FINALMENTE O DEFAULT GREGO!
Chamem-lhe temporário ou "selected", na verdade é pura e simplesmente um default, espera-se pelo menos que agora seja gerido de forma competente, ao contrário do que tem sido feito com todo este dossier.
Como disse (e escrevi aqui e no JN) desde o primeiro dia, o default era inevitável, apenas o lobby dos grandes bancos europeus e as limitações da Comissão Europeia o adiaram artificialmente, agora aqui está ele, só que muito mais caro.
Os problemas vão ser imensos, entre eles o dos CDS's, mas esta é a única via para uma verdadeira e saudável solução da crise Europeia, espera-se que nos detalhes se não destrua o que a decisão tem de positivo.
Curioso é que, mais uma vez, seja a mais criticada dos políticos europeus, Angela Merkel, a avançar com a solução.
RESPOSTA A PEDIDO DE EXPLICAÇÃO FEITO NO FACEBOOK
A razão porque digo finalmente é porque esta é única via para a efectiva solução do problema europeu, até agora tem-se andado apenas a adiar as questões (grega e do modelo global), e isso tem custos enormes porque os mercados sabem que é assim, e vão atacando os pontos fracos e destabilizando todo o edifício. Os mercados só vão parar quando a Europa tiver apresentado uma resposta coerente que seja de facto uma solução e não apenas um adiamento, e a decisão de hoje parece ser a base para uma solução efectiva.
No dia 10 de Maio de 2010, a seguir à reunião do Conselho Europeu que aprovou o pacote grego e o fundo de resgate, escrevi o que julgava que iria acontecer, o que logo a seguir se veio a confirmar e me levou a publicar o texto de 18 de Maio, textos esses que estão abaixo (parcialmente).
A questão é que primeiro as autoridades europeias foram apanhadas desprevenidas pela gravidade da situação grega (o que é no mínimo de estranhar em especial estando então o mundo em crise há dois anos), não conheciam a dimensão do problema e muito menos como o abordar. Quando em Maio o quadro já é mais claro faltou a coragem para a decisão ideal que teria sido o default imediato com gestão das consequencias (capitalização dos bancos gregos e credores, etc.), mas para além de todos os problemas do processo de decisão comunitáro na verdade continuava a ignorar-se exactamente a dimensão daquelas consequencias (do default) e como as gerir, ao que se juntou o lobby dos grandes bancos europeus altamente investidos em divida grega e a quem o default assustava enormemente.
A partir daí ficou claro para os mercados que a Europa era um edifício frágil sem capacidade de resolver os seus problemas, e começaram os ataques aos seus pontos fracos, Irlanda, Portugal, e agora Itália e Espanha, processo este que só vai terminar quando a Europa der provas de que sabe o que está a fazer e não a enrolar-se em adiamentos e pseudo-soluções. E qualquer solução passaria sempre pela reestruturação da dívida grega, o que só se poderia fazer por doações à Grécia (quem? como?) ou pelo default com negociação. O default é um caminho claro que os mercados percebem bem, ganha quem ganha, perde quem perde mas o assunto fica arrumado e o modelo europeu pode tornar-se um sistema coerente que não vale a pena atacar. Só que teria sido muito mais barato ter feito isto um ano atrás.
EURO - O PACOTE BILIONÁRIO (10/5/2010)
Será que vai chegar? A questão não é o montante mas toda mecânica de funcionamento que parece não desmerecer em nada as habituais confusões da burocracia europeia. Falta ainda que o BCE diga o que vai fazer da sua parte, será que daí vem alguma verdadeira novidade? infelizmente tudo leva a crer que não, vamos ver.
Caso não haja uma estratégia clara, coerente e inovadora os mercados não vão comprar a solução, mas provavelmente vão até aproveitar para fazer uma boa recuperação antes de voltarem a cair com maior violência, "cèst la vie".
A EUROPA ENLOUQUECEU? (18/5/2010)
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Na fatídica noite da reunião dos ministros das finanças (pós Conselho Europeu), quando foi apresentado o comunicado final, ficou logo claro que o mercado não ia "comprar" a solução apesar da dimensão do pacote, e não iria comprar porque não era clara e sobretudo porque não encarava a questão da reestruturação da dívida grega, o que foi visto pelo mercado como sendo maior a preocupação de salvaguardar interesses de alguns bancos do que o de verdadeiramente limpar a casa (e aquela reestruturação poderia ter sido feita sem premiar os especuladores cheios de CDSs). Depois daquela noite os mercados tiveram uma ligeira recuperação e logo de seguida afundaram de novo, o que deixou os políticos europeus no estado que temos constatado.
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