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quinta-feira, 21 de novembro de 2019



A BANALIZAÇÃO DA VIOLAÇÃO

De Ronaldo ao Príncipe Andrew, passando por Epstein, assim como por um sem numero de figuras publicas do mundo do cinema, do desporto e de outros sectores, até ao caso do empresário alemão de Cascais, os escândalos sucedem-se.
A violação é um crime demasiado serio para ser banalizado como tem acontecido, esta banalização em lugar de defender as vitimas de verdadeiras violações, não só as torna mais frágeis, como fomenta o negocio das "pseudo-violações" e portanto, da procura por parte de criminosos de "vitimas"  para operações de chantagem.
Violação verdadeira existe quando acontece violência ou coacção física ou moral, quando existe chantagem com base em relações de poder, ou em casos de aproveitamento da fragilidade ou inocência das vitimas.
Não tem sentido vir a reabrir casos de sexo claramente consentido 5, 10 ou 20 anos depois do sucedido, com base em que as coisas não correram "como deveriam" ter decorrido, o que na realidade  acontece na maioria dos casos apenas por razões de ordem financeira.

Mesmo no caso de menores, a obsessão com uma fronteira mítica e sagrada dos 18 anos é um disparate, claro que ela é uma referencia indispensável, mas está longe de ser o factor decisivo. Existem muitas mulheres com muito mais de 18 anos que mais facilmente podem ser vitimas de verdadeira violação do que algumas jovens de 16 ou 17.
Lembro-me de um caso passado em Singapura, há cerca de dez anos, quando foi preso um jovem executivo de um banco suíço, porque foi "apanhado" no hotel com uma prostituta de 17 anos, foi  preso de imediato sem direito a fiança e com risco potencial de uma longa pena de prisão. A jovem prostituta já anteriormente tinha levado à prisão de pelo menos outros 2 ou 3 homens e não era claro se não estava a ser utilizada pela policia como isco. Muito provavelmente o jovem suíço teria uma experiência sexual muito inferior à da jovem prostituta com quem se envolvera, mas isso para a justiça de Singapura de nada valia. Julgo que no entretanto as coisas terão mudado muito por lá, não sei como acabou aquele processo, nem se o tal jovem ainda está preso, mas, seja como for, o preço que terá pago, em termos de imagem, carreira e custos envolvidos, foi certamente totalmente desproporcionado em relação ao acto cometido.

Se no tempo da geração hippie, tivesse existido esta obsessão com a linha magica dos 18 anos, seguramente mais de metade dos lideres do movimento estariam ainda hoje na prisão, tal como aliás, os intelectuais do Maio de 68, também eles especialistas em jovenzinhas virgens.
Esta obsessão em rapidamente classificar tudo como violações criminosas, também acontece quando o "criminoso" é uma mulher, é por isso que de vez em quando lá aparece uma pobre professora com a vida destruída apenas porque teve uma paixoneta por um jovem de 15 ou 16 anos, que nem sequer era seu aluno. neste quadro, apenas algumas professoras  conseguem passar incólumes por esse tipo de experiência, como foi o caso da  Brigitte Macron. Tudo isto apesar de o sonho de todos os adolescentes da minha geração ter sido ter um romance com uma professora, sonho esse quase ninguém terá concretizado e que, provavelmente já não será sonho de ninguém das novas gerações.

Mas esta obsessão, também ela filha do politicamente correcto, não vai ficar por aqui, agora vai começar a reavaliação do passado sexual de todas as figuras históricas, sejam da política, das artes, da ciência ou da cultura. A primeira vitima parece ser Gauguin, pela sua relação com jovens indígenas no Taiti, fala-se em que começará a ser proscrito em alguns museus.Depois virão muitos, muitos outros.

As nossas sociedades têm feito progressos imensos na protecção dos mais fracos, mas se não houver bom senso, se formos pelo caminho deste puritanismo mais ou menos cínico, vamos refazer sistemas do tipo da Inquisição, que não protegerão ninguém e sobretudo, não protegerão as principais e verdadeiras vitimas.







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