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domingo, 28 de dezembro de 2014




AS PT's , OS TRABALHADORES , OS ACIONISTAS E A AG

Vem agora Isabel dos Santos queixar-se do Conselho de Administração da SGPS por ter inviabilizado a sua OPA, não sei o que aquele conselho fez, sei sim das dificuldades postas pela CMVM. Seja como for duvido da capacidade actual do grupo de Isabel dos Santos para se lançar na aventura de um "operador de base lusófona", face às dificuldades previsíveis para o futuro próximo da economia angolana.
Muito provavelmente ficaremos todos sem saber se a solução de Isabel dos Santos seria boa ou não para trabalhadores da PT Portugal e/ou para os acionistas da PT-SGPS.

O que parece estar agora sobre a mesa é apenas a decisão de autorizar ou não a venda da PT Portugal à Altice, decisão essa que vai depender dos acionistas da PT-SGPS. Quem são hoje os acionistas desta empresa? Será que a OI directa ou indirectamente já controla parte do capital suficiente para conseguir esta aprovação? Esta aprovação faz sentido para os acionistas não ligados à OI? A aprovação é boa ou má para os trabalhadores da PT Portugal?

Para responder a estas questões temos de voltar atrás e responder a uma outra pergunta, como é que foi possível uma operação de fusão em que os acionistas da empresa perderam mais de 80% do valor do seu património (1)? Vinte desses 80% são consequencia da operação da Rio Forte, de qualquer modo os outros 60% são apenas consequencia directa da fusão. Ninguém viu nada? Nem a SEC americana? Nem a CMVM? Nem o CA da PT-SGPS? Nem as Comissões de Auditoria, os auditores externos, as Comissões de trabalhadores, os sindicatos?

Se não fosse de mau gosto fazer uma comparação com o holocausto diria que a forma como acionistas e trabalhadores se deixaram cozinhar em lume brando é semelhante. Talvez seja melhor ficarmos pela história do rei que ia nú, numa monarquia absoluta nunca ninguem na corte reconheceria semelhante facto, as cortes existem e vivem de exactamente  não o fazer, elas existem apenas para  elogiar as vestes do rei, mesmo que toda agente saiba que ele vai nú. Ou seja, em toda esta história, para que tudo tivesse corrido bem, faltou apenas a criança inocente, de olhar límpido e claro que tivesse, em devido tempo, gritado a verdade, faltou na PT como faltou no BES. E como entre nós nunca há culpados, o único culpado é óbviamente a criança que não gritou, procure-se a criança!

E agora? Para trabalhadores e acionistas a única solução boa seria a reversão da fusão, o que o próprio CA da SGPS veio apresentar como possível, se assim for a venda da PT à Altice tem de ser parada na proxima AG.

Caso a fusão não seja reversível a venda à Altice pode ser a solução menos má para os trabalhadores, não porque aquela empresa não venha a fazer grandes cortes no pessoal ou porque seja certo que venha a concretizar o seu anunciado desejo de se converter num grande operador de telecomunicações, mas apenas porque será melhor para os trabalhadores passar a um quadro claro com um novo acionista que pelo menos para já quer administrar a empresa, do que arrastar-se dentro de um grupo brasileiro que não tem qualquer interesse na empresa, além de a vender rapidamente, em bloco ou retalhada.

Quanto aos acionistas parece-me não fazer qualquer sentido a autorização da venda à Altice, o seu único poder efectivo dentro da OI reside nisso, o poder de autorizar uma possível venda da PT, logo não o pode fazer sem contrapartidas, seja no limite do ideal a reversão da fusão mesmo que com algumas perdas ou, no mínimo dos mínimos, com uma compensação que reduzisse de forma significativa a sua actual perda de mais de 80%.

Vamos ver o que se segue até à Assembleia Geral de 12 de Janeiro.




(1)- em termos aproximados, no processo de fusão a PT- SGPS entregou à OI e seus acionistas a PT-Portugal com valor equivalente à sua dívida, mais algumas participações societárias e 4.300 milhões de euros, o que daria um valor superior a 5.000 milhões para o patrimonio líquido da PT-SGPS naquela data, actualmente o valor da empresa é inferior a 1.000 milhões

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