A LAMENTÁVEL FORMA DE COMUNICAÇÃO DO GOVERNO
Este governo tem pela frente uma das mais difíceis missões que um governo poderia ter, e é evidente que uma boa comunicação seria uma ferramenta fundamental, quer para facilitar a vida ao governo, quer para tornar tudo menos doloroso à população.
Embora isto pareça evidente para qualquer pessoa, claramente não o é para o governo, e assim, os erros, as explicações embrulhadas e pouco convincentes, a falta da passagem de uma mensagem global, coerente e menos angustiante, não são para o governo razão de nenhuma preocupação.
É difícil explicar porque é assim. Será por puro desinteresse em gastar tempo com esta área? Será por o próprio governo não acreditar na possibilidade de fazer passar uma mensagem mais clara, mais coerente e menos dolorosa? Ou, mais grave, será que o governo não tem de facto uma visão estratégica integrada do que precisa ser feito, das suas justificações e até dos imponderáveis ainda existentes?
Tudo isto seria grave mesmo que daqui para frente não fossem necessárias novas medidas duras para a população, mas na verdade é pouco natural que assim seja, o que quer dizer que o governo arrisca vir a colocar-se desnecessariamente numa posição extremamente difícil, ao óptimisticamente supor que o bom senso de que o povo tem dado provas irá resistir a todo o desgaste, que o cansaço, o agravar do dia a dia e o aliciamento das pseudo-soluções milagrosas, irão trazer.
Para além do muito e difícil que ainda tem de ser feito para redução do "custo Portugal" (quer contra poderosos interesses instalados, quer possivelmente por via de mais austeridade), o governo tem de ter uma "história" simples, clara, e honesta, sobre o nosso presente e futuro próximos. Sem aquela "história" a cacofonia será difícil de disfarçar e não haverá mensagem que se possa passar.
E sem aquela mensagem, clara e coerente, o governo arrisca-se a vir a morrer na praia, com custos incalculáveis para o país.
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