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domingo, 27 de novembro de 2016



UMA LIÇÃO MAIS

Assassino, heroi, ditador, revolucionario, etc Tudo isso é verdade mas agora pouco interessa.
O importante é compreender como Fidel foi possível, ali, à beira dos Estados Unidos, num dos países mais avançados da America Latina.
É essa enorme capacidade americana de fazer erros na política internacional que é necessario reter desta lição, porque vão existir muitos mais.
Fidel foi um produto dos habituais erros americanos, primeiro por não ver que a sociedade cubana estava bloqueada e necessitava de mudança, depois por transformar Fidel num comunista que ele não era, e ainda pela inépcia das tentativas de o derrubar.
As grandes potencias tendem a fazer erros que à partida são inimaginaveis, por arrogancia, pela existencia de informações e pressões contraditorias, pelas jogadas dos parceiros locais, pelo peso da burocracia, pelas "facilidades" dos falcões, porque estes "pequenos casos" são tratados por um um qualquer sub-sub desk-office do Departamento de Estado e só sobem na hierarquia quando já são dificilmente geríveis.
Para aqueles que pensam que tenho uma obsessão com a capacidade de errar dos americanos, e de uma forma geral das grandes potencias, recomendo que escutem McNamara, o secretario de estado de Kennedy e Jhonson, responsável pela escalada no Vietname. No filme "The Fog of War" McNamara explica pessoalmente como essas coisas acontecem.

terça-feira, 22 de novembro de 2016



TRUMP E PUTIN - II

No texto anterior defendi que Trump e Putin, face às suas caracteríticas pessoais e à sua visão do mundo, têm muito boas condições para virem a ter um bom relacionamento.
Argumentei também que a Europa ocidental nunca compreendeu nenhuma das Rússias historicas, o que além de estranho, pode ser muito perigoso para o nosso futuro.
Nos proximos textos vou procurar expor o contexto russo através dos tempos e a importancia da Rússia para a Europa, isso antes de entrar nas grandes questões da geopolítica e de voltar a Putin, a Trump e à defesa dos interesses europeus.
No Ocidente, desde sempre, tendemos a olhar a Rússia com "olhos ocidentais", quando a realidade russa sempre foi muito diferente da nossa, para compreender aquela realidade é necessario ter uma visão da sua historia, da sua demografia e dos seus desafios actuais como grande potencia.
Mesmo que eu fosse historiador, seria impossível dar em meia dúzia de linhas uma visão geral do que foi a história russa e da Europa oriental ao longo dos tempos, pelo que vou referir apenas alguns pontos para que se compreenda que quando falamos daquela zona do mundo estamos a falar de uma região com uma historia muito especial e muito diferente da da Europa ocidental, sobretudo da mais ocidental.
- a Rússia tem a sua origem em Kiev, no sec IX.
- nos séculos XIII e XIV a Rússia quase que desaparece com a ocupação Mongol
- no sec. XIV o maior país da Europa oriental é a Lituânia
- nos sec. XV e XVI a grande potencia da região, e maior país da Europa, é a Lituania/Polonia
- no sec XVII a Polónia invade a Rússia
- no sec XVIII grande parte da Europa oriental é invadida pela Suécia.
- no sec XIX a Polónia desaparece
- no sec XX a independencia da Polonia é restabelecida e a Ucrania torna-se independente (por cinco anos, 1917/22)
- para além de todos os conflitos regionais, durante este período a Rússia foi invadida, destruída e saqueada por dois países da Europa ocidental ( sob Napoleão e Hitler)
Este conjunto de pontos dá ideia da instabilidade da região, da facilidade com que as coisas por ali mudam e logicamente da enorme mistura étnica que se foi formando ao longo dos séculos. Como sempre, não há aqui nem bons nem maus, apenas conflitos em virtude de interesses proprios ou de terceiros, facilitados pela historia, pela geografia, e pelas diferenças etnicas e religiosas.
É neste quadro historico que o maior país do mundo tem de ser olhado, tão grande como fragil, sempre ameaçado, do Pacífico à Europa ocidental, sabendo sempre que desaparecerá no dia em que não for uma grande potencia, como já aconteceu no passado.
Ser uma grande potencia para a Rússia não é uma opção, é uma condição da propria existencia e é neste quadro que tem de se compreender Putin, que, obviamente, não quer ser o coveiro da "Santa Rússia".
É por aquelas razões que a Rússia tem sempre defendido a necessidade da existencia de uma zona neutra (não Nato) na sua fronteira ocidental, o que a levou aos avisos que desde 2007 vem lançando após o anuncio da futura adesão à NATO da Georgia e da Ucrania.
Embora possa parecer estranha, a aparente hiper-sensibilidade russa é facil de compreender quando se olha para os EUA, a super-grande potencia, protegida por dois Oceanos, com apenas dois "inofensivos" vizinhos terrestres. Qual seria a reacção americana à simples instalação de mísseis anti-balisticos no Mexico, ou até em qualquer outro ponto da America central, ou mesmo do Sul? Todos sabemos a resposta.
Todas as grandes potencias tendem a ser paranoicas em termos da propria segurança, facto que é facil de confirmar quase todos os dias, seja com a China, os EUA ou a Rússia.
Mas o que é importante, para nós europeus. é ter-se consciencia de que. o pior que nos poderia acontecer seria o desmembramento da Grande Potencia Russa, isso sim, seria o abrir de uma caixa de Pandora de consequências inimagináveis para toda a Europa.
Esta ameaça é tanto mais grave quanto a Rússia é a mais fragil das grandes potencias, por razões demograficas, económicas, geograficas e culturais.

