? Será que o seu discurso contra os "políticos" vai funcionar? Ninguem sabe.                                                                                   O que se sabe para já são quais são os pontos fracos de Ventura e do Chega que podem ser os obstáculos para as suas ambições.                                                                                                          Será que Ventura vai resistir ao assédio da imprensa e aos debates politicos entre candidatos, por muito populista que seja?                                                                                                                            Ventura parece ser um homem só que tem de tocar varios instrumentos, aparentemente não tem quadros de alto nível em que se possa apoiar.                                                                                                          Ventura tem marcado a sua presença com base em chavões, frases bombásticas e polémicas, vai conseguir continuar poresse caminho?                                                                                                       O programa económico do Chega é totalmente contraditorio com  o programa que seria de esperar de uma direita conservadora, conseguirá ele defender as posições do seu programa sem cair em enormes contradições e perder grande parte do seu eleitorado potencial?

Quanto a Ana Gomes o grau de incerteza será certamente muito mais baixo, isto embora para já não existam sondagens e ainda estejam por perceber quais as consequências da candidatura junto dos militantes e simpatizantes do PS.

Ana Gomes apresentou-se como a candidata da "esquerda democratica", seja isso que for, alguns dos seus apoiantes vierem já retificar para candidata do "centro esquerda", posicionamento este que me parece mais interessante e com maior potencial para ela.

Ao que vem Ana Gomes? Certamente a luta contra a corrupção, em que ela pode apresentar pergaminhos nacionais e internacionais. E que mais? O que a distingue do BE e do PCP? Para além do seu óbvio europeísmo não sabemos. Como está ela em relação ao políticamente correcto, à esquerda identitaria, ao revisionismo historico sistematicoe enviesado? Nada disso ainda é claro.

Contra Ana Gomes serão invocadas as falsas acusações que ela fez contra alguns políticos. Aquelas acusações form graves, mas compreensíveis no caso de uma pessoa que lutava sozinha contra a corrupção no meio de um sistema corrupto onde circula muita informação falsa. É imperioso que Ana Gomes deixe claro que esses erros só foram possíveis por ser uma mulher sozinha a lutar contra um sistema e nada têma ver com uma sua postura institucional.

Julgo que o grande trufo de Ana Gomes é claramente o da luta contra a corrupção, luta em que ninguem, nem à esquerda nem à direita está genuínamente interessado, a esquerda porque defende o "quanto pior melhor", ou seja, o que é preciso é que o capitalismo funcione mal, quanto ao bloco central porque ele continua a ser o "bloco dos interesses"

Mas nessa luta contra a corrupção AG terá de convencer os portugueses que ela é a luta mais importante para o país, porque ela não é apenas nem sobretudo uma luta contra os corruptos, ela é sobretudo uma luta para criar uma sociedade mais eficiente e mais rica, muito mais importante que mais uma carrada de dinheiro que possa vir de Bruxelas. Não existe em Portugal, projecto mais barato e rentavel do que esse.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

