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domingo, 14 de fevereiro de 2010

INGOVERNABILIDADE - II

Como já subentendia no texto anterior, acho que está tudo a ficar doido, senão vejamos o que se passa:

- A esquerda radical (PCP e BE), que apesar dos alguns bem intencionados que abriga, continua a ter uma matriz revolucionária, arvora-se agora em defensora ardorosa das liberdades e da democracia burguesa, isto ao mesmo tempo que idolatra o Sr Chavez e a "revolução Bolivarina". Alguém acredita nestas lágrimas de crocodilo? mais uma vez estamos numa estratégia pura e simples de quanto pior melhor, habitual e coerente com os objectivos desta esquerda.

- O PS sente-se um pouco perdido, não consegue sequer passar à população uma mensagem clara sobre toda esta situação, situação que lhe custa tanto mais quanto ele se considera o pai das liberdades, e vai resistindo com dificuldade aos convites do PSD e do Presidente da República (não se pode interpretar de outra maneira a intervenção de Capucho), para substituir o primeiro ministro, porque sabe que isso é suicídio político

- Sócrates, para o bem e para o mal, mantém-se igual a si próprio, arrogante, sempre agressivo, mesmo quando não se vê a mínima necessidade de o ser, mas mantendo a sua capacidade de lutar e de resistir, é sem dúvida um corredor de fundo, poucos não teriam já entregue os pontos há muito tempo

- O PSD, está obcecado pelo poder, julga que finalmente volta a estar perto, depois de por incompetência ter desbaratado a oportunidade das legislativas. Nada garante que tenha razão, e de certeza que a não terá se os seus dirigentes, continuarem a fazer intervenções patéticas como a do candidato a leader em Estrasburgo, com o seu ar de taberneiro espanhol.

- O CDS, tal como a esquerda radical, tem pelo menos uma estratégia coerente, que não é do quanto pior melhor mas a de fazer aumentar o preço para ser o salvador da situação, numa qualquer forma de coligação paga a peso de ouro, em nome da salvação nacional. Mas também aqui enormes problemas se põem, em especial na área económica, onde a intransigencia fiscal do CDS é totalmente irrealista face à situação portuguesa

- O Presidente, que está óbvia e legitimamente ferido com a imbecilidade que o PS demonstrou relativamente ao estatuto dos Açores, e p. da vida com o que se passou com as referencias ao BPN, não tem mostrado qualquer vontade de agir como poder moderador, o que seria de esperar na gravíssima situação que o país vive, limitando-se à sua pose enigmática, enquanto vê o circo pegar fogo, posição essa agravada pelas referidas declarações de Capucho

E tudo isto porquê? Em última análise porque o primeiro ministro, como todos os políticos, é mentiroso, só que ele, como é muito arrogante, não prepara as mentiras com o cuidado devido. E depois tem outro problema, ele não tem o charme de um Clinton, e embora os seus fãs achem que se parece com o George Cloonie, na verdade é um troglodita ao pé do dito cujo.

O grande argumento que é esgrimido pela imprensa e partidos ofendidos, é o atentado ao estado de direito, por favor não sejamos ridículos!!, a tentativa de um governo influenciar, directa ou indirectamente , grupos económicos para que assumam posições na imprensa, não pode ser um atentado ao estado de direito, se assim fosse, todas as democracias do mundo teriam de fechar.

Alguns vêem falar de Watergate!!, mas Watergate é exactamente o inverso, o problema de Nixon não foi tentar influenciar a imprensa, foi sim o de fazer escutas!!, foi esse o atentado às liberdades que os americanos não perdoaram, e não perdoariam mesmo que Nixon viesse argumentar que o conteúdo das ditas escutas era tão grave para os interesses do país que as legitimava, para os americanos elas eram inelegitimáveis!!, só assim se defendem de facto as liberdades individuais.

O que é um atentado ao estado de direito é o nosso sistema judicial/procuradoria que é ineficaz e está totalmente feudalizado, não há democracia que possa resistir a este estado de coisas. Enquanto vivermos nestas condições vai ser sempre possível encontrar um juiz inimputável que pratique toda a sorte de erros, omissões, ou mesmo actos dolosos, e que a oportuna quebra do segredo de justiça (sempre sem consequências também) transformará em fonte inesgotável de material para exploração jornalística. Isto sim, é um atentado ao estado de direito, de consequências que as pessoas agora preferem simplesmente ignorar, mas que pagaremos todos, mais cedo ou mais tarde. Isto vai-se pagar em falta de liberdade e em ineficácia da justiça, o que vai querer dizer menos desenvolvimento económico, mais corrupção, etc.

Mas tudo isto não seria muito grave, se o mundo não estivesse numa crise de proporções gigantescas, e Portugal à beira do abismo,mas parece que ninguém está preocupado, o importante não é resolver os problemas do país, o importante é que cada um desenvolva os seus pequenos jogos de poder, para reforçar um poder ilusório num barco que se afunda.

Já que a vergonha e a capacidade de raciocinar se perderam, ao menos algum decoro, senhores!

1 comentário:

  1. Portugal já por uma vez viveu na sua História um período idêntico, em que uma classe indiciava as pessoas sem provas e isso era suficiente para as condenar ao Inferno. Era a Santa Inquisição. Também hoje se julga e fazem páginas de jornais com base no disse-que-disse, ou pior, em escutas, e se condena um Pais ao Inferno. Sim porque quem vai para lá não é o Primeiro Ministro, é o Pais. É este o estado do jornalismo em Portugal. Uma verdadeira cambada de falsas virgens que transformaram Portugal numa revista cor-de-rosa.
    Eu tenho fé que haja por aí uma maioria silenciosa que ainda pense em salvar Portugal, primeiro da crise e depois destes pretensos jornalistas.
    Ps. Eu gostava de saber quantas das pessoas que falam em escutas permitiriam que de ora em diante as suas chamadas fosses gravadas...

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