A REVOLUÇÃO PARTIDÁRIA EM CURSO
O aparecimento dos novos partidos, conjugado com o desgaste dos tradicionais e o virar à esquerda do PS, vieram criar um cenário totalmente novo, pelo que o quadro partidário irá mudar muito rapidamente.
Neste novo quadro, apenas o PCP parece estar na mesma, o PC é o PC, nunca mudou, tudo leva crer que não vai mudar, pelo que apenas se irá extinguir lentamente ao longo do tempo.
O PS que tem disputado o centro Social-democrata com o PSD, parece agora em deriva clara para a esquerda, deixando desse modo ao PSD espaço para se afirmar com o verdadeiro partido social-democrata, sendo assim, o PS irá, cada vez de forma mais clara, pisar os terrenos do BE, num processo de aproximações e arrufos consecutivos.
O PAN é sobretudo um partido do tipo identitário e tentará continuar o seu caminho nas bordas do PS, esteja ele onde estiver. O Livre parece vir a deixar de ter representação parlamentar, e não terá possibilidade de vir a desempenhar qualquer papel neste novo cenário, podendo até vir a surgir um outro partido identitário em volta de Joacine.
Quanto ao PSD, face à deriva esquerdista do PS, poderá afirmar-se como o único partido social democrata do espectro partidário, tornando-se assim o Centro do sistema. No entanto com a crise de ideias e de liderança, não é claro até que ponto o partido conseguirá potenciar esta oportunidade.
Neste momento existem à direita do PSD três partidos, o mais antigo, o CDS, é o que parece ter pela frente uma vida mais complicada, até porque é o que tem uma posição ideológica mais indefinida, ao que se junta, o peso de uma historia e de muitos dirigentes também eles "historicos", assim como uma estrutura que pode ter mais inconvenientes do que vantagens.
O Chega é o partido à direita que recentemente conseguiu maior sucesso, no entanto a sua opção por ser um partido totalmente conservador nos costumes e totalmente liberal na economia, poderá vir a originar-lhe problemas de crescimento a médio prazo.
Por sua vez o Iniciativa Liberal conseguiu ter também um impacto social significativo, sendo um partido liberal, tanto na economia como nos costumes, terá como objectivo ser uma direita mais "moderna" e dinâmica, como se trata de facto de uma novidade politica entre nós, fica mais difícil prever até onde poderá ir.
Neste quadro, restará ao CDS (ou a quem lhe suceda) o espaço para ser conservador nos costumes e também na economia, conservador no sentido de não pretender fazer na economia "revoluções" liberais, tudo numa linha mais democrata cristã, mais ou menos conservadora dependendo da liderança
Este cenário à direita pode ainda vir a mudar muito, quer porque estas transformações são ainda muito recentes, quer porque não é ainda claro onde e como o PSD se vai situar.
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