SEPARADOS À NASCENÇA?
Os dois venceram sozinhos, cada um à sua maneira, cada um a sua batalha. As suas vitorias não foram vitorias de partidos ou de instituições, foram claramente pessoais.
O que existe de comum entre estes dois homens? Que forças os animam? O que os aproxima e o que os afasta?
No aspecto físico as diferenças entre eles são grandes e crescentes, até porque enquanto Marcelo emagrece, Guterres engorda, mas de resto em tudo parecem semelhantes.
São homens da mesma geração, que convergiram nas concepções social-democratas, católicos praticantes, ex-alunos brilhantes, trabalhadores incansaveis, conhecidos pela inteligência e pelo dom da palavra, ambos com perfis "muito políticos", os dois com baixo perfil executivo, dois corredores de fundo ambiciosos, duas personalidades que com facilidade criam empatia, dois resilientes à solidão pessoal, etc
Apenas uma característica importante os afasta, enquanto Guterres sempre foi uma figura bem comportada, Marcelo só agora parece ter conseguido controlar a sua proverbial "traquinice". Para além daquele aspecto, o que os afasta parece ser muito pouco, pequenas diferenças ideológicas, diferentes níveis de extroversão, formação académica diferente, percursos também diferentes, mas tudo somado muito pouco.
Será esta uma receita para o sucesso político em cargos não executivos? (Já que para cargos executivos os perfis mais "rústicos" parecem mais adequados)
E se, nas passadas eleições presidenciais, o duelo entre os dois tivesse acontecido? Que bom teria sido assistir! Que teria restado depois de uma intensa luta fratricida?
Ter-se-ia perdido um SG da ONU, mas teríamos satisfeito uma curiosidade que nunca mais poderá ser esclarecida.
Ter-se-ia perdido um SG da ONU, mas teríamos satisfeito uma curiosidade que nunca mais poderá ser esclarecida.
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