GRÉCIA, O LABORATÓRIO
O ano acaba com a garantia de eleições antecipadas na Grécia, o que é uma óptima notícia para os cientistas políticos, mas tudo leva crer que péssima para a população grega, já tão sofrida.
A notícia é boa para os cientistas políticos porque abre a possibilidade de surgirem respostas reais a uma série de questões e esse interesse será tanto maior quanto maiores forem as mudanças na Grécia, quase que quanto pior melhor.
Quais são as grandes questões em aberto:
- Como reage um eleitorado da periferia europeia depois de sofrer anos de austeridade, quando tem de escolher entre uma solução "realista" e a "aventura" mais ou menos populista?
- Caso a direita ganhe até que ponto os apoios europeus serão mais vigorosos do que até aqui?
- Caso o Syriza ganhe vai rapidamente transformar-se num realista ou irá mesmo partir a loiça toda?
- Irá o Syriza iniciar de facto uma nova experiência de socialismo democrático? Com que contornos? Irá destruir a economia?
- Como irá a Comissão europeia gerir os acontecimentos subsequentes? E o Banco Central Europeu?
- Que solidariedades internacionais irá o Syriza conseguir? Vamos assistir a experiências que destabilizem ainda mais o equilíbrio geopolítico da região?
- Qual vai ser a reação dos outros eleitorados europeus aos acontecimentos na Grécia? O Syriza vai ser uma vacina contra os populismos na Europa ou o início de uma nova vaga?
e por aí fora...
Tempos interessantes..., esperemos que os custos sociais não sejam demasiado grandes.
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