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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015


PT - QUE ESPERAR DA AG

Fala-se agora que a AG poderá ser adiada se nesse sentido votarem a maioria dos acionistas presentes, ou seja, caso os apoiantes da venda à Altice tenham os dois terços necessários para assegurar a aprovação da venda eles votarão contra qualquer adiamento procurando arrumar o assunto o mais rapidamente possível, portanto só haverá adiamento se não existir maioria qualificada favorável à venda.
Tudo isto salvo, se o presidente da AG decidir por ele mesmo adiar a reunião. Num país normal, numa empresa normal, seria o que aconteceria, mas como até aqui nada tem sido normal resta esperar...

Olhando agora para o que pode ser o futuro próximo para os principais "stakholders" da PT, seja a AG realizada hoje ou nos proximos dias:

Trabalhadores - Gostaria de dizer que existem outras soluções muito melhores para os trabalhadores do que a da Altice, infelizmente não o posso afirmar, primeiro porque não sei de forma exacta o que aquela empresa quer, depois porque não conheço solução alternativa que seja expectável ou facilmente "construível". Na verdade ao longo de diversas administrações o problema da produtividade na empresa nunca foi encarado de frente, e dessa forma as deficiencias foram se agravando. Se a OPA de Belmiro tivesse tido sucesso, o choque de produtividade teria sido feito nessa altura, com a vantagem de que então a empresa era rica, a posição no mercado muito mais forte do que é hoje e a economia do país com muito maior potencial para absorver mão de obra. Infelizmente não vejo boas perspectivas neste campo.

Acionistas - Há muito tempo que os acionistas têm vindo a ser "cozinhados" em lume brando pela administração da empresa, no entanto a partir do processo de fusão esse cozinhar acelerou-se de forma substancial. Com uma fusão mal negociada em que a PT se entregou inteira (PT Portugal mais cinco mil milhões de euros) em troca de uma participação minoritária e com direitos de voto reduzidos, tudo engalanado como uma operação de grande sucesso, acordo de fusão esse seguido de uma renegociação ainda mais penalizadora para os acionistas (feita no seguimento do caso da Rio Forte),
Neste quadro só com o esta fusão, os acionistas viram em pouco mais de um ano o seu património reduzir-se de cerca de 5.000 milhões para menos de 600 milhões,  se os acionistas não fizerem nada AGORA, em breve esse patrimonio será de 100 milhões ou menos. Ou seja, até agora os acionistas tiveram uma perda em função da fusão de quase 90%, em que "apenas" 16% são consequencia da Rio Forte, sendo todo o restante consequencia dos termos em que a fusão foi negociada.
O único poder efectivo que a PT-SGPS tem dentro da OI é o de autorizar ou não a venda da PT Portugal, até agora o CA da empresa decidiu não exercer esse poder, o que podia ter feito vetando a venda na reunião do CA da OI, fica pois para a AG a oportunidade de o fazer, se os acionistas da PT-SGPS não vetarem essa venda vão demonstrar mais uma vez que bem merecem o que lhes tem acontecido. Os acionistas têm de vetar a venda para que a PT-SGPS possa reverter a fusão, ou que a OI faça uma OPA sobre a PT-SGPS, ou em que pelo menos possa negociar junto da OI contrapartidas em termos do peso da participação da PT na OI.
Certamente que alguns acionistas relevantes da PT-SGPS já negociaram acordos particulares com a OI para se protegerem, mas isso não resolve o problema da generalidade dos acionistas da empresa que depois de esmagados serão reduzidos a pó se nada fizerem.

País -  Não sou dos acredita na grande missão (quase que diria "civilizacional" para alguns) que a PT desempenhou no quadro da economia nacional, esse papel sem dúvida importante teve tambem para o país custos significativos em termos fiscais, tarifários e outros. O que neste momento me preocupa são os custos sociais que o futuro proximo nos reserva, já referidos atrás, e os custos de imagem de todo este processo. Qual a credibilidade de um país em que se passa tudo isto e não existem consequencias? Com que cara podem as empresas portuguesas procurarem colocar dívida e capital nos mercados? Todas as piadas do português que o Brasil gosta de contar há séculos serão muito pouco em relação ao que se vai seguir, e o pior é que não serão apenas piadas.

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