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quarta-feira, 7 de março de 2018


O DESASTRE DE PASSOS COELHO, RIO E O FUTURO

Por ironia das coisas, Passos Coelho, o líder que levou o PSD a um dos seus maiores desastres, é tido como uma grande figura do partido, pela maioria dos seus militantes, ou pelo menos assim parece.
Passos foi o líder que não obteve a 2ª maioria absoluta, apenas por causa da sua obstinação, e que, depois disso, geriu desastrosamente a oposição do PSD à geringonça. Foi ainda ele que, mais uma vez pela sua teimosia, conduziu o partido ao desastre autárquico de 2017. Como é que é possível que esta figura seja reverenciada como o grande líder do PSD moderno?!
Passos é entronizado por ter salvo o país! Mas que fez Passos que qualquer outro líder de direita ou do centro político não tivesse feito?? Não havia outro caminho, só amigos de Tsipras poderiam ter suposto e tentado outras vias, nunca lídereres da área politica do PSD. Em horas como aquelas, o que tem de ser tem muita força, até o proprio Mario Soares o fez quando teve que ser.
Então foi porque Passos o fez de uma forma brilhante? Mas onde está esse brilhantismo? !
-Por mim só vejo deficiências, para além das reformas laborais e alguma coisa na Justiça e na Educação, que reformas fez mais?
- A política de comunicação do governo não foi um desastre?
- As decisões na área tributaria foram as mais corretas?
-Houve a coragem de acabar com o grupo BES, mas porque misteriosa razão se deixou arrastar o BANIF?
- Ainda na área financeira, que justificação para todos os lesados de ultima hora? Não será que tudo foi feito muito tarde? E não será também, que tudo foi muito amador?
-Porquê as guerras constantes com o Tribunal Constitucional? Porquê, em relação a nenhuma das reformas, realizadas e por realizar, não houve qualquer tentativa de negociação? Não existia espaço negocial? Ou o que Passos queria fazer estava fora de qualquer de qualquer possibilidade e por isso ele só queria cheques em branco, que o Tribunal Constitucional e outros agentes políticos não lhe podiam passar?
-A frustrada tentativa de revisão das contribuições para segurança social de trabalhadores e patrões, que quase destruiu a coligação, não foi um disparate? Pelo menos no timing, já para não discutir aqui o conteúdo.
-E por aí foi, vejo muita teimosia e resiliência, mas pouca arte e engenho.

