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terça-feira, 8 de setembro de 2020

 1820 - 200 ANOS DE CORRUPÇÃ0

Isto é uma provocação?
Sim, é.
Gratuita?
Não, não é
Grave mesmo, é que passados dois séculos, não se tenha aprendido nada e que o Estado continue a ser facilmente (e propositadamente?) capturavel por ineresses diversos.
A corrupção em Portugal pode até não ter começado com o liberalismo, mas foi com ele que a corrupção assumiu aspectos muito mais graves do que durante períodos anteriores.
Também não pretendo fazer aqui o elogio do absolutismo, mas apenas realçar que, como sempre, de boas intenções está o inferno cheio,
Não está em causa nem a coragem, nem a generosidade da maioria dos homens de 1820, mas apenas os erros que a partir daí se fizeram, construíndo um sistema que não só acabou por destruir a monarquia, como também todo o nosso Sec XIX.
A corrupção "liberal" é mais grave do que a absolutista por duas razões principais, a primeira e mais importante, é que na corrupção anterior, o alvo do "roubo" era a Coroa (em última instancia o Rei), com o liberalismo e o crescimento do Estado o alvo do roubo passou a ser o Estado e portanto o povo, realidade essa que se manteve com a Repulica e que ainda hoje existe.
No absolutismo do " l'État c'est moi", a distribuição de poder, benesses e riqueza, era sempre e em última análise, dependente da Coroa, Coroa essa que por vezes era preciso "enganar" ou forçar, para que aquela distribuição fosse mais generosa em favor de certos grupos. As lutas por essas benesses eram grandes, entre a nobreza, a Igreja e outras forças sociais.
Mas, naqueles tempos, a grande nobreza olhava o Rei, mesmo sem o dizer, apenas com um "primus inter-pares", que dependia do seu apoio para se manter como Rei (isto mesmo nos países como Portugal sem passado feudal), pelo que aquela nobreza sentia ter o direito moral de forçar o Rei em seu favor.
Com o liberalismo a corrupção passou a ser moralmente muito pior, porque ele pretendia ser um regime estabelecido pelo povo em favor do povo e se transformou num sistema que facilitou o assalto ao Estado por novas elites.
Foi assim que a corrupção foi passando a ser uma doença crónica da nossa sociedade, criando um circulo auto alimentado de desconfiança nos homens públicos.
A verdade é que a "democratização" da corrupção começou com o liberalismo e nunca mais nos deixou.
Antes disso o que havia eram lutas entre os poderosos pelo seu quinhão, o povo não era sequer parte da equação, o bem estar do povo dependia essencialmente da visão e da generosidade do Rei e dos poderosos.
O liberalismo trouxe de facto o povo para a equação, mas apenas como figurante, figurante a utilizar exclusivamente em beneficoio dos novos poderosos. Em última instância o que o liberalismo fez foi acelerar o crescimento do peso do Estado e transformá-lo na "grande teta" de muitas e sucessivas clientelas.
O problema não foi o liberalismo, que noutros países europeus possibilitou o surgimento de alguns dos países mais ricos e desnvolvidos da Europa e do mundo, o problema foi o "nosso liberalismo"
Em 200 anos nunca foi desenhado, e muito menos implementado, o sistema institucional e legislativo que permitisse finalmente travar a corrupção, isso nunca foi preocupação verdadeira de nenhum dos nossos sucessivos Parlamentos.
A vontade para o fazer nunca terá sido muita, ou sequer existido.
E assim continua.
A imagem pode conter: texto que diz "A Revolução Liberal de 1820 Rita Santos // n°22 //110]"
Carlota Furtado De Lancastre, Francisco João Velez Roxo e 26 outras pessoas
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