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sexta-feira, 9 de abril de 2010

CONTRA-PARTIDAS E CORRUPÇÃO

Embora seja minha intenção dedicar um texto à problemática geral da corrupção agora pretendo apenas abordar a questão da prática das contra-partidas em Portugal.

Fala-se com espanto da falta de cumprimento das contra-partidas no contrato dos submarinos como se fosse uma grande surpresa e um escândalo inesperado, eu pergunto, quantos contratos com contra-partidas tiveram execução "razoável" (digamos acima dos 80%)? Estou pessoalmente convicto que a grande maioria deles terá ficado muito longe até mesmo dos 50%.

Isto quer dizer corrupção? pode efectivamente ser uma via para isso, mas a corrupção não precisa das complicações dos contratos de contrapartidas, ela vive bem sem eles.

A prática de atrelar acordos de contra-partidas aos grandes contratos do Estado e das empresas públicas era na origem uma ideia bem intencionada e que se julgava com largo potencial, por permitir obter ganhos adicionais de valor importante para quem as recebia e de menor valor para quem as concedia, seria assim uma estratégia "win-win". Como muitas ideias generosas a prática acabou por não confirmar as intenções e normalmente os acordos de contrapartidas não foram cumpridos na maior parte dos casos (e julgo que o mesmo aconteceu a nível internacional), tendo mesmo passado a ser recomendado que se abandonasse tal prática e se negociassem preços de forma mais rigorosa sem sonhar com hipotéticas vantagens de contra-partidas que nunca se confirmam.

Porquê agora este alarme? Julgo que se está apenas a banalizar a corrupção, em breve pouca gente acreditará que ela não é um fenómeno totalmente generalizado, e isso mais não fará do que desmotivar a população e aumentar o próprio fenómeno da corrupção em vez de o diminuir.

O permanente sensacionalismo, alimentado por guerras políticas constantes, em conjunto com a crise económica que vivemos, poderá vir a abrir a porta a uma situação de instabilidade que ninguém vai então ser capaz de gerir. Pulido Valente manifesta o seu espanto perante a passividade do PC e BE face à actual crise, mas porquê fazer alguma coisa? Se mexer estraga! As burguesias estão com tendências suicidas.

1 comentário:

  1. Os media gostam muito de noticias sensacionalistas...mesmo o que não seja corrupção, facilmente pode ser pintada como tal pela imprensa. E de facto, tal causa alarme social e desmotivação para quem está "em baixo".
    A moralização tem de começar nos media e passar pelos políticos. Só que ética é cada vez mais uma palavra vã...
    Pedro CM

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