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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015



 AMERICAN SNIPER E OS ERROS DA DEFESA DOS EUA


Um filme eminentemente político, de que os republicanos não terão gostado nada.
Um filme sobre a estupidez destas guerras que não se podem vencer e deixam cicatrizes profundas em todas as partes envolvidas.

Fez-me lembrar outro filme, esse basicamente um documentário, "estrelado" pelo ex Secretário da Defesa dos EUA Robert McNamara. o tecnocrata Presidente da Ford que  Kennedy convidou para seu Secretário e que foi responsável pela escalada no Vietname.
Naquele filme, The Fog of War, umas dezenas de anos depois do fim da guerra, McNamara explica como ao fim e ao cabo tudo não passou de um acumular de mal-entendidos, sem eles nunca teria havido guerra.
Foi esse filme que me fez perder por completo a confiança que tinha nas decisões da defesa americana, uma grande potencia com a qualidade e quantidade de informação que tem, nunca poderia entrar em aventuras que não tivessem uma forte justificação, mesmo que tudo apontasse no sentido contrário, acreditei nisso até ver e ouvir McNamara. A partir de então desconfio de toda a política de defesa americana,  sobretudo quando se trata de intervenções directas em países estrangeiros.

No meio das pressões dos falcões, dos interesses da industria de defesa e outros fornecedores, das manobras de políticos estrangeiros que procuram ganhar peso nos seus países envolvendo os americanos nas suas jogadas, e também obviamente dos humanos erros, no meio disto tudo, todas as loucuras são possíveis, em nome de qualquer coisa que se queira inventar.

O filme de Clint Eastwood aborda estas questões não pela via do ensaio mas contando de forma magistral e emocionante uma história verídica de um herói americano, do seu duelo com outro herói (embora o filme o não assuma como tal) anti-americano, das condições daquelas guerras de ocupação impossível, e das dificuldades de um regresso a casa para heróis, menos heróis e "cobardes".

Infelizmente tudo leva a crer que desta vez as sequelas vão ser muito piores do que as do Vietname, não que a guerra tenha sido mais violenta, não porque os conflitos durem há mais tempo - ambos são heranças coloniais que se arrastam do século XIX - mas porque o mundo muçulmano continuará a ver em tudo isto sobretudo como uma guerra religiosa, que não irá acabar só por os canhões se calarem.

Quem depois do American Sniper ainda  acreditar na clarividencia militar americana, recomendo com urgência The Fog of War.

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