 CIDADANIA E CRISPAÇÃO

A forma como o tema da disciplina de Cidadania nas escolas foi abordado, quer nos meios de comunicação tradicionais, quer nas novas redes, é mais uma prova da crispação "ideologica" crescente na nossa socieadede.
Seria natural que, à esquerda ou à direita, alguém tivesse proposto um qualquer grupo de trabalho ou coisa semelhante, para analisar de forma objectiva e detalhada, quais os problemas do actual programa da cadeira e possíveis soluções consensuais.
Essa busca de uma solução, não existiu, nem sequer foi proposta por ninguém, ao invés disso os campos extremaram-se, de um lado a esquerda identitaria do políticamente correcto e do outro os tradicionalistas-"reacionários".
Há quem goste, fomente, aproveite e até viva desta crescente crispação, mas globalmente para a sociedade ela é perigosa, embora para já o não pareça.
O trazer a discussão ideológica para a praça pública até poderia ser positivo, se efectivamente alguém pretendesse discutir alguma coisa, mas na verdade ninguém quer discutir nada com "os criminosos, burros, incultos, traidores do povo e mal intencionados, com agendas escondidas, do outro lado da barricada", a única finalidade das duas partes parece ser apenas ir "aquecendo os motores", para batalhas mais sérias que se vão seguir.
Os nossos "brandos costumes" estão a acabar, o mais grave é que, como somos bi-polares, passamos com facilidade da mansidão para raivas descontroladas.
O nosso Sec XIX , que começou em 1820 e acabou em 1926, foi um tempo de permanente e crescente crispação "ideológica", em grande parte sobre questões de lana caprina, tipo "sexo dos anjos".
Esse foi quase um século inteiro de guerra civil de baixa intensidade, entre absolutistas, liberais, anarquistas, republicanos, socialistas, etc, com assassinatos e atentados bombistas permanentes, exércitos formais e particulares em acção, com o assassinato de um Rei, de um Presidente da República e de inúmeros outros políticos de 1ª linha.
Século esse que finalmente acabou com a implantação de uma ditadura, alguns anos depois da tentativa anterior de Sidónio Pais.
É por isto que não gosto da crescente crispação ideológica, não porque exista o risco de que outro século do mesmo tipo poder vir a acontecer, mas porque o que poderia acontecer no Sec XXI seria muito pior ainda.
No Sec XXI, qualquer tipo de guerra não seria nem "civil" nem de baixa intensidade, porque seria rapidamente internacionalizada e muito violenta, com risco de nos tornarmos no primeiro caso de libanização na Europa Atlantica. Nesse quadro, o menos mau que nos poderia acontecer seria nos tornarmos rapidamente num protectorado claro de alguma potencia que o quisesse.
Como combater esta crispação crescente?
Nem os radicais à esquerda, nem os à direita, contribuirão para essa "descrispação", antes pelo contrario, porque os dois pensam que vão ganhar com ela.
Um dos dois está enganado (qual será?)
Os partidos centrais pouco podem fazer, não têm nem credibilidade, nem peso, nem tempo, nem conhecimento para o isso.
Restariam pois o governo, o Presidente da Republica, ou uma instituição ou figura publica com prestigio e peso na sociedade, como hipóteses de "descrispadores" da nossa sociedade.
Quanto ao governo, embora tivesse poder para o fazer, se a isso dedicasse tempo, esforço e uma equipe capaz, é muito duvidoso que Antonio Costa vá por esse caminho, que teria riscos e poucas compensações, pelo que é de crer que o governo continuará a concentrar os seus esforços nas manobras políticas para manter o poder e gerir a "intendencia", sem perder tempo com as armadilhas das ideologias.
Quanto ao PR actual se reeleito, também não o vejo com perfil para este efeito, ele foi um bom "descrispador" por via dos afectos, mas agora não se trata disso, depois da dureza passista o povo queria carinho, agora o problema é totalmente diferente e não se resolve com "colo", o povo nem sequer ainda sabe o que os ideólogos lhe estão a preparar.
Esta "bomba ideológica" teria de ser desarmada antes de chegar à rua, não vejo que Marcelo tenha a capacidade de agora se reinventar como especialista de explosivos, minas e armadilhas. Julgo que ele não tem nem o peso, nem o prestígio, junto dos "ideólogos" de esquerda e de direita e dos seus chefes, que seria necessário para conseguir fazer a diferença neste processo.
Dos novos candidatos presidenciais também nada há a esperar neste campo, a única que poderia fazer alguma coisa seria Ana Gomes, caso não pretendesse ser a candidata de uma esquerda anti-fascista e se calhar também, ainda anti social-fascista.
Quanto à possibilidade de aparecer um outro moderador deste processo de crispação, ela é muito baixa, a nossa sociedade civil é muito fraca, pelo que são quase inexistentes Instituições com peso e credibilidade junto dos intelectuais e da opinião pública que possam fazer a diferença. Também a nível de figuras publicas com peso real, ex-políticos ou intelectuais, nenhum se afigura capaz de o fazer, mesmo que o quisesse.
Quem nos faz falta agora seria Agostinho da Silva, talvez ele nos pudesse ser útil num tempo destes, com a sua capacidade de falar para a esquerda e para direita, para os intelectuais e para o povo, com mensagens possibilitando leituras diversas, mas que eram inspiradoras e lhe davam uma aureola e um poder especial.
Talvez ele nas suas elucubrações filosóficas, por vezes confusas e até contraditórias, nos conseguisse entregar a "Síntese Salvadora" de que agora precisamos, ou até mesmo (quem sabe?), o seu Quinto Império.
Sérgio Norte, João de Barros e 3 outras pessoas
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 1820 - 200 ANOS DE CORRUPÇÃ0

