SALAZAR E AS ILUSÕES DOS NEGOCIOS DO TURISMO
Há mais de trinta anos, num Conselho de Ministros (em que eu estava em representação do ministro) o assunto do potencial do turismo veio à baila, perante um certo mal estar dos elementos do Conselho, em parte pela personalidade invocada, mas também pela minha ousadia, eu relembrei o que Salazar dizia sobre esse assunto.
Salazar dizia que o turismo era um negocio perigoso porque era dificil ter a noção exacta dos seus ganhos, perdas e riscos, isto aliás na linha de também muitos pensadores de esquerda.
De um modo caricatural ele dizia qualquer coisa como "eles vêm nos seus aviões, andam nos seus automoveis, bebem o seu whisky e gastam outras coisas, como petroleo e bens de luxo, que nós importamos para eles, depois deixam-nos o lixo físico e "moral" ( a pratica de comportamentos que o Estado Novo gostaria de banir)".
De um modo caricatural ele dizia qualquer coisa como "eles vêm nos seus aviões, andam nos seus automoveis, bebem o seu whisky e gastam outras coisas, como petroleo e bens de luxo, que nós importamos para eles, depois deixam-nos o lixo físico e "moral" ( a pratica de comportamentos que o Estado Novo gostaria de banir)".
Inúmeras vezes eu tenho referido esta ideia para diversas audiências, sempre com a mesma gelada receptividade.
A galinha dos ovos de ouro tinha de estar acima de qualquer suspeita.
A galinha dos ovos de ouro tinha de estar acima de qualquer suspeita.
Chegámos à hora da verdade e as coisas não vão ser faceis.
Não é que o turismo não seja um bom negocio apesar daqueles problemas e da volatilidade potencial, o problema é que para a economia como um todo ele não é tão bom como se gosta dizer, porque nunca se calcula de facto o saldo real da balança do turismo ( entre o que ele deixa na nossa economia e o que nos obriga a importar em bens e serviços), isto para além das outras implicações sociais que ele envolve (e não me refiro aos problemas da moralidade Salazarista).
Não é que o turismo não seja um bom negocio apesar daqueles problemas e da volatilidade potencial, o problema é que para a economia como um todo ele não é tão bom como se gosta dizer, porque nunca se calcula de facto o saldo real da balança do turismo ( entre o que ele deixa na nossa economia e o que nos obriga a importar em bens e serviços), isto para além das outras implicações sociais que ele envolve (e não me refiro aos problemas da moralidade Salazarista).
Para além da conta corrente do deve e haver do turismo, existe o problema do imobilizado investido em actividades turisticas. Quem o financiou? Em que condições?
O problema volta assim a ser especialmente grave para o imobiliario. Será por aqui que nova crise financeira se poderá juntar à da economia real.
O problema volta assim a ser especialmente grave para o imobiliario. Será por aqui que nova crise financeira se poderá juntar à da economia real.
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