Em resumo, Passos chefiou o governo da grande oportunidade perdida.
Com a “cobertura/justificação” da Troyka, aquele poderia ter sido o período das grandes reformas nacionais, mas, na verdade Passos ficou-se pelos mínimos, ainda por cima com um desgaste emocional e social maior do que aquele que teria sido necessário para reformar muito mais profundamente o país. Se para Portugal, esse foi o tempo de mais uma grande oportunidade perdida, para o PSD foi um desastre.
Teria sido fácil fazê-lo de outra forma? Certamente que não e muito menos com uma equipe como a que ele escolheu, em que os que tinham experiência não tinham qualidade e aos que tinham qualidade faltava-lhes a experiência, ou não tinham peso.
O próprio Passos que condições tinha para fazer frente ao desafio? Uma enorme vontade e uma forte resiliência, isso sem dúvida. Mas que experiência? Que conhecimento técnico?
A verdade é que Passos era então um recém convertido ao liberalismo, e por isso perigoso como todos os recém convertidos, porque ao apenas recentemente terem sido “tocados pela luz” julgam que de repente descobriram as soluções para todos os problemas do mundo.
O Passos-liberal passou a considerar-se a si próprio como portador de uma missão redentora, num país atrasado e com atavismos difíceis de ultrapassar. Passos quis ser um Guevara de direita, um revolucionário, a quem as simples reformas não bastavam. 
Ele queria em poucos meses fazer a revolução liberal nacional!!
Revolução essa para a qual não tinha qualquer mandato, isto aliás na linha de todos os bons revolucionários, que sempre usaram os mandatos que tiveram, quando os tiveram, da maneira que melhor lhes aprouve. Revolução obviamente impossível e que teria arrastado o país para o caos político, económico e social. São assim todos os “súbitamente iluminados”, de esquerda e de direita.
Passos, no seu delírio, pensou talvez que fora ungido pelos deuses para fazer a grande revolução, política, cultural e económica em Portugal. Aquela revolução obviamente não podia ser feita, não existiam nem as condições políticas, nem sociais ou económicas para a concretizar. Caso ele tivesse ido mais longe na sua aventura, teria destruído o país, a direita e o PSD.
Assim, Passos, com a sua teimosia, as suas limitações técnicas, e o seu desastre comunicacional, quase que foi o coveiro do PSD e simultaneamente, foi de facto o líder da grande oportunidade perdida pelo país. E para rematar com chave de ouro, foi o político que ofereceu de mão beijada à oposição uma situação muito fácil de gerir, mesmo que cometa muitos erros.
Então que dizer deste fenómeno que é a popularidade de Passos junto de grande parte das bases do PSD, e não só? Como se explica esta situação? Uma parte da explicação reside no facto de a maioria da população não ter sequer chegado a compreender quais eram de facto as suas intenções de fundo. Essa parte da população viu apenas o líder “corajoso” a enfrentar um momento delicado da vida nacional, nunca compreendeu bem o que “aí vinha”. Mas existia, e existe, outra parte dos seus apoiantes, em especial dentro do PSD, que tinham consciência do seu projeto e o apoiavam claramente.
A verdade é que existe hoje em parte da direita e do PSD uma deriva populista, com um pensamento contraditório, pró-europeu, mais ou menos liberal na economia, conservador nos costumes, democratas com reticencias, com uma agenda suficientemente confusa para ser abrangente, em que o anti-esquerdismo (quase que de forma clubística/primaria) é a base aglutinadora.
Esta deriva populista terá como origem, um certo cansaço com o politicamente correto da esquerda, e também com muitas das suas “manobras mais ou menos pérfidas” (como se estas fossem exclusivo das esquerdas). No entanto, para mim, tenho como seguro que a grande justificação desta “revolta moral”, é que ela é a forma das nossas direitas tentarem sublimar as suas frustrações com os próprios erros. Estes fenómenos de sublimação não são obviamente exclusivos das direitas, mas há muito tempo que as nossas abusam deles.
Será esta a nossa formula para o populismo? Porque razão fazer novos partidos para abrir novas frentes populistas, quando isso pode ser feito dentro dos partidos existentes? Será que o PSD como partido herdeiro de muitas tendências, unidas essencialmente pelo seu anti-comunismo, vai ser a nossa frente populista à direita? Esse movimento é imparável? Que consequências teremos no nosso espectro partidário e político?
Nos países ricos da Europa, os movimentos populistas começaram e desenvolveram-se a partir de pequenos movimentos e partidos nos extremos do espectro político, alguns deles cresceram e, neste tempo de incertezas multíplas, adquiriram já alguma relevância política.
No caso de países europeus menos desenvolvidos e com menor tradição democrática, o populismo instalou-se dentro de grandes partidos do poder. Vejam-se os casos da Hungria e da Polónia, com consequências ainda não claras, para essas democracias e para a Europa.
Iremos nós por essa via, de transformar os grandes partidos do centro em partidos populistas? Porque, não tenhamos dúvidas, se o PSD enveredar pela via populista, ou definha e perde toda a sua relevância, ou se afirma como tal e a prazo acabará por levar à radicalização do PS. Teríamos então dois grandes partidos “radicalizados”, rodeados por franjas irrelevantes, o que nos poderia conduzir a situações de enorme risco.
Regressar ao Sec XIX no Sec XXI, não nos levaria apenas a uma “simples” guerra civil, no mundo em que nos encontramos isso faria de nós campo ideal para todas as “experiencias” (alheias).
Os movimentos populistas são atrativos e perigosos, porque são sempre movimentos cheios de contradições, e que aliás vivem e se desenvolvem graças ao cultivo dessas contradições, o que lhes permite oferecer sempre o melhor de diversos mundos, por via de soluções aparentemente fáceis, mesmo que totalmente inexequíveis. Mas aquelas “simplificações populistas” com a sua inerente demagogia, são especialmente perigosas e delicadas na situação atual do projeto europeu.
Nestes tempos, todo o populismo irá desembocar em movimentos anti-europeus, quer se goste ou não. Será impossível completar a construção europeia com base em movimentos populistas espalhados pelo continente,pelo que isso seria o fim do projeto europeu. Se o PSD decidir enveredar pela via populista entregará ao PS toda a liderança do projeto europeu e com ela todos os possíveis louros. Será que o PSD o vai fazer?
E Passos? Será que está acabado como potencial líder de uma direita civilizada? Muitos comentadores pensam que sim, não estou tão seguro disso. A capacidade dos políticos se reinventarem é enorme, e apesar do “desastre”, ele tem qualidades pessoais importantes em termos de resiliência e liderança a que junta uma imagem pública contraditória mas com aspetos que podem ser positivos. A todas essas virtudes, Passos adiciona agora uma experiência governativa significativa, vivida em tempos muito difíceis. Se àquelas qualidades de Passos, o tempo vier a juntar uma maior abertura de espírito, melhor conhecimento técnico e sobretudo, se lhe der a capacidade de reconhecer os seus erros passados, se isso acontecer, Passos poderá voltar a ser um político a considerar na reserva da República

