quarta-feira, 7 de janeiro de 2015
JE NE SUIS PAS CHARLIE
Respeito quem em nome da liberdade de expressão faz humor na imprensa fazendo sátira de convicções profundas, sejam elas de grupos, partidos, seitas ou outros, e, quer sejam aquelas convicções, políticas, religiosas ou de outro tipo.
No entanto não acho que tal actividade seja absolutamente indispensável, nem pilar da liberdade de expressão de uma sociedade aberta, o que não quer dizer que essa actividade deva ser limitada, ou mesmo deixar de ser protegida, ela e os seus profissionais.
No entanto, será sempre muito difícil a uma sociedade aberta impedir que fanáticos expressem de forma desproporcionada, até mesmo com violência selvagem, a sua fúria pela forma como as suas convicções profundas são alvo de ridicularização pública.
Foram assassinados 10 jornalistas que certamente pensavam que desempenhavam um papel importante no enriquecimento destas nossas sociedades, foram assassinados dois polícias que provavelmente não tinham opinião sobre o assunto, mas sabiam que o seu papel é defender as nossas sociedades abertas. Valeu a pena?
Não será que existem coisas que as sociedades abertas devem elas próprias se coibir de fazer? Para que um dia, para se defenderem, não venham elas a tornar-se sociedades fechadas?
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