Isto é uma provocação?
Sim, é.
Gratuita?
Não, não é
Grave mesmo, é que passados dois séculos, não se tenha aprendido nada e que o Estado continue a ser facilmente (e propositadamente?) capturavel por ineresses diversos.
A corrupção em Portugal pode até não ter começado com o liberalismo, mas foi com ele que a corrupção assumiu aspectos muito mais graves do que durante períodos anteriores.
Também não pretendo fazer aqui o elogio do absolutismo, mas apenas realçar que, como sempre, de boas intenções está o inferno cheio,
Não está em causa nem a coragem, nem a generosidade da maioria dos homens de 1820, mas apenas os erros que a partir daí se fizeram, construíndo um sistema que não só acabou por destruir a monarquia, como também todo o nosso Sec XIX.
A corrupção "liberal" é mais grave do que a absolutista por duas razões principais, a primeira e mais importante, é que na corrupção anterior, o alvo do "roubo" era a Coroa (em última instancia o Rei), com o liberalismo e o crescimento do Estado o alvo do roubo passou a ser o Estado e portanto o povo, realidade essa que se manteve com a Repulica e que ainda hoje existe.
No absolutismo do " l'État c'est moi", a distribuição de poder, benesses e riqueza, era sempre e em última análise, dependente da Coroa, Coroa essa que por vezes era preciso "enganar" ou forçar, para que aquela distribuição fosse mais generosa em favor de certos grupos. As lutas por essas benesses eram grandes, entre a nobreza, a Igreja e outras forças sociais.
Mas, naqueles tempos, a grande nobreza olhava o Rei, mesmo sem o dizer, apenas com um "primus inter-pares", que dependia do seu apoio para se manter como Rei (isto mesmo nos países como Portugal sem passado feudal), pelo que aquela nobreza sentia ter o direito moral de forçar o Rei em seu favor.
Com o liberalismo a corrupção passou a ser moralmente muito pior, porque ele pretendia ser um regime estabelecido pelo povo em favor do povo e se transformou num sistema que facilitou o assalto ao Estado por novas elites.
Foi assim que a corrupção foi passando a ser uma doença crónica da nossa sociedade, criando um circulo auto alimentado de desconfiança nos homens públicos.
A verdade é que a "democratização" da corrupção começou com o liberalismo e nunca mais nos deixou.
Antes disso o que havia eram lutas entre os poderosos pelo seu quinhão, o povo não era sequer parte da equação, o bem estar do povo dependia essencialmente da visão e da generosidade do Rei e dos poderosos.
O liberalismo trouxe de facto o povo para a equação, mas apenas como figurante, figurante a utilizar exclusivamente em beneficoio dos novos poderosos. Em última instância o que o liberalismo fez foi acelerar o crescimento do peso do Estado e transformá-lo na "grande teta" de muitas e sucessivas clientelas.
O problema não foi o liberalismo, que noutros países europeus possibilitou o surgimento de alguns dos países mais ricos e desnvolvidos da Europa e do mundo, o problema foi o "nosso liberalismo"
Em 200 anos nunca foi desenhado, e muito menos implementado, o sistema institucional e legislativo que permitisse finalmente travar a corrupção, isso nunca foi preocupação verdadeira de nenhum dos nossos sucessivos Parlamentos.
A vontade para o fazer nunca terá sido muita, ou sequer existido.
E assim continua.
A imagem pode conter: texto que diz "A Revolução Liberal de 1820 Rita Santos // n°22 //110]"
Carlota Furtado De Lancastre, Francisco João Velez Roxo e 26 outras pessoas
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