E agora Rio?
Tão teimoso como Passos, um homem da banda social-democrata do partido, que ao contrario de Passos não tem aversão aos velhos, mas que por outro lado, odeia a corte-lisboeta.
Com uma experiência política e de gestão pública infinitamente superior à que Passos tinha, e com uma bagagem técnica também significativamente melhor. Que se pode esperar de Rio?
O ódio de Rio à côrte-lisboeta, desde que racionalizado, poderá ter aspetos positivos. De facto existem, e não apenas nos tempos mais recentes, grandes inconvenientes nas praticas históricas desta “côrte”, que muitas vezes funcionou e funciona como clube fechado de troca de favores e de defesa de interesses particulares. É no entanto tarefa complexa alterar esta realidade, o que passaria forçosamente pela difícil consagração da transparência sistemática ao nível mais alto da gestão pública. Cair na tentação simplista da “multiplicação” de mini-côrtes seria desastroso para o país, e só pioraria tudo.
Quais as perspetivas para este novo líder? Aparentemente começou mal na gestão das questões internas do partido, foi a escolha dos vices, foi a guerra com o grupo parlamentar, foi o tom geral. Por muito que se goste de “pressão” parece que não lhe faltarão melhores oportunidades para a viver. Claramente um mau começo, sobretudo para quem tem pouco tempo pela frente.
Quanto à questão do relacionamento com o PS, contra grande parte das opiniões expressadas pelos comentadores de direita e centro, penso que Rio esteve bem. Não é tempo de fazer exigências ao PS que não tenham possibilidade de ter sucesso. O PSD necessita de mostrar agora que tem vontade de negociar soluções conjuntas, e por essa via de sair do beco em que se meteu à espera do diabo, e também de provar que tem vontade de negociar de espírito aberto e construtivo.
Se nestes dossiers agora abertos, ou noutros futuros, o PS bloquear negociações, tem de ficar claro perante os eleitores porque razões as negociações não tiveram sucesso, e quais as diferenças que as impossibilitaram. Só a partir daí o PSD poderá começar a fazer oposição de uma forma séria e sobre a qual possa capitalizar.
Rio tem pouco tempo e muito trabalho pela frente, pelo que necessita de não se dispersar em guerrilhas prejudiciais e consumidoras de tempo precioso, nem em teimosias “geneticas” ou em complexos anti-côrte.
Vencer o PS não será fácil, mas não é impossível, para que isso possa acontecer não poderão existir falhas da parte do PSD, será também necessário que o PS faça alguns erros (o que é altamente provável) e que, no meio desses erros, Costa tenha algum daqueles “surtos-psicoticos” que já demonstrou por mais de uma vez.
Passa por aí a possibilidade muito estreita de bater o PS.

Claro que o mais provável é que Rio não consiga derrotar o PS em 2019, mas se Rio fizer um bom trabalho e conseguir que o PSD cresça de forma significativa, certamente que ele irá continuar.
Se Rio falhar, o PSD tem grande probabilidade de vir a tentar transformar-se num grande partido “populista”, na tentativa de fugir ao definhar como um pequeno partido entalado ao centro.
É difícil fazer previsões num momento em que o quadro europeu continua muito fluído, em que às incertezas quanto ao Brexit, à Alemanha, à Itália, à Hungria e Polónia, e outras, se somam as incertezas da geopolítica global, relativamente aos EUA , Rússia e Médio-oriente.
Previsões são difíceis, mas isso significa que é tempo de cautela, sobretudo para pequenos países periféricos como o nosso.

1 comentário:

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