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quinta-feira, 10 de março de 2011

BRASIL - TEMPO DE CAMBIO FIXO?

O governo já avisou que vai adoptar um conjunto de medidas destinadas a controlar a valorização do Real, será que isso vai ser suficiente?

O Brasil é o único BRIC com um sistema de cambio flutuante mais ou menos puro, embora a Índia nos últimos anos também se tenha aproximado do mesmo padrão. Isto põe ao país problemas de difícil solução, em especial no contexto da actual crise mundial e das medidas que países como os USA têm tomado, com os consequentes grandes movimentos internacionais de capitais. Àquelas dificuldades juntam-se as comerciais, dado que a imensa maioria do comercio externo brasileiro se verifica com as duas grandes moedas de reserva internacionais (USD e EURO) e com o "super administrado" YUAN.

O cambio determinado por via da flutuação pura em última análise é o resultado da conjugação de dois factores, por um lado do diferencial entre as taxas de juro internas e as "do resto do mundo", e por outro das expectativas em relação à própria valorização cambial, num processo que rapidamente se torna auto-sustentado e tende a desenvolver-se em espiral até ao seu desenlace final.

Dado que não vai ser possível ao Brasil baixar as taxas de juro, resta-lhe baixar as expectativas relativamente ao potencial de valorização da moeda, tarefa que se afigura extremamente difícil seja qual for o pacote de medidas que esteja a ser preparado, salvo no caso de se verificar nos mercados mundiais um crescimento explosivo da aversão ao risco, o que por si só corrigiria a situação.

O dilema para os países nesta situação é sempre entre arriscar na difícil opção da administração do cambio, ou alternativamente, tentar apenas domesticar o cambio flutuante. Depois dos erros feitos até 1999 na administração do cambio, o governo e Banco Central têm reafirmado a sua fé na flutuação, até a nova Presidenta já o fez claramente.

Será que os erros do passado são razão suficiente para afastar a solução do cambio administrado/fixo? Será que o cambio flutuante é domesticável no actual contexto mundial, e das instituições/legislação/capacidade-competitiva brasileiras?

Se não for encontrada uma solução que funcione, o Brasil corre o risco de que a grande festa que tem vivido acabe em enorme frustração. Mais uma vez, como diversas vezes já aconteceu na história do país.
Lula podia não o saber, mas Dilma sabe. Haja esperança.

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