(continua)

terça-feira, 15 de novembro de 2016



TRUMP E PUTIN

O relacionamento entre Putin e Obama nunca funcionou, na verdade julgo que se desprezavam mútuamente, Putin via Obama como um negro pacifista com pretensões intelectuais, Obama via Putin como um troglodita racista, e um mero operacional dos serviços secretos.
Já entre Trump e Putin tudo leva a crer que o relacionamento venha a ser bem mais facil, na pratica são dois operacionais pragmáticos e brancos, um vindo dos negocios e o outro das polícias.
Para além das semelhanças temperamentais e de formas de actuar, existe outra razão muito forte para que o relacionamento entre os dois venha a fluir.
Os dois têm uma mesma visão do mundo, resumidamente pode dizer-se que os dois temem a China, os dois odeiam os muçulmanos e ambos desprezam a Europa.
Dificilmente poderia existir melhor plataforma para potenciar um entendimento.
Os dois olham a Europa como um conjunto de pequenos países que, quando não se estão a matar uns aos outros, se dividem a todo o tempo sobre as mais diversas questões, comandados por chefes palavrosos, complicados e cobardes, uma Europa ainda por cima cheia de latinos e adormecida por um estado social com custos exorbitantes.
Claro que, apesar de tudo isto, Trump não vai entregar a Europa a Putin, mas, de qualquer modo, é seguro que a nossa vida vai ser bem mais complicada, e para que ela não seja mais dificil do que aquilo que tem de ser, talvez fosse tempo de a Europa tentar compreender a Rússia.
A realidade é que a Europa, nunca compreendeu o seu maior vizinho, fosse a Rússia dos Czares, a dos sovietes, ou a de Putin, pior ainda, nunca a compreendemos, sempre a tememos e fomos continuadamente acumulando erros de relacionamento.
Este desconhecimento europeu da Rússia, é tanto mais estranho quanto foi graças à consolidação do imperio Russo que as hordas de hunos e mongois deixaram de "inesperadamente" aparecer às portas de Roma ou de Viena, antes disso, qualquer capital europeia estava sempre em risco, de que uns Átilas, ou uns Gengis Khans quaisquer, aparecessem para jantar, e alguma coisa mais...
(continua)


sexta-feira, 11 de novembro de 2016



A UBERIZAÇÃO DOS MÉDICOS (E VAROUFAKIS)


Ao contrario do que por vezes somos levados a pensar, a uberização é quase tão velha como as sociedades humanas. Nos tempos modernos a sua primeira manifestação empresarial foram talvez as sociedades de "manpower".

Com a evolução tecnológica, em especial na área das comunicações/informatica, os processos de uberização vão acelerar e é totalmente ilusório pensar que eles podem ser travados.
Este fenómeno já atingiu também a classe médica entre nós, em especial no que respeita às consultas ao domicílio.
Existem já em Portugal empresas que montaram redes de médicos para fazer aquelas consultas a preço muito baixo (10 euros), serviço esse que depois é vendido pelos mais variados tipos de seguro de saúde aos respectivos beneficiários.

Quanto dos 10 euros fica para o médico? Se se aplicasse a taxa de 25% da Uber seriam 7,5 euros, neste caso concreto não sei qual o resultado final. De qualquer forma podemos estar a falar de uma taxa horaria da ordem dos 15 euros, para um médico andar de porta em porta, ao frio e ao calor, a dar consultas. Devemos já estar com remunerações perto das de Cuba

Este é certamente apenas um dos muitos novos casos de uberização, mas ao que parece apenas o processo dos taxistas teve capacidade para demonstrações de força.

Estamos assim perante uma uberização imparavel, a que se seguirá uma robotização ainda mais dizimadora do trabalho tal como o conhecemos hoje.

E Varoufakis no meio disto tudo??
Num recente artigo dedicado a estas realidades, huberização e robotização, reconhecendo a impossibilidade real de travar estes processos, Varoufakis vem defender que as nossas sociedades têm de encontrar novas soluções para integrar estas multidões de novos desempregados, o que implicará sempre altos custos a serem financiados.

Varoufakis vem propor a criação de uma "participação societária" (obrigatoria e gratuita) dos Estados em todas as empresas que venham a ser criadas, fundo esse que, assim criado, financiaria as novas necessidades sociais.

Claro que a solução proposta por Varoufakis enferma de muitas limitações, de qualquer modo tem a virtude de tentar "pôr a bola rolar", para dinamizar a procura de soluções para o equilíbrio dessas sociedades do nosso futuro mais ou menos proximo. Já agora soluções que não passem pelo extermínio sistemático dos "sobrantes".

quinta-feira, 10 de novembro de 2016



O PRESIDENTE TRUMP (reedição da publicação de junho de 2016)

Quer gostemos ou não, só muito dificilmente Hillary poderá bater Trump.
Primeiro porque os americanos gostam de mudar de presidente, em especial depois de dois mandatos, e mudar quer dizer mudar realmente, não é ir para soluções que cheiram a mais do mesmo, ainda por cima com pior qualidade.
Pode haver mudança mais radical do que de Obama para Trump? Quase impossível, e é essa uma das razões porque Trump vai ganhar.
Obama é um intelectual, Obama é cauteloso, Obama conhece todos os grandes dossiers do país, Obama é um grande comunicador e dono de um enorme auto-controle, Obama é também um diplomata consumado.
Trump é um empresário de sucesso do imobiliário e com grande pratica de show televisivo tipo USA, Trump não conhece nenhum dos dossiers nacionais e sobre todos eles tem varias opiniões, todas elas contraditorias entre si, Trump tem um caracter explosivo mas que ele sabe usar em seu beneficio e controlar quando necessario, Trump, em termos diplomaticos, é aparentemente um troglodita, mas o seu curriculum está cheio de importantes sucessos negociais.
A segunda razão porque Trump vai ganhar é porque os americanos se sentem desorientados. Onde está a realização do sonho americano? Onde estão as casas, os carros, os empregos, o futuro sempre risonho? Estes emigrantes todos vão ou não destruir a America? Vamos continuar a mandar os nossos rapazes e o nosso dinheiro para defender países que nem sabemos onde ficam e que não gostam de nós? Vamos deixar que a China e outros países destruam as nossas empresas e os nossos empregos? Vamos continuar a gastar fortunas para defender a Europa, para ela poder gastar o seu dinheiro num estado social que nós não temos? Não será que as coisas vão mal nos USA porque toda a gente se aproveita da nossa boa vontade? E por aí vai...
Pode haver alguém melhor que o cowboy Trump para responder a todas estas angustias? Desenganem-se os que pensam que existe.
Agora apenas o proprio partido Republicano poderia parar Trump, e não parece que o vá fazer.
Mas, para surpresa das surpresas, Trump poderá até vir a ser um bom presidente dos Estados Unidos.
O que é grave para nós, é que ele nunca será bom para a Europa.

domingo, 6 de novembro de 2016


PERGUNTAS IDIOTAS (?) - I

1ª - Na Caixa, nos últimos anos evaporaram-se qualquer coisa entre os 5 e os 10 biliões de euros.
O tribunal Constitucional terá largas dezenas de declarações patrimoniais dos gestores desses anos, no entanto não existem pistas para a referida "evaporação".
Alguém verificou os patrimónios das referidas declarações?
Não será tempo de encontrar sistemas de controle e fiscalização que funcionem, em lugar das aparentemente inúteis declarações?
Já agora, que sentido tem as declarações irem para o Consttucional? Não seria mais lógico o Tribunal de Contas ou a inspecção Geral de Finanças?
2ª - Será que queríamos que a França tivesse respeitado os limites de 3% do deficit?
É obvio que não.
Tal como é óbvio que o que nós deveríamos querer seria que a Alemanha também os não respeitasse, o que infelizmente não acontece.
Lá porque Hollande é o trapalhão habitual, e vem com o argumento da "grandeur de la France" e a Comissão foge de assumir polémicas, isso é desculpa para o parolismo nacional?
Existem países solventes e países insolventes, existem economias que arrastam outras e existem economias que apenas se arrastam a elas proprias.
Dá para perceber a diferença?
3ª - O Medina vai salvar a direita do desastre?
Se o diabo não aparecer antes das autarquicas apenas Medina pode ser a salvação. Será mesmo que os alfacinhas vão odiar os resultados pós-estaleiros?
4ª - E Trump?
Se Trump ganhar será que os tão amados "check and ballances" e a Constituição vão resistir à sua loucura?