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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

VOLCKER TEM RAZÃO

Paul Volcker foi presidente do FED (banco central americano)de 1979 a 1987, tendo saído apenas alguns meses antes da crise de 87, quando Ronald Reagan nomeou Alan Greenspan para o cargo. Foi Volcker quem conseguiu domar o surto inflacionário americano, tendo reduzido a inflação dos 13% em 1981 para 3% em 1983.

Volcker e Greenspan não podiam ser personalidades mais opostas, enquanto o primeiro é um gigante simples, reservado e extremamente pragmático, com uma formação extensa e profunda na área económica, Greenspan é o completo oposto, menos profundo mas expansivo, cosmopolita, vaidoso, simpático, ultra liberal como forma de afirmação de diferença, uma personalidade que no decorrer do tempo os holofotes fácilmente transformaram num cabotino, cego e surdo, que deixou criar três bolhas (LTCM, Internet e Imobiliária) das quais a última acabou por explodir com os efeitos que todos conhecemos, dando-se ainda ao luxo de usar um discursos palavroso e hermético, qual oráculo que o mundo escutava (nunca comprei o seu livro).

Voltando agora ao que interessa, na sequência dos problemas havidos no sector financeiro na crise de 29, em 1933 foi aprovado o Glass-Steagall Act que durou até 1999, altura em que, durante o consulado Greenspan, foi revogado pelo Congresso.

Em termos simples aquela legislação distinguia entre bancos comerciais e bancos de investimento, não podendo os primeiros gerir carteiras própria de activos de maior risco, nem financiar a alavancagem das carteiras dos seus clientes.
O argumento utilizado em 1999 para a revogação do Act foi o de que ao limitar a possibilidade de diversificação de investimentos por parte dos bancos comerciais, em vez de se diminuir os seus riscos estava-se de facto a aumentá-los.

A crise iniciada em 2007/8 veio confirmar as preocupações dos defensores do velho Act, o facto de se ter permitido o acesso de triliões de dólares depositados em bancos comerciais a produtos alavancados (tradicionais e novos), transformou aquilo que seria um problema de dimensão limitada e circunscrito a Bancos de Investimento, Hedge Funds e outros tomadores de riscos mais elevados, num problema que afectou toda a economia mundial.

O ter aberto esta porta aos bancos comerciais, teve até o efeito perverso de obrigar, mesmo os bancos mais conservadores a entrarem em zonas de maior risco para poderem competir com os bancos mais agressivos, na ilusão de aumentar as margens globais, numa área em que nem uns nem outros são especialistas.

Quando o cidadão comum faz o seu depósito num banco comercial, ele está a supor um risco baixo, que não pode ser agravado por políticas agressivas de investimento do respectivo banco, o cliente que queira mais risco poderá sempre, nesse banco ou por outras vias, comprar produtos com essas características, este principio base não pode ser violado sem enormes riscos para o consumidor e para as economias em geral.

Agora, como chairman da comissão de Obama para a recuperação económica, Volcker tem defendido a necessidade de reestabelecer o velho Act, defrontando oposições diversas, entre elas a de banqueiros que recusam compreender a armadilha em que estão envolvidos.

É vital que Volcker tenha sucesso.

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