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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019



COMBATER A DEFLAÇÃO - UMA ABORDAGEM HETERODOXA 


São diversas as origens dos processos deflacionarios, de entre elas o crescimento geral da aversão ao risco, o envelhecimento das populações que também faz aumentar a referida aversão e a disseminação do sentimento de que os preços vão continuar a baixar (ou a não aumentar) o que leva ao adiamento das decisões de compra, isto nas economias mais ricas, deflação essa que, dentro do mesmo espaço monetário, se estende depois às economias mais pobres, aí mais pelas limitações económicas dessas populações do que pela sua aversão ao risco.
No sentido de reverter estes processos deflacionarios os governos europeus nada têm feito, tendo deixado o problema quase que apenas nas mãos do Banco Central Europeu, com as óbvias limitações que ele tem e os enormes riscos das suas medidas mais agressivas.
Isto embora existam medidas que os governos poderiam ter tomado, na área fiscal e outras, no sentido de tentar diminuir aquela aversão ao risco e levar ao aumento da inflação. Medidas aquelas a que varios países e em especial a Alemanha, se têm oposto com medo do regresso do descontrole orçamental pela Europa fora.
Apenas no Japão parece ter optado pela via fiscal para combater a deflação,com resultados ainda não claros.
A hipótese que defendo aqui seria uma solução em que fossem criados suplementos adicionais ao IVA, sempre que a inflação estivesse abaixo do objectivo para o período.
Os fundos obtidos por via daqueles adicionais seriam devolvidos de imediato à economia (ou até em parte antecipadamente), com o propósito de inflacionar essa economia.
Aquele processo seria repetido em ciclos o mais curtos possíveis, trimestralmente se tal fosse exequível.
O objectivo seria assim criar inflação por duas vias, fazendo as pessoas acreditar que ela iria acontecer de acordo com o planeado pelos governos e por outro, pela transferência de recursos de agentes económicos com aversão ao risco média, para agentes com aversão ao risco abaixo da media.
Neste quadro os governos deveriam deixar claro que sempre que inflação estivesse sensivelmente abaixo da meta, gerariam inflação por via fiscal até ela voltar a aproximar-se do objectivo. Em linhas gerais, as regras a divulgar e implantar seriam do tipo do exemplo abaixo:
1- Trimestralmente, sempre que a taxa de inflação anual seja inferior à meta fixada, serão tomadas as seguintes medidas:
a) activada uma taxa adicional e temporária sobre o IVA (e outros impostos que se julguem adequados - sobre a transacção de imóveis, automóveis, etc) destinada a compensar a diferença em relação ao objectivo verificada no trimestre
b) caso nos trimestres seguintes a inflação continue abaixo do respectivo objectivo, o governo repetirá o referido em a), aumentando de novo a taxa adicional
c) aquelas taxas adicionais deverão começar a ser retiradas gradualmente logo que a a inflação comece a subir e a aproximar-se do nível desejado.
2- Todos os recursos captados por via destas taxas adicionais deveriam ser de imediato devolvidos à economia, preferencialmente em investimentos de rápida concretização e de mão de obra intensiva.
Esta solução, se exequível, teria a vantagem de ser neutra em termos orçamentais, o que a faria mais palatável para os países do norte da Europa.
Como é evidente, este tipo de abordagem apenas faria sentido se aplicado à totalidade da zona monetária envolvida.

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