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quarta-feira, 14 de abril de 2010

OS PRÓXIMOS 100 ANOS

O título é claramente pretensioso, parece de um daqueles best-sellers que depois de espremido não diz nada, mas apesar do apelo comercial do título o livro de George Friedman (não confundir com o Thomas) é um livro indiscutivelmente importante para ajudar a compreender este nosso mundo.

O livro tem uma primeira metade que é especialmente interessante e que é dedicada à análise do mundo actual e às grandes forças que nos condicionam e em parte determinam o futuro. A segunda parte entra no campo da futurologia e é altamente polémica, além de aí ser clara a visão bélica que o autor tem sobre o nosso futuro, o que transforma esta parte num texto curioso mas de cuja leitura muita gente dispensará os pormenores.

Em termos de grandes teses do livro, pode dizer-se que Friedman pensa (ao contrário de grande parte dos outros autores) que o grande século dos USA não foi o XX mas será sim o sec. XXI. Neste novo século, tal como em toda a história da humanidade, os grandes conflitos serão inevitáveis não porque sejam em si um objectivo de alguém mas porque as desconfianças entre as diversas potencias sempre acabarão por os originar. Na sua visão a Rússia acabará por se despedaçar e as novas potencias que tentarão aproveitar essa situação serão a Polónia, a Turquia e o Japão, dado que na visão dele a China e a Índia estarão demasiado envolvidas em problemas internos para poderem ter aí algum papel. Como se vê teses largamente polémicas, postas em cima da mesa por alguém que tem uma equipe dedicada a tempo inteiro a este tipo de questões, o que não os inibe de errar totalmente mas que garante que pelo menos não estamos apenas perante meia dúzia de "palpites".

George Friedman é um homem da geopolítica e o fundador da Stratfor, empresa de consultoria nesta área que tem um site na internet que se pode ver no lado esquerdo deste blog (embora o grosso da informação seja exclusivo dos assinantes).

O autor não representa um "pensamento americano" sobre estas questões que nos USA são tema de estudo de inúmeras personalidades, universidades, grupos diversos e revistas (entre outras as duas também com links neste blog - Foreign Policy e Foreign Affairs). Já aqui referi anteriormente Farheed Zakaria como alguém com um papel e posições importantes neste campo, até pelo relevo que tem na comunicação social, Zakaria por exemplo tem posições radicalmente diferentes das de Friedman, quer em relação ao poderio americano quer às perspectivas do mundo para o sec. XXI. Com diferenças ainda mais radicais, temos no extremo oposto do autor deste livro a esquerda americana, dentro da qual neste campo e bem conhecido em Portugal temos Emanuel Wallerstein, com a sua visão totalmente pessimista não só em relação ao futuro próximo dos USA mas de uma forma mais geral em relação ao capitalismo, que segundo ele já morreu há algumas dezenas de anos mas ainda não sabe.

Não é possível no mundo de hoje ter posições sobre as grandes questões que se põem à humanidade sem conhecer estas diferentes perspectivas e com bases nelas ir construindo as nossas próprias ideias.

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