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terça-feira, 28 de outubro de 2014

POBRE ANTÓNIO COSTA

Estava ele a gozar os prazeres da vida, presidente incontestado da maior Câmara do país, para mais cheia de dinheiro que o governo lhe deu, patrono da cultura e das artes, comentador diletante, bem humorado e bem pago, com apoios desde a direita às franjas da esquerda radical, e ainda por cima com pouco trabalho porque o que tinha a fazer era facilmente delegável, quando senão....
Naquele quadro o objectivo óbvio era a Presidência, não só a presidência como a re-presidência, que o país já demonstrou que reelege qualquer mono, quanto mais a ele. Presidência de onde certamente sairia com maior unanimidade do que a rainha de Inglaterra.

Quem tramou o Costa? Guterres vai mesmo avançar? Ou foram  apenas os grupos de interesse do PS que acharam que era tempo de obrigar o homem a expôr-se? Eles tinham pressa e chegava de boa vida para Costa?

Estes partidos são maquinas de poder e quando estão muito tempo afastados dele, começam a ficar nervosos e a procurar soluções que lhes permitam o retorno ao poder. No caso do PS não era bem assim, mais ou menos feliz, o partido estava controlado por Seguro e tinha uma vaga esperança de chegar ao poder, apesar da falta de carisma do líder.

Só que essa vaga esperança não era suficiente para aplacar a ira e as ambições dos sectores mais carentes, eles tinham pressa, era preciso reduzir ao mínimo qualquer possibilidade de o governo não perder as eleições, eles precisavam de Costa, acontecesse o que acontecesse, esse era sem dúvida o melhor cavalo disponível. E assim, deram cabo da vida ao homem, já não há comentador, já não há boa vida, a imagem consensual vai desfazer-se, e vai dar muito, mas muito, trabalho.

Falemos agora dos carentes do poder, curiosamente neste caso os carentes são encabeçados pela brigada do reumático do partido, ele é Soares, ele é Almeida Santos, ele é Alegre, e até para surpresa geral conseguiram envolver nisto Sampaio, homem que até aqui tinha conseguido demonstrar bom senso e independência de pensamento, coisas da idade. Para além da brigada, existem óbviamente sempre montes de candidatos a lugares e negocios públicos e as maçonarias, a pressionarem pelo rápido regresso ao poder a qualquer custo. Não seria justo esquecer aqui os jovens turcos, também eles ansiosos por mostrar as suas habilidades, tal como os jovens cavaleiros que rodeavam D. Sebastião em Alquecer-Quibir, com os seus sonhos de glorias e saques diversos.

E tudo isto para quê? Se António Costa não ganhar as eleições irá perder grande parte do seu prestígio, e terá que recomeçar a vida política quase que do zero. Se as ganhar terá que fazer todo o mal que Passos não pôde ou não quis fazer, Costa irá fazer a revisão constitucional, e todas as outras reformas que a Europa vai exigir, não terá como as não fazer, a melhor opção será mesmo fazê-las logo que chegue ao governo, para ainda ter tempo de beneficiar dos seus efeitos, isto se a tal brigada míope e a direita o deixarem. A brigada impediu Seguro de viabilizar as medidas que a Europa queria, apenas para dificultar a vida a Passos Coelho, agora sobra para Costa fazer tudo o que já devia estar feito.

Seja como for, nada será como dantes para Costa, poderá não ser como passar do paraíso para o inferno, mas pelo menos para o purgatório será.






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