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domingo, 23 de maio de 2010

DERRUBAR O GOVERNO

Pelos seus erros a anterior direcção do PSD viabilizou a vitória do PS e a manutenção do actual governo.
De forma correta Passos Coelho abandonou a estratégia que vinha a ser seguida, concentrou a sua actuação nas críticas sobre as questões substanciais e assumiu uma posição de responsabilidade de estado face à crise que se vive.
No âmbito daquela actuação o PSD fez o que tinha de ser feito em relação à moção de censura do PCP, mas não é para mim claro que tenha explicado bem aos portugueses porque o faz.
É demasiado vago ter uns números para controlar mensal e trimestralmente, e um reforço da equipe que no Parlamento para isso dá apoio técnico. Por essa via corre-se o risco de basear toda a actuação do partido numa discussão de pequenos números, acusações de falta de informação, de informação errada, de interpretações equivocadas, etc., ou seja o habitual pântano quando se vai por estes caminhos.

O PSD não pode manter esta postura de viabilizar o actual governo sem se demarcar mais claramente dele, sob risco de perder o seu timing e entregar de novo o controle de todo o jogo a Sócrates, com os consequentes prejuízos para o país e para o partido.
Porque é que o PSD faz isto? porque não se sente em condições de participar de outras soluções governativas? ou porque teme que essas outras soluções não passem por ele? ou só porque as Presidenciais estão aí? ou porque o PS ainda não tem alternativa à chefia de governo actual? ou porque o PSD conta que o actual governo leve sozinho todo o desgaste de gerir a crise e depois lhe entregue o poder de mão beijada? ou por qualquer outra razão, baseada em fantasmas ou milagres salvadores?

Esta postura se for prolongada não é boa para o país, porque não vai pressionar o governo para fazer o que tem de ser feito, e que assim continuará pela via mais fácil para não correr riscos, e não é boa para o PSD porque inviabiliza o seu futuro político.
Quer queira quer não, mantendo a actual postura o PSD vai se enrolar com a actuação do actual governo de tal forma que lá na frente não vai aparecer ao eleitorado como alternativa, de facto terá sancionado tudo quanto de mau tiver sido feito, não terá mostrado coragem para assumir a liderança, e não terá provado a capacidade técnica de encontrar melhores soluções, então porque apoiar o PSD nessa altura?

Como este PSD tem dito desde o principio a grande questão de maior urgencia em termos económicos é a redução da despesa pública, sem essa redução feita de forma drástica não existe solução para a economia nacional, enquanto ainda der podemos aumentar impostos para tapar buracos no imediato mas isso não resolverá problema nenhum, antes os agravará para o futuro. A questão da redução da despesa é uma urgência nacional, se este governo a não fizer o PSD vai ter que avançar com uma moção de censura, para não se tornar conivente no arrastar de problemas que terão custos cada vez mais altos para o país e depois se tornarão mesmo insolúveis.
Mas como o PSD tem de ser um partido responsável não pode parecer que um dia acordou mal disposto e decidiu derrubar o governo, o PSD tem de dizer agora, num prazo curto, qual é o seu caderno de encargos para o governo e o timing para a sua execução, se o governo não cumprir com o previsto o PSD terá de avançar com a sua moção e caberá ao Parlamento encontrar a solução governativa que julgue melhor, sem dramatismos, como numa democracia adulta.
O PSD não pode é ficar como o garante de um governo que não faz o que tem de ser feito e com ele ir-se afundando sem honra nem glória (como se diria noutros tempos), enquanto o país se atola mais numa crise que ninguém sabe quanto tempo ainda vai durar, no âmbito de uma Europa que a tudo isto soma a sua própria crise de identidade, e para a qual o contributo de Portugal é cada vez menos credível face à irresponsabilidade que temos vindo a demonstrar.

2 comentários:

  1. Post muito lúcido sobre o actual momento politico.
    Há muitas maneiras de apanhar moscas MFL era a tiros de canhão, PPC vai usando o mata-moscas. Se calhar o povão prefere o método mais silencioso, mas mais demorado.
    A situação lembra-me Mota Pinto no tempo em que ele ia demolindo a hegemonia ideológica do PS através da referência permanente às reformas que Mário Soares tinha de fazer mas que nunca conseguiu executar. Foi uma táctica de desgaste lento, muito diferente da de Sá Carneiro que sempre foi de maior radicalismo. O povo português, ao contrário do espanhol, parece que prefere os métodos suaves, pelo menos numa primeira fase.
    Como sabemos a combinação dos dois métodos resultou quase na sua totalidade, com a AD a conseguir a primeira maioria absoluta em democracia, esmagando o PS. Com Sá Carneiro a liderar e Mota Pinto a ser o mandatário da candidatura de Soares Carneiro (infelizmente não se conseguiram todos os objectivos mas ficou-se próximo).
    Mutatis mutandis esperemos que no futuro próximo, venhamos a ter um tandem desse tipo com PPC e Paulo Rangel juntos a encostarem às cordas o PS e a sua politica. Para isso o PS tem ser reduzido a uma percentagem eleitoral inferior a 30% sem grande crescimento da extrema-esquerda.
    Se isso não for possivel, ou vamos ter por aí o FMI a governar, ou então um novo regime (por ventura menos "democrático"), ou mais acertadamente a combinação dos dois...

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  2. Filipe Paes de Vasconcellos24 de maio de 2010 às 11:01

    O que eu faria se fosse o Senhor Dr. Passos Coelho
    1. Apresentava, solenemente, aos Portugueses, o Acordo que assinou com o Sô Sócrates e o Governo socialista
    2. Apresentava aos Portugueses as propostas que o PSD apresentou e que nãO foram aceites pelos socialistas
    3. Explicava muito bem, aos Portugueses, DEMOSTRAVA, o que o Pais poderia benificiar, com as propostas que o PSD apresentou o o Sô Sócrates e o seu partido socialista recusou.
    4.Explicava aos Portugueses, com muita clarteza, o que o PSD tem vindo a dizer nos últimos anos (do tempo da Senhora Drª. Manuela Ferreira Leite),pois é feio renegar o passado quando ainda por cima este é bom, e que o Sô Sócrates o o seu governo e PS sempre recusaram, demonstrando que se se tivesse arrepiado caminho a tempo, agora não seria necessário medidas tão drásticas.
    6. Em suma deixava, de uma vez por todas, de branquear, mesmo que sem intenção, o Governo socialista, pondo tudo em pratos limpos.
    Mas haverá coragem neste descomprometimento com o Governo socialista e respectivo partido?

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