Etiquetas

25 ABRIL (2) aborto (1) admpublica (1) adopção (1) Alemanha (3) angola (1) banca (8) barroso (2) BE (2) BENTO (1) Brasil (19) brexit (2) BRUXELAS (1) capitalismo (1) cavaco (9) CENTENO (2) centrão (1) chega (1) China (2) cimpor (5) cinema (2) CLIMA (1) cmvm (3) COREIA DO NORTE (1) corporate governance (2) corrupção (10) costa (10) crise (28) CUBA (1) cultura (1) CURIOSIDADES (1) deflação (1) DIREITA (8) DIVIDA (2) economia (30) ELEIÇÕES 2015 (6) empresas (9) ESPANHA (1) esquerda (8) estado (6) EURO (14) europa (19) FED (2) fiscal (1) GAMA (1) gay (1) GEOPOLITICA (4) GERINGONÇA (17) gestão (1) Grandes empresas (1) grecia (9) guevara (3) GUTERRES (2) impeachment (2) imprensa (2) internacional (3) investimento (1) IRÃO (2) Irlanda (2) isabel (1) Israel (2) JARDIM (1) JUNCKER (1) juventude (1) lingua (3) literatura (2) lula (1) madeira (3) MARCELO (5) MARIO SOARES (2) MEDIO-ORIENTE (4) mercados (11) merkel (3) MITOS (2) montenegro (2) mundo (1) MUNDO PLANO (1) NEOLIBERAL (1) ocidente (2) orçamento (2) PACHECO PEREIRA (1) partidos (1) passos (16) passos coelho (5) PC (2) PEC (3) PERGUNTAS (2) pessoal (2) pintoluz (2) pol.correcto (1) politica (28) política internacional (5) porto (1) Portugal (23) PS (8) psd (17) pt (8) PUTIN (5) RADICALIZAÇÃO (1) REFUGIADOS (1) rio (4) roda (1) RUSSIA (4) Rússia (1) salazar (1) salgado (2) SCHULTZ (1) social (5) socrates (1) sócrates (4) SOROS (1) tap (1) TERRORISMO (2) trading (1) TRUMP (8) UBERIZAÇÃO (1) UCRANIA (1) uk (1) URBANISMO (1) USA (4) VAROUFAKIS (1) violação (1)

domingo, 1 de dezembro de 2019



TRUMP O IMPEACHMENT E OS BILIONARIOS

Face a todo o aparato jurídico que os processos de impeachment envolvem, o público é levado a pensar que o mais importante e determinante do sucesso desses processos  são as infracções cometidas pelo Presidente, face   à Constituição e ao aparelho jurídico dos EUA.
As coisas não são assim tão simples, se o fossem talvez a maioria dos Presidentes americanos pudesse ter sido "impeachavel", mesmo os maiores, como seria o caso Franklin Delano Roosevelt que dava muito pouca importância aos detalhes Constitucionais e legislativos, na urgencia de fazer as suas grandes reformas.

Na verdade existem, mais três  aspectos determinantes da possibilidade  de concretização de um impeachment, o nível de popularidade do Presidente, o apoio que o Presidente tem da maquina do Estado (Central e Estadual) e, por último, mais importante mas em grande parte função dos dois pontos anteriores, o apoio que o Presidente consegue assegurar por parte das suas bancadas nas duas Câmaras do Congresso.
Não se pode ignorar que um Presidente com níveis de popularidade muito altos pode fazer mais ou menos o que quiser, pois nunca será afastado, por infrações jurídico-constitucionais menores, sobretudo se os seus níveis de aprovação andarem acima dos 60%.
O outro aspecto referido é o apoio que o Presidente tem na maquina do Estado, por maquina do Estado quero aqui significar as Forças Armadas, os Serviços de Segurança, a Diplomacia, os "Directores Gerais", os governos Estaduais, etc Um  Presidente que toda a maquina veja como competente é um Presidente que também não é facilmente "impeachavel", sobretudo por "pecadilhos menores".
Por último, a decisão sobre um impeachment é sempre política, e por isso não cabe aos tribunais, embora eles possam ter alguma influencia em determinadas fases do processo, pelo que a decisão final será sempre das duas Câmaras do Congresso e aí, como é evidente, apenas mantendo-se a  fidelidade total ao Presidente por parte do partido que o apoia, ele poderá resistir ao processo.
Aquela fidelidade, para além das ligações pessoais, depende sobretudo de dois elementos principais, de como os Senadores e Congressistas vêem o seu futuro político em função do seu apoio ou não ao processo e depois, e mais importante ainda, de como os grandes financiadores do partido vêem eles mesmos esse assunto.

Neste quadro como fica Trump?
A sua popularidade nunca sequer atingiu os 50%, nem antes nem depois da sua eleição, de facto a sua popularidade media foi de apenas 40%, tendo variado entre os 35 e os 46%. É de destacar que a popularidade media dos Presidentes dos EUA nos últimos 60 anos foi de 53% . Face a este  baixo nível de popularidade, poder-se-ia mesmo falar de  impopularidade, impopularidade essa que só parece menor pela adoração que os seus devotos dedicam a Trump.
Àquela sua baixa popularidade  acresce o facto de que toda a máquina do Estado está já muito "cansada" com Trump, com a sua impreparação,  a sua arrogância, a sua imprevisibilidade e até com as suas infantilidades de criança mimada.
A somar aqueles dois aspectos, é de há muito evidente que razões de ordem juridica para o impeachment não faltam.
Perante esta situação, o impeachment de Trump parece estar totalmente nas mãos do partido Republicano.
Talvez no entanto as coisas não sejam assim tão simples como parecem.
Até que ponto podem as decisões tomadas no âmbito interno do partido democrata virem a ser determinantes no sucesso do impeachment?

Independentemente de quem interinamente suceda a Trump, a grande preocupação dos republicanos e em especial dos seus financiadores, é a de saber quem poderá ser o vencedor das eleições de 2020, sobretudo depois de Trump afastado e o partido desgastado.
Face aos inúmeros problemas políticos e económicos criados por Trump, julgo que a maioria dos grandes financiadores republicanos não estará muito preocupada com a sua saída, mas estarão, isso sim,  preocupadíssimos com a possível eleição de um Sanders ou de uma Elizabeth Warren.
Ou seja, curiosamente, julgo que a concretização ou não do afastamento de Trump, está de facto nas mãos dos democratas, ou seja, se o vencedor das primarias democratas for um radical dificilmente haverá impeachment, e assim, por estranho que pareça, a radicalização dos democratas seria o melhor seguro de vida para Trump.
A radicalização dos democratas não apenas inviabilizará o impeachment, como poderá até levar  à reeleição de um Presidente impopular, porque o desfecho de um combate entre dois radicais será sempre de resultado imprevisível.

Digo isto. não por pensar que não existam virtualidades nos programas de Sanders e Warren. Como eles gostam de dizer, Roosevelt nas suas reformas foi muito mais longe do que aquilo que eles agora propõem, mas simplesmente, não é agora  claramente o tempo para os EUA embarcarem  em processos desse tipo.
Nestas condições, o Mundo e os EUA precisam que o Partido Democrata deixe para depois a ideia de nomear um radical, isso poderia  custar-nos a continuação de Trump, com todos os efeitos catastróficos que tal poderia  implicar.





Sem comentários:

Enviar um comentário