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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

CULPA DO CAPITALISMO OU DO ESTADO?  (1)
Louçã e Mortagua são os mais conhecidos e dedicados criticos locais do capitalismo, para eles o capitalismo é a origem de todos os males das nossas sociedades.
Aquele tipo de critica é tanto mais facil quanto eles nunca apresentam sequer um unico exemplo real de um modelo de sociedade alternativo, é verdade que noutros tempos já o fizeram, fossem os exemplos da Europa de leste, de Cuba ou da Venezuela, mas depois, quando se tornaram claros os desastres economicos, sociais e ambientais desses tão brilhantes exemplos, discretamente foram-se calando. Desde então ficámos com as criticas mas sem exemplos reais de alternativas.
Qualquer pretensão de tirar conclusões com base em comparações entre utopias e casos reais, além de não levar a lado nenhum é intelectualmente desonesto, mas isso foi o que a esquerda revolucionaria sempre fez e continua a fazer, não uma ou outra vez "por engano", mas de forma sistematica, vezes sem conta, pelo menos desde Estaline a Maduro, passando por Pol -Pot.
Não quero com isto dizer que o capitalismo seja um sistema perfeito para assegurar o crescimento economico e social das nossas sociedades, de facto não o é, nem o pretende ser. Talvez, como a democracia, o capitalismo seja apenas a menos má de entre todas as formas existentes para organizar as economias das nossas sociedades..
Mas mais importante que discutir a bondade do capitalismo é deixarmos este jogo que a esquerda sempre quis impor, do socialismo versus capitalismo.
Na verdade, o socialismo envolve um projecto teorico e messianico para resolução dos problemas globais da sociedade, com os resultados praticos que, até agora, todos conhecemos.
Por sua vez capitalismo é uma outra coisa completamente diferente, muito menos ambiciosa e mais simples, mas com a enorme vantagem de que funciona, o capitalismo é, em ultima analise, apenas um mecanismo de fixação de preços, e por essa via de optimização da alocação de recursos, é isso que ele pretende e pode assegurar, o resto são opções de organização das sociedades.
Não existe no capitalismo nenhum projecto messianico de salvação da humanidade, existe isso sim a garantia de um sistema que assegura o funcionamento economico das sociedades de acordo com os objectivos dessas sociedades.
Os regimes socialistas que existiram ao longo da nossa historia não caíram, ao contrario do que alguma direita gostava de dizer, por "comer criancinhas ao pequeno almoço" (coisa que até não terão feito, mas fizeram outras tão más quanto), aqueles regimes caíram apenas por uma razão simples e bastante mais prosaica, porque nunca conseguiram fixar preços de forma a assegurar que as suas economias funcionassem.
É curioso que tendo sido os economistas socialistas quem mais queimou pestanas e neuronios a estudar, discutir e elaborar teorias sobre a determinação do valor, tivessem sido incapazes de fixar o preço de uma simples batata, que fosse.
Quem primeiro compreendeu bem esse problema e assumiu a responsabilidade pelas mudanças necessarias para o resolver, foi Deng XiaoPing, o pai do "milagroso milagre" economico chinês, com a sua "Economia Socialista de Mercado" (provavelmente influenciado pelo estudo feito por Charles Bettelheim sobre o Capitalismo de Estado Nazi).
Deng conseguiu combinar a " eficiencia" do capitalismo com um Estado que cumpre as suas funções, apesar de o fazer dentro do quadro de uma ditadura, o que permitiu o milagre economico chinês.
O mal da maioria das sociedades ocidentais não é a existencia do capitalismo, é, isso sim, a incapacidade de criar aparelhos de Estado eficientes, num quadro democratico. Ou seja,a incapacidade de criar Estados fortes ecompetentes, que não sejam facilmente capturaveis por interesses privados, ou de corporações diversas.
Goste-se ou não a verdade é que quem tem falhado nas sociedades ocidentais não tem sido o capitalismo mas o Estado. No caso de Portugal isso acontece porque existe uma "Grande Coligaçaõ" que vai da extrema esquerda à extrema direita para que assim seja. Uns não querem um Estado que funcione porque apostam tudo no "quanto pior melhor", outros não o querem porque isso seria o fim das suas inumeras negociatas, pelo que na pratica todos preferem a existencia de um Estado fraco e incompetente..
(continua)
Voltando ao nosso tema, para mim é claro que as culpas que a esquerda gosta de imputar ao capitalismo não têm qualquer sentido, sendo o capitalismo, em ultima instancia, apenas um sistema de determinação de preços, desde que o faça de forma razoavel, não pode ser criticado por não resolver todos os problemas de uma sociedade..
Quando as coisas correm mal nas sociedades chamadas capitalistas isso acontece por causa do aparelho politico instalado, por causa do Estado e portanto dos seus politicos, em ultima instancia é sempre o Estado o responsavel, seja por intervir de menos ou demais, mas talvez sobretudo por intervir mal.
O capitalismo não é um sistema messianico para de forma global determinar a melhor forma de gerir as nossas sociedades, ele é apenas um sistema que através da liberdade dos diversos agentes economicos e sociais permite a optimização da alocação de recursos disponiveis numa determinada sociedade, conseguindo assim aquilo que as sociedades socialistas nunca conseguiram. ou seja, fixar preços para que as economias funcionem.
Para desempenhar o seu papel o capitalismo necessita de competição, de "guerras" entre interesses diversos, interesses por vezes sem escrupulos nem principios, é por isso que o capitalismo só pode funcionar em beneficio da sociedade se o respectivo Estado tiver a capacidade para fixar as regras do jogo, para fiscalizar o seu cumprimento e para punir de forma efectiva todas as infracções, tudo isso feito em devido tempo.
Sem um Estado forte e competente o capitalismo não pode funcionar de forma correcta, e desse modo o seu espirito fica prevertido e em lugar de levar à competição entre os melhores para produzir os melhores resultados, acaba por se juntar aos regimes socialistas na ineficacia, no compadrio e na corrupção.
Dado que não existe, pelo menos para já, alternativa ao capitalismo, por muito que isso custe à dupla Mortagua/Louçã, o que nós temos é de ter um Estado capaz de obrigar esse capitalismo a dar o melhor de si proprio.
O problema é que olhando à nossa volta fica claro que os nossos politicos ou estão de uma forma ou de outra capturados pelo sistema de troca de favores (corrupção em termos crus), ou pensam (como a nossa dupla L/M) que "quanto pior melhor" ou seja, julgam que estão a cumprir a sagrada missão de dar ao capital a corda para ele se enforcar, pelo que estão saudavelmente sempre prontos para criticar e apontar todos os crimes e falhas feitas à sombra do sistema, mas nada fazem para introduzir correcções no sistema (isso seria colaboracionismo!).
(